Capítulo XII. Vetusto

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Taehyung

"A delicadeza de Taehyung Kim nos surpreende novamente."

"De uma sensibilidade inimaginável, Taehyung Kim pode ser descrito como Van Gogh: uma explosão de sentimentos em um único clique."

"A ascensão de Taehyung Kim na história da fotografia é algo que não se pode negar"

"Taehyung Kim nos emociona e nos conforta com suas palavras invisíveis nas fotografias"

Entre o material jornalístico que eu havia recolhido há alguns anos, as manchetes da parte arte crítica se preenchiam com o meu nome em uma época longínqua. Agora, parecia que o sentimento arrebatador da tristeza não me machucava mais; talvez uma cócega quase incômoda que substituída por uma saudade, em que minhas mãos conseguiriam trazer de volta minha ascensão.

Logo após deixar Youra em frente à porta de sua casa, corri em direção ao corredor extenso de meu lar e procurei, no cômodo que eu denominava Vetusto, fotografias de um projeto que eu fizera assim que fui admitido como profissional na empresa Lee. Chamava-se "As tonalidades de Seoul", cujo objetivo era captar em locais específicos três momentos do dia: a manhã, a tarde e a noite. Acompanhado por Haneul, ficávamos horas perambulando pelo mesmo ambiente a fim de esperar as horas se passarem.

Ao lembrar de que Youra apreciava embevecida o céu, decidi fazer com minhas próprias mãos um presente. Juntando as melhores fotografias do projeto e algumas que eu havia capturado em viagens ou quando era apenas um amador, consegui presenteá-la com um álbum há muito tempo guardado que, no entanto, guardava um sentimento melancólico.

Quando descobri minha paixão indescritível pela fotografia aos sete anos, houve uma animação quase inesperada em meus pais. Compraram tudo o que o dinheiro poderia lhes proporcionar: um álbum de fotografias, uma câmera compacta e um tripé (doado de um amigo, no entanto, eles insistiram em dar a ele alguns trocados). Contudo, ao perceberem que minha paixão pela fotografia se transformou em um amor incondicional, meu pai admitiu um comportamento agressivo, decepcionado por eu não dar continuidade ao seu trabalho na fazenda.

Não muito depois de eu conseguir uma vaga em uma faculdade no interior do país, a desavença entre meus pais se tornou inevitável.

Sem ter o apoio financeiro deles, obriguei-me a trabalhar nos mais diversos locais da cidade. Desde garçom a limpador de carros. Não foi um começo fácil, contudo, após conseguir na primeira tentativa em um emprego fixo na capital sul-coreana, eu pude olhar para trás e soltar boas risadas com os apuros sofridos.

Não podia negar que a sensação da adrenalina correndo pelas veias quando algo saía do previsto era uma grande falta nos meus dias atuais; no entanto, a pausa na minha carreira no ramo fotográfico era necessária, encontrar novamente meu propósito se tornou a causa do meu viver.

Vetusto era, acima de tudo, o pequeno local do meu passado mais longínquo até as memórias mais recentes e onde eu podia me perder ao caminhar por entre as fotografias. Exceto pelo armário em que eu guardava as minhas diversas câmeras, o ambiente não tinha mobília alguma.

No total, era meu lugar secreto.

Assistindo já o terceiro filme em uma única tarde, uma mensagem de Namjoon brilhou na tela inicial e, olhando ao rabo dos olhos, li rapidamente o que desejava. Tratando de assuntos banais, corri meu teto sobre a superfície lisa do celular e encontrei nos últimos contatos o nome de Youra.

Fotografia DesbotadaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora