Samantha sempre quis experimentar o amor verdadeiro, encontrar um garoto no qual ela ame e que a ame também, aquele amor maravilhoso que se podia sair gritando pelo mundo que está apaixonada, que é a pessoa mais feliz do mundo e nada mudaria isso.
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Quase todas as vezes em que estava perto dela,eu precisava me controlar,respirar fundo e contar até dez para não lhe dar um puxão de cabelo e alguns tapas,porque quase todas as vezes em que estávamos perto ela fazia de tudo para me irritar,e eu não podia devolver as provocações ou puxar seu cabelo como tinha vontade,se não eu "perderia a razão" e como sempre meus pais ficariam do lado da filha preferida. Nas outras família, o filho preferido normalmente é sempre o mais novo,mas na minha não,a filha preferida era a mais inteligente,a mais interessante,a mais interativa,e claro,a mais bonita. E essa era a minha irmã 3 anos mais velha;Sarah,a perfeitinha. Nós éramos irmãs,mas ela sempre me tratava como uma inimiga desde que me conheço por gente,e era isso que eu pensava ser as vezes,Sarah era uma rival,estávamos sempre competindo sem perceber,até mesmo por coisas bobas,e ela sempre ganhava.
Eu estava quieta sentada na mesa da copa tomando café da manhã,e Sarah fez questão de se sentar bem na minha frente,e ela só ficava perto de mim quando queria arrumar brigas. Ela estava lá,comendo uma salada de frutas,que parecia ser a única coisa que ela comia o dia todo além de iogurte, por conta da dieta, concentrada lendo uma revista de moda. Eu estava me perguntando como ela conseguia estar tão bonita as 8h da manhã, a pele tão perfeita que parecia estar com camadas de base e corretivo, mesmo sem maquiagem alguma,o cabelo preto e longo perfeitamente liso e no lugar,a boca naturalmente rosada que parecia estar com lip tint, ela facilmente poderia estar em uma das capas dessa revista idiota que ela lê.
-Perdeu alguma coisa aqui,tucana?- ela perguntou levantando seu olhar para mim,eu fiz cara feia para esse apelido ridículo que ela me deu. Nós duas tínhamos o nariz grande,não sei de quem herdamos,pois os narizes de nossos pais são perfeitamente normais, mas depois que ela ganhou uma rinoplastia de presente de aniversário de 17 anos,ela acha que passou a ter o direito de zoar uma característica que ela também tinha.
-Ficaria agradecida se você parasse de me chamar assim- pedi cinicamente fingindo educação e ela negou com a cabeça.
-Não,é engraçado- ela me mandou um beijo no ar e eu mostrei o dedo do meio para ela,que ignorou o meu gesto- na verdade,essa montanha que você tem no rosto é fofa.
- E essa coisa mal sucedida que aconteceu aí, que você chama de rinoplastia,também- apesar de ter deixado sim o nariz dela menor e mais delicado,havia ficado uma sútil deformidade,estava claro que ou ela tinha feito uma cirurgia ou alguém a acertou no nariz resultando em um desvio de septo.
-Cala a boca- ela disse nervosa. A aparência de Sarah era algo proibido de brincar ou fazer comentários maldosos,mesmo que tenha sido apenas para me defender,isso a deixava possessa.
-Então para variar, pare de fazer com os outros o que não gosta que façam com você- isso era típico da Sarah,adorava fazer brincadeiras de mal gosto com as pessoas,mas ela tinha que ser intocável,a "café com leite".
-Sem lição de moral a essa hora da manhã,tucana- ela disse indiferente e revirei os olhos,desistindo de tentar discutir com uma pessoa tão arrogante.
