POV Victória
— Eu não quero, Raica — falei pela enésima vez enquanto ela insistia para irmos a uma balada.
— Para, Victória, você passa todas as suas folgas de pijama assistindo série, eu sei que o Oliver Queen é lindo, mas você não pode viver por Arrow.
— Não é só Arrow, também é Flash, Legends Of Tomorrow, Grey's Anatomy, eu tenho um monte de série para maratonar, não tenho tempo pra ir pra festa.
— Por que não responde a mensagem do Marco, se está assim tão mal sem ele?
— Porque ele é um idiota e não confia em mim.
— Ok, vamos conversar — ela puxou minha coberta, jogou minhas pernas no chão e se sentou ao meu lado — Eu sei de toda a discussão e vocês dois estão errados.
— Eu não fiz nada!
— Por que você ligou pro Kevin?
— Porque eu queria saber como ele estava, eu amo o Marco, mas o Kevin ainda é importante pra mim!
— E você já pensou em falar isso pro Marco?
— Não.
— Pois deveria, vocês tem que sentar e conversar como dois adultos, vocês não são mais adolescentes, apesar de agirem como tal.
— Ta — dei play na minha série e ela se levantou, desligando a tv — O que foi, Raica?
— A briga começou pelo seu termino com o Kevin, ele não sabia que a decisão não partiu de você?
— Eu nunca disse que a decisão tinha partido de mim, quem contou sobre nosso termino foi o Kevin.
— Você não mentiu pra ele? — neguei com a cabeça — Então ele ta dando show! Vou separar sua roupa, vai lá tomar banho, hoje a gente só volta pra casa com o dia amanhecendo.
Me levantei do sofá e fui para o banheiro, sabia que Raica não me deixaria em paz até eu ir para essa boate.
Quando terminei meu banho, vi um vestido sobre a cama.
— Raica, eu não gosto desse vestido, ele exibe muito meu corpo.
— Exatamente por isso você vai vestir ele.
Não tinha como discutir com ela, então coloquei o vestido, com uma lingerie, também preta, de renda, um salto preto fino e uma maquiagem carregada, com o cabelo solto, batendo na altura da minha bunda.
— Linda — Raica gritou, ela estava com um coque, um vestido vermelho e super animada.
Assim que chegamos à festa meus olhos cruzaram com os de Marco e eu quis beija-lo, ficar no mesmo ambiente que ele não iria me ajudar, eu precisava respirar, o Marco tem que aprender a confiar em mim.
— Esqueci meu celular no carro, vou lá buscar — falei no ouvido de Raica e nem esperei que ela me respondesse.
Quando cheguei no estacionamento, me apoiei no carro, fechei os olhos e respirei fundo, eu não posse ceder ao Marco muito fácil, ele me desrespeitou e não confia em mim.
— Ah, por que você mexe tanto comigo? — perguntei pra mim mesma.
— Por que você me ama? — eu dei um pulo de susto ao ouvir a voz dele, sua pergunta mais parecia uma afirmação — Precisa pegar um ar antes de me encarar?
— Não seja ridículo — fiz a melhor expressão de deboche que eu conseguia — Eu só vim pegar meu celular que esqueci no carro.
— Ah, claro — eu o vi segurar o riso — Esse celular que na sua mão desde que você chegou?
Fechei meus olhos e respirei fundo, burra! Tentei voltar para dentro da boate, mas Marco esticou o braço diante do meu corpo e impediu minha passagem.
— Me deixa passar, Marco — disse entre dentes, eu sabia que era perigoso pra minha saúde mental ficar tão perto dele, sentindo o cheiro do perfume que ele sempre usa e que nunca saiu da minha memória.
— A gente precisa conversar, vida — ele passou o braço pela minha cintura — Por favor, me da uma chance de pelo menos conversar com você.
— Cinco minutos — falei, me apoiando no carro e o vi abrindo um sorri largo, até infantil.
— Me perdoa, eu fui um idiota, fiquei cego de ciúmes, porque eu amo você e morro de medo de te perder, cariño, eu sei que é difícil, mas tenta entender meu lado — seus dedos começaram a fazer carinho de leve em minha bochecha e eu fechei meus olhos, sentindo seu toque — Essas duas semanas sem vocês foram o inferno, eu não sei mais ficar sem você!
Marco tomou meu rosto com firmeza entre suas mãos e me beijou, um beijo cheio de amor, saudade e desejo, um beijo que eu sonhei receber e, pela forma como ele se agarrava a mim, percebi que também estava ansioso por isso.
Quando ele parou o beijo e olhou em meus olhos, eu saí de seus braços e entrei na boate, sem olhar para trás.
Quando entrei, encontrei Raica sentada a mesa com os jogadores, por causa do meu rolo com Marco, ela conhece e tem contato com a maioria deles.
— Olá, meninos — todos me olharam um sorriso meio contido — Raica, tô indo pro bar e só saio de lá quando esquecer meu nome.
Quando estava saindo, Marcelo perguntou, no maior deboche.
— Vocês se beijam, mas não se acertam? — Marco estava chegando e quando ele se sentou, eu pude entender do que Marcelo estava falando, sua boca estava cheia de baton e eu não duvido que a minha também esteja toda borrada, decidi apenas ignorar e fui pro bar.
Minha garganta já queimava pela quantidade de tequila que eu havia ingerido.
— Moça, acho melhor ir com um pouquinho de calma — o barman falou, preocupado, ao me servir outra dose de tequila.
— É só por hoje — falei, com a voz arrastada de um bêbado.
Quando olhei para o lado, Marco estava sentado no bar, ao lado de uma loira oxigenada com um decote gigante, ela ficava passando a unha em seus braços e ele nem olhava para ela, não aguentei e me levantei cambaleando para ir até eles.
— Da licença? — falei, desafiando a loira com o olhar.
— Não ta vendo que estamos conversando? — ela perguntou debochada, eu sou debochada, mas detesto gente debochada.
— O que eu tô vendo é você atormentando meu homem — quando ela iria responder Marco disse.
— Desculpe, moça, mas eu gostaria de conversar com ela — ele apoiou a mão da minha cintura e a loira saiu bufando de raiva.
— Me solta — tirei a mão dele da minha cintura e me sentei onde a loira estava, pedindo mais uma dose de tequila.
— Não acha que já chega? — Marco perguntou, risonho.
— Shiu, deixa pra mandar só na cama — falei, um pouco alto demais e o barman deu um sorriso sacana pra nós dois.
Depois de mais três doses, Marco voltou a encher meu saco e eu fui pra pista dançar, não me lembro de mais nada depois disso.
YOU ARE READING
Ainda Sou Eu - Marco Asensio
FanfictionQuando o destino decide que você pertence à alguém, não importa quantas voltas a vida dê, você sempre parará no mesmo lugar. É como um rio, você pode atirar pedras causando ondulações, mas a corrente sempre se corrige. ATENÇÃO: O Wattpad alterou a o...