Capítulo 37

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POV Victoria

— Ok, Victoria, respira, o Marco vai chegar em pouco tempo, não há necessidade de desespero — eu dizia para mim mesma — Ela está atrasada, não há perigo nenhum, problema seria se ela adiantasse, respira, seu corpo só vai se abrir até sair uma criança de dentro dele. Ai meu Deus, eu não vou conseguir — comecei a chorar enquanto sentia outra contração se aproximando.

O quarto do bebê estava montado na casa do Marco e combinamos que eu ficaria lá, mas manteria meu apartamento.

Eu já estava com 41 semanas e quatro dias, se Maria Helena não quisesse sair até a próxima segunda, quando eu completaria exatamente 42 semanas, o André tentaria induzir ou faria uma cesária. Mas aparentemente minha filha não gostou da ideia de ser expulsa de dentro de mim e resolveu sair sozinha, em plena sexta feira, quando seu pai estava viajando para um jogo e eu estava sozinha em meu apartamento.

— Marco? — falei da forma mais calma que eu consegui quando ele atendeu o telefone.

— Aconteceu alguma coisa, meu amor? — ele perguntou preocupado.

— Eu estou entrando em trabalho de parto — o ouvi arfar — mas não precisa se preocupar, ta indo tudo exatamente como deve ser.

— Eu preciso voltar pra casa, amor, vou pedir pra sair do jogo, vou voltar pra casa, eu preciso estar ai.

— Não vai dar tempo, fica pro jogo e faça um gol pra ela, eu tô indo pro hospital, amo você.

— E eu amo vocês, me liga, me da notícias.

Desci com a bolsa maternidade pelo elevador e pedi que o porteiro chamasse um táxi para mim.

— Ah, meu Deus, moça, tem alguma coisa que eu possa fazer para ajudar a senhora? — o taxista perguntou solicito.

— Está tudo bem, mas se puder correr para o Sanitas eu vou agradecer.

Ele fez o caminho em quase metade do tempo que faríamos normalmente, porém quando chegamos ao hospital eu não pude ficar de pé, estava de vestido, sem calcinha, com o corpo inclinada para não pressionar o caminho da bebê.

— Consegue levantar?

— Vai lá dentro e pede uma maca, diz que o bebê já está coroando.

— O bebê já está saindo? — ele gritou assustado e eu o olhei com ódio, querendo que ele corresse.

Quando ele voltou estava com um enfermeiro e uma maca, paguei a corrida e ouvi os votos dele para o meu bebê.

— Chama o Dr. André — gritei com o enfermeiro, por metade da cabeça da Maria Helena já havia passado e eu só queria segura-la, para não deixa-la sair tão rápido.

— Você está em trabalho de parto a quanto tempo? — André perguntou assustado quando chegou ao quarto onde eu estava e viu a cabeça da Maria Helena quase por completa fora de mim.

— Começou no café da manhã, foi tudo muito rápido, deve ter durado umas cinco horas — eu estava chorando, completamente angustiada.

— Parabéns, você está indo bem demais, principalmente pro primeiro bebê.

— Só tira ela, por favor.

André e se posicionou na cadeira, aos pés da minha maca.

— Faz força, Vic, mais uma e ela sai.

Fiz força e senti André terminando de tira-la, em segundos um choro forte preencheu o ambiente, chorei junto com ela, a alegria de ter conseguido trazer minha filha ao mundo, eu só queria que o Marco estivesse aqui.

— Aqui está sua menininha — André a colocou em meu peito — ela está forte e saudável, então pode ficar sentido o calor e ouvindo os batimentos da mamãe por um tempo, para se acostumar com o espaço externo.

Ela ficou comigo por um tempo, até se acalmar mais e em seguida a levaram para o primeiro banho, então André entrou na sala com o telefone na mão.

— Aqui, Vic, já mostrei a Maria para ele, agora ele quer te ver.

— Amor — segurei o telefone diante de meu rosto — Eu tô horrorosa.

Você ta linda, meu amor — os olhos dele estavam cheios de lágrimas, dava pra ver como ele estava emocionado por nossa filha ter, finalmente, nascido.

— Você viu ela? Reparou como é mais a coisa mais linda desse mundo?

Sim, ela tem meus olhos e a sua boca — ele sorriu, dava para ver que ele estava dentro do ônibus, voltando pra casa — Em uma hora e meia eu vou estar ai com vocês, minha linda, e adivinha? Eu fiz um gol pra ela!

— Que lindo, vou fazer questão de assistir o VT com ela assim que voltarmos para casa.

É a Vic? — ouvi a voz do Marcelo — Ei, mamãezinha, como ta a pequena?

— Ela ta bem, Celo, ta tomando banho, mas já mamou e ficou um tempão comigo, é a coisa mais linda desse mundo, vou esperar uma visita de vocês, ok?

Vários meninos do time me parabenizaram e desejaram coisas maravilhosas para a Maria Helena.

Depois da uma olhadinha no seu Instagram, eu te amo — Marco mandou um beijo para a câmera e desligou.

Resolvi tomar um banho antes de abrir minhas redes sociais, depois de sentir limpa, me sentei na poltrona e fiquei encarando minha pequena obra de arte, que dormia tranquilamente em um bercinho do hospital.

Quando abri meu Instagram ele estava cheio de marcação da comemoração do Marco, que consistia naquele gesto de quem está embalando o bebê, para mostrar que nossa filha havia nascido.

Entrei no Instagram dele e encontrei como ultima foto, uma tirada por alguém da equipe médica e provavelmente enviada para ele por André.

@marcoasensio10 Minha princesinha nasceu e hoje eu finalmente descobri o que significa o amor incondicional, não é que eu não ame Victória, não entendam mal, eu a amo de todo meu coração, mas a sensação de ter uma parte de mim fora do meu corpo é ...

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@marcoasensio10 Minha princesinha nasceu e hoje eu finalmente descobri o que significa o amor incondicional, não é que eu não ame Victória, não entendam mal, eu a amo de todo meu coração, mas a sensação de ter uma parte de mim fora do meu corpo é algo indescritível, eu só queria poder protege-la do mundo, guarda-la em potinho e não permitir que ninguém nunca a machuque. Talvez você entenda essa sensação ou talvez não, é como se qualquer mal que a atingisse, me ferisse em dobro e desde o momento em que Victoria me ligou para dizer que estava em trabalho de parto, eu só soube me preocupar, foi como se meu mundo, de repente, tivesse ganhado um novo rumo e tudo sobre minha vida fosse redirecionado para um novo centro. Vic, meu amor, minha companheira, aquela que me deu meu maior presente, me perdoe por não ter estado ai, saiba que meu peito dói por ter perdido esse momento em que eu só queria segurar sua mão e te dar apoio, eu estou infinitamente orgulho de você por ser tão guerreira e por tê-la trazido ao mundo de forma tão genuína. Eu amo vocês!
P.S.: O rosto está coberto pois eu jamais iria expor minha filha sem o consentimento da mãe e nós ainda não falamos sobre isso!

Eu só sabia chorar, Marco tinha a incrível capacidade de me surpreender a cada dia, deixei que Maria Helena fechasse sua pequena mão em torno do meu dedo e sorri.

Ainda Sou Eu - Marco AsensioDär berättelser lever. Upptäck nu