Capítulo 17

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POV Marco

— Você vai se arrepender de manda-la ir embora assim — Sérgio disse — Já imaginou se ela realmente não volta?

— Idiota — Igor entrou batendo a porta — Sabe o que ela foi fazer no hospital? Avisar a uma mãe que o filho dela morreu e você vai e faz essa merda, você realmente não merece a Victória, Marco.

— Ela não escolheu ficar comigo, se dependesse só dela teria ficado com ele.

— Desculpa, Marco, não quero me meter — o Vinícius falou — mas todo mundo aqui ouviu a conversa de vocês, eu acho que ela só estava insegura de dar esse passo, mas ela realmente ama você.

— Qualquer um ficaria inseguro de deixar de lado um compromisso estável, principalmente com o histórico de vocês — Lucas falou.

— Escuta, picha — Isco disse, se sentando ao meu lado — Eu te entendo, você deixou a insegurança falar mais alto, deixou a raiva pensar por você. O que importa é que Victória está com você agora, não da pra ela esquecer tudo que viveu com o Kevin, eles ainda devem ser amigos, mas você tem que ser cada vez melhor por ela — o olhei confuso — Se você tem medo de perde-la, não deveria afasta-la.

— Exatamente — foi a vez de Marcelo complementar o sermão — Quando nós sentimos ciúmes temos que cuidar delas, mostrar que o melhor lugar do mundo é do nosso lado, brigar com ela por ciúmes não vai trazê-la mais pra perto, pelo contrário, só vai levá-la para longe de você.

— Eu preciso vê-la — me levantei e Igor me segurou.

— Da um tempo a ela, irmão, vai amanhã a noite.

...

Aquela madrugada e o dia que a sucedeu pareciam infinitos, foi um inferno, a cada vez que eu relembrava aquela discussão idiota, a imagem de Victória se encolhendo com medo de mim, me assombrava.

— Ah, vida, você achou que eu bateria em você — falei passando meus dedos pela foto dela que estava em meu criado mudo.

Na noite seguinte eu fui até a casa dela e quando as coisas pareciam estar se acertando entre nós, eu surtei de novo.

— Droga, droga, droga — gritei esmurrando o volante ao chegar em casa.

— Ei, o que é isso? — meu pai perguntou, saindo pela porta, ele havia chegado de Mallorca hoje a tarde.

— Nada — desci do carro batendo a porta e ele se assustou ao ver a marca da mão, muito pesada, de Victoria em meu rosto.

— O que aconteceu? — subi para o meu quarto e fui direto para o banheiro, doía ignorar meu pai, mas eu queria ficar sozinho com minhas idiotices — Fala comigo, filho — ele estava sentado na minha cama quando saí do banho, coloquei uma cueca e me sentei ao lado dele.

— Eu sou um idiota — ele me olhou, como se esperasse mais e eu lhe contei tudo, a discussão de ontem e a de hoje.

— Marco, nunca mais assuste uma garota dessa forma, não foi isso que sua mãe e eu te ensinamos — falar da mamãe era golpe baixo — Também não te ensinamos a tratar uma mulher assim, a sua insegurança tem muito mais a ver com você do que com ela. Nós conhecemos Victória, ela é incapaz de trair, teve inúmeras oportunidades de sair com você enquanto era noiva e mesmo sendo apaixonada por você nunca o fez, mal cedeu ao beijo que você deu nela. Aquela garota tem uma noção de honra e moral que é invejável, filho, você e eu sabemos bem disso!

— Eu sei, pai, mas na hora fiquei tão cego de ciúmes que eu não sabia o que estava fazendo, quer dizer, sabia, eu tava sendo um babaca.

— Exatamente!

— O Isco e o Marcelo falaram que quando a gente sente ciúmes tem que cuidar a tratar bem, pra elas verem que não existe lugar melhor que os nosso lado, porque brigar só vai afastar ela de mim.

— Eles tem razão, quando eu sentia ciúmes da sua mãe, eu levava ela pra jantar, ou levava ao parque para tomar um sorvete, assistia filme embaixo do cobertor, fazia ela ainda mais feliz.

— Quando o Kevin sentia ciúmes ele mantinha a calma, acredito que ele nunca tratou a Vic assim.

— Para de se comparar com ele, Kevin parece um bom homem, mas é por você que Victória é apaixonada, ele é apenas um amigo e não existe nada de errado nisso, filho.

— O senhor acha que tenho que ir atrás dela agora?

— Não, você a magoou muito e também está magoado, manda uma mensagem pra ela, peça para te avisar quando estiver pronta pra falar com você, mas agora tenta dormir — ele beijou minha cabeça e fechou a porta do quarto.

Abri o contato dela "Vida 🖤" e sorri ao ver sua foto de perfil fazendo careta.

Eu: Eu sei que você não quer me ver agora e tem toda a razão, eu fui um idiota com você. Me perdoa por isso? Quando se sentir pronta para conversar comigo, me avisa e eu vou imediatamente até você, mas não quero te encher o saco, então vou esperar sua mensagem. Eu te amo, Vic, nunca duvide disso, minha vida!

...

Duas semanas se passaram desde que mandei aquele mensagem, Victória ainda não havia me respondido e eu estava muito pra baixo com isso, porque sabia que era culpa minha.

— Você vai, picha? — Isco perguntou no vestiário.

— A onde?

— Na baladinha, geral vai — Vinícius falou, fazendo uma dancinha.

— Não sei, eu e a Vic ainda não nos acertamos, não sei o que ela vai achar disso.

— Nada, você vai ta com a gente, não precisa pegar ninguém — Sérgio falou — Só vai se divertir um pouco e tirar essa cara de morto-vivo. Foi você que vacilou, não pode se martirizar para sempre.

— Isso, me lembra que se eu perder o amor da minha vida a culpa vai única e exclusivamente minha.

— Eeeh, parou o clima melancólico? — Marcelo falou batendo palmas — Você vai sair com a gente e se divertir, a Vic não vai ver problema nisso porque você não vai aprontar nada e ela deve confiar em você.

Fiz uma careta para a alfinetada do Marcelo e resolvi ir com eles, não teria nada demais.

...

— Uau — Ceballos disse, olhando para a entrada da boate — Marco, me desculpa, mas ela está maravilhosa.

E realmente estava, Victoria estava com um vestido preto, pouco abaixo da bunda, de mangas longas, colado ao corpo, exibindo suas linda coxas torneadas, que estavam ainda mais bonitas devido ao salto fino e altíssimo que ela calçava.

Quando seu olhar cruzou com o meu, ela arregalou levemente os olhos e logo os desviou de mim, meu coração se aqueceu ao vê-la ali, tão perto, depois de tanto tempo.

Ela falou algo no ouvido de sua amiga e saiu da boate, me levantei para ir atrás.

— Picha — Isco me chamou, mas o desejo em meus olhos era tão evidente que ele suspirou e disse — boa sorte!

Fui atrás do amor da minha vida e ela seria obrigada a me ouvir.

Ainda Sou Eu - Marco AsensioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora