CAP.41 - Filho da chuva.

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Ainda nos encontrávamos na proa do navio Viking, o anão e eu, quando um pirata prateado saltou com toda pressa o Quebra-ondas vindo em nossa direção.

— Seu amigo! — Aquilo paralisou meu coração por um instante. — Ele acordou! Parece que ele perdeu os movimentos das pernas! — Berrou finalmente o pirata, fazendo com que fizéssemos a corrida inversa a que ele tinha feito. Pulamos a beirada do Caçador prateado e nos dirigimos para a parte inferior do navio, onde o bom Stanley, imediato de Thomas, cuidava de nossos amigos feridos na batalha na ilha Paradiso. Ao nos ver o velho sorriu e apontou o queixo para Cielo, que estava sentado com olhar fixo nos pés.

— Seu maldito! — Berrou o anão ao vê-lo. — Pensei que nunca mais veria essa cara feia acordada novamente! — Continuou abrindo um grande sorriso. Cielo teve dificuldade para entender o que ele falava, parece que estava em outro lugar e os berros do anão fizeram com que ele voltasse para aquela realidade.

— Como andas? — Perguntei percebendo imediatamente meu vacilo, Stanley me massacrou com o olhar. — Você nos deu um belo susto! — Eu disse forçando minha simpatia.

— Nada bem pelo jeito. — Respondeu ele com um pequeno sorriso. — Ele acredita que elas não voltarão a funcionar. — Aquilo me deu um choque de realidade.

— Como assim? — Retruquei para o pirata, que apenas de ombros.

— O ferimento foi muito feio. — Respondeu o pirata. — Mas minha mãe já dizia, vaso ruim não quebra, daqui a pouco Thomas estará dando uma surra nele novamente. — Continuou nos dando um sorriso amarelado. O pirata fez um pequeno furo no dedão do pé de Cielo, e o mesmo sacudiu a cabeça demonstrando de que nada havia sentido. Enquanto Stanley espetava outras partes de seu pé, enquanto o mesmo fazia o mesmo sinal. O anão perdeu a paciência e rapidamente tirou as ataduras em suas mãos e fez uma pequena bola de fogo e passou por toda a perna do rapaz, o que fez o pirata dar um pulo para trás espantado, sendo recompensado por um grito do mago azul.

— Você está louco? — Perguntou o pirata.

— Eu senti o calor! — Disse Cielo com alegria — Eu senti no joelho.

— Então temos esperanças! — Stanley bateu as mãos fazendo um grande barulho. — Vamos temos muito que trabalhar — Disse ele fazendo sinais com a mão como se nos enxotasse.

— Sou foda! — Disse Buks subindo lentamente as escadas, eu apenas sorri.

Thomas veio em minha direção perguntando a respeito de meus ferimentos. Eles haviam cicatrizado bem e isso causava espanto a todos. Ainda não havia dito a respeito da utilização da Solidificação de luz nele, porém, aquilo não era importante no momento. Pois eu mesmo não havia entendido o que tinha feito.

Ulthred conversava com um cova-rasa, olhando desanimado o estado de nosso navio. E vi lentamente o príncipe se esgueirando para baixo, indo na direção do quarto da menina, previ que haveria problemas, tendo em mente a reação dela sempre que tentávamos nos aproximar. Corri para ver que idiotice ele iria fazer, mas para a minha surpresa quando cheguei uma conversa já havia sido iniciada.

— Eu juro que vou matar cada um deles. — Dizia Rick. — E vou fazê-los sofrer.

— Do que vai adiantar isso? — Respondeu ela. — O que aconteceu ninguém vai mudar.

— Mas mesmo assim, eu tinha que te proteger e eu não fui capaz. — Disse ele com lagrimas nos olhos.

— Eu pensei que em algum momento daqueles você iria entrar e me salvar. Assim como você fez com o dragão. Mas você não apareceu. — Disse ela voltando a chorar.

Soleria - A Canção de Dama LuaTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon