CAP.20 - O martelo de Thor.

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A cidade estava movimentada, e todos pareciam animados. Sinceramente, ainda não entendíamos o que faríamos, apenas sabíamos que iríamos lutar e se conseguíssemos iríamos ter o apoio dos Vikings. Rick parecia confiante em ter Ulthred ao nosso lado, ele não disse com todas as letras, mas apostava na vitória do viajante, pois conforme os rumores da cidade ele seria o franco favorito. O filho pródigo retornava ao lar nas ilhas Nórdicas, apesar da antipatia do Jarl e de um estranhamento inicial da população, todos pareciam gostar de nosso companheiro de viagem.

Fora também todos os olhares curiosos em nossa direção, onde sussurros tentavam apostar em quem de nós seria o mais forte. Os rumores da minha surra no guarda da Taverna chegavam aos ouvidos dos desinformados.

Chegamos a uma grande arena, onde fomos saudados pelas pessoas que iriam ver o torneio, fomos cumprimentados com tapinhas nos ombros e desejos de boa sorte. Pessoas diziam que estavam apostando em nossa tripulação e eu senti a pressão do que aquilo significava.

Apesar de estar com a moral bem elevada, após o surto de fúria contra o guarda, estava preocupado com os outros participantes. Parecia que a notícia da ilha mitológica iria deixar as terras normandas, em uma velocidade incrível. Havíamos percebido pessoas de semblantes diferentes dos Nórdicos, onde observamos pessoas com peles mais escuras do que a própria noite e homens vestindo saias com enormes espadas penduradas nas costas. Esses eram os mais curiosos quanto a nossa missão.

Foram anunciados quase 300 guerreiros e cada lutador teria que fazer 3 lutas por dia, o que era extremamente cansativo, porém, o número de inscritos nunca havia sido tão grande e as lutas deveriam terminar antes do dia de Thor, que seria daqui a 3 dias.

Chegamos enfim a uma grande câmara, onde muitos lutadores tinham um espaço para se concentrar e guardar seus pertences enquanto estavam lutando. Pude ver a arena, era um círculo gigante com areia para conter o sangue escorregadio. Aquilo tinha um aspecto maligno e ao ouvir o barulho que a multidão fazia, senti minha vista se embaçar e logo depois ficar negra por alguns segundos. Eu realmente não queria ter meu sangue desperdiçado naquela areia toda, principalmente na frente de tantas pessoas. Tinha certeza de que seria uma vergonha e todos saberiam a fraude que eu era.

Pensei se os outros estariam tão nervosos como eu, e vi que Ulthred, Cielo, Buks e Rick estavam bem animados, malditos, como poderiam ficar animados com a carnificina que aquela arena iria proporcionar. Busquei Abil e quando o encontrei percebi que ele fazia anotações a respeito dos guerreiros que ele achava serem os mais poderosos. Pelo menos esse tinha algum senso em fazer algo útil. Agnes havia se juntado a Alfred e Margareth, na tribuna de honra do Jarl. Quase senti inveja dela nesse momento, ver toda aquela competição seria muito divertido, além de deixar todo o sangue do meu corpo em seu respectivo lugar.

Os confrontos finalmente se iniciaram e quando chamaram meu nome, senti minha perna tremer como nunca antes. Me levantei e andei lentamente em direção da arena, estava me cagando de medo, mas tinha que passar uma expressão tranquila para os outros oponentes que me encaravam com cara de poucos amigos. Aquilo realmente não me ajudava em nada. Acabei passando da primeira fase da competição sem muitos problemas, enfrentei um dos cova rasa dos Vikings, aqueles meninos tinham muito a aprender. O príncipe, o anão, Ulthred e Cielo também não encontraram dificuldades.

Contudo, nem tudo eram flores. A melhor luta foi a de Abil, ele enfrentou um homem da ilha das espadas, também conhecida como ilha escocesa. Seu nome era Washen e tinha uma parte do rosto pintado em azul e usava saias quadriculadas.

Foi motivo de piada quando ele entrou na arena com suas saias e seu rosto pintado, as pessoas eram extremamente preconceituosas com os habitantes de outras ilhas. O líder da guilda era o último de nós a lutar e a plateia já estava animada com o nosso bom desempenho. Cheguei a ouvir que a luta já era dada como certa para o elfo.

Soleria - A Canção de Dama LuaWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu