CAP.09 - A luz.

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Encontro-me ao meio de lugar algum, tudo é escuro e a sensação térmica é gélida. Não consigo falar, não consigo me mexer, apenas permaneço ali com os pensamentos anulados. Ouço o silêncio, ele é calmo e tranquilizador. Aquela era a real sensação de paz, e eu estava gostando daquilo.

Flutuo pelo nada, sem preocupações, sem lamento, sem destino. Apenas existo e aquilo já é o suficiente.

Era como se eu estivesse tendo uma bela soneca, após um dia de grandes emoções. Sentia um relaxamento completo e não queria que aquilo terminasse. Não queria mais levantar.

Desejo fechar meus olhos, mas não os sinto. Desejo estender meu corpo, mas não tenho mais o seu controle. Nada daquilo era capaz de me aborrecer, eu queria apenas aumentar aquele prazer, me entregar de vez para aquilo que eu sentia naquele momento e nunca mais precisar acordar.

Mas algo chama a minha atenção. Vejo uma pequena luz flutuando lá longe, vindo em minha direção. Não quero que ela me alcance. Não quero ser perturbado.

Aquilo me incomoda e a cada centímetro que ela se aproxima, mais forte é o meu desejo que ela se vá, que passe direto e que apenas me deixe em paz. Mas ela vem em minha direção, aquilo me irrita.

Ela para em frente a mim e sua ressonância tira a minha paz. O som que ela emite não me faz relaxar plenamente, só a sua presença já apodreceu meu humor.

"Vá embora! " Desejo dizer, mas não tinha forças. "Me esqueça! " Desejo gritar.

— Ainda não é a sua hora. — Eu escuto em minha mente. — Volte e me conceba!

Soleria - A Canção de Dama LuaWhere stories live. Discover now