Senti a forte pancada no tronco, o bastão bateu na costela que o dragão havia quebrado o que realçou a dor. O vi pulando e girando o bastão para um golpe de cima para baixo, porém, esse eu consegui bloquear. O inimigo foi jogado para trás com o impacto do golpe, enquanto eu conseguia me estabilizar. Vi que ele conseguiu cair de pé, mesmo desequilibrado e era a minha vez de atacar.

Usei minhas ilusões para me tornar um homem de mil mãos e todas o atacaram ao mesmo tempo, para o meu azar ele era mais rápido do que eu imaginava e conseguia esquivar da grande maioria dos golpes, sendo atingido apenas por ilusões.

Tive um alívio, quando escutei um barulho de tosse e soube que Buks estaria bem, porém o guerreiro tinha se cansado de meus jogos e decidiu me atacar diretamente, anulando assim a ilusão.

Ele rodou seu pesado bastão, se livrando das ilusões e em um curto espaço de tempo pude ver a beleza daquela arma. Parecia a Alabastra de Cielo, porém não possuía a lâmina na ponta e sim uma pesada bola de metal, que fazia par com uma semelhante na outra extremidade. Não soube dizer se ela era apenas pintada de dourado, ou se realmente era de ouro, mas posso garantir que aquilo doía feito o inferno. Ví a ponta da lança vindo na direção do meu rosto e apenas entortei o pescoço para a direita, fazendo a arma usar o vento como um instrumento musical. Ela rapidamente veio em minha direção em um golpe sem força devido ao ângulo que ele possuía, consegui me esquivar e me tornei uma cobra em seus olhos, rastejando para o outro lado, para tirar a atenção mais uma vez da recuperação do anão e ele me seguiu. Mas dessa vez ele me atacou com uma torrente de água desfazendo a minha ilusão e me acertando mais uma vez em cheio com o seu bastão.

O príncipe percebeu que o anão ficaria bem e retornou ao combate, atacando de surpresa com vários raios de luz na direção do inimigo, que os rebateu apenas girando o seu bastão.

— Vocês querem se machucar tudo bem, mas não precisam dar trabalho! — Resmungou ele, juntando as mãos e começando a criar uma bolha de água que iria prender Rick, assim como tinha feito com Buks. Aquela era uma luta confusa, primeiro pela insanidade do inimigo e segundo por sua rapidez. Eu mal conseguia ver os movimentos daquele guerreiro, apenas sentia os impactos vindos daquela maldita arma.

Consegui acertar o joelho do inimigo, e não fosse pela armadura eu o teria quebrado. Ele perdeu a concentração na magia, fazendo com que o príncipe caísse no chão. Notei Buks atordoado, enquanto tentava se posicionar com os acontecimentos.

E finalmente a batalha esfriou.

— Me deixa perguntar, vocês são os invasores não são? Vai que eu estou batendo na pessoa errada! — A voz dele era irritante. — Deveríamos nos apresentar, não é? Até porque mesmo tendo que machucar vocês, eu sou muito educadinho. Eu sou Mercur, o Rio! Guerreiro Precioso de Topazio, talvez o seu inimigo! — Disse ele levantando os braços como se comemorasse algo.

— Vai se foder! — Resmungou Rick, ainda engasgando com a água, esse comentário levou o pequeno inimigo a raiva e o mesmo veio girando seu bastão na direção do príncipe, porém, o machado do anão interrompeu o forte golpe que iria atingi-lo.

— Acredito que não terminamos o que estávamos tratando. — Disse Buks ao olhar o inimigo.

— Meu amigo, você estava quase morto, vai se machucar de novo! — Resmungou Mercur, colocando a mão no ombro do anão e tirando-a rapidamente sacudindo a mesma. — Quente, quente, quente. — Dizia ele enquanto sacudia a mão pulando em um único pé.

— Você quer me conhecer? Eu sou Buks da Tribo do fogo de Soleria, e como eu havia dito antes, serei o seu adversário! — O anão praticamente berrou aquilo, e nesse instante eu senti o chão tremer aos meus pés. Mercur também percebeu isso e fez uma expressão de surpresa.

Soleria - A Canção de Dama LuaWhere stories live. Discover now