Paul Spector é um advogado conhecido em Nova York. Tem carreira renomada e um relacionamento consolidado. Mas algo inesperado acontece e tudo sai da rotina que ele tanto preserva. Como lidar com o passado?
Chegamos no quarto e Dak se senta na cama já me olhando:
- Eu só queria entender quando é que vou parar de sonhar com isso tudo... é desesperador demais!
A olho com preocupação:
- Infelizmente ainda vai demorar, mas vamos procurar um excelente profissional para te ajudar nisso. Será a primeira coisa que farei assim que chegar na empresa. E fique tranquila, pois vou procurar um que seja o mais renomado possível. Você ficará bem com uma terapia. Mas por favor, não fique pensando nisso. Vamos descansar.
Lembro que deixei meu celular na sala e continuo:
- Vou só buscar o meu celular porque uso ele como despertador. Mas pode ir se deitando que já volto.
Ela faz imediatamente o que peço enquanto caminho rumo a sala. Tiro minha camisa porque essa situação me deixou até com calor. Não consigo lidar muito bem com traumas, depois de tudo que passei. Pego meu celular e vejo que há mensagens de Linda. Mas não quero abrir agora para não me estressar em plena madrugada. Sei que vai vir com sermão, ainda mais que a essa altura da coisa, já sabe que estou no imóvel com a Dakota e que Vic já tomou sua decisão.
Volto para o quarto e Dakota me analisa. Ela já está deitada e até coberta com a manta que eu trouxe. Pego o controle e regulo o ar condicionado pois não me sinto confortável. Vou até a cama e me deito ao seu lado.
- Eu deveria estar na sala, mas não consigo te deixar sozinha...
- Vem, encosta aqui em mim, deixa eu te fazer um cafuné!
Sorrio para ela e brinco:
- Deveria ser o contrário não acha rs?!
- Sim, é verdade, mas vou me sentir bem segura mesmo assim! Vem...
Faço o que ela pede e me deito encostado em seu ombro. Ela puxa a coberta, para que eu me cubra também. Nesse momento, assim tão perto, esqueço o mundo lá fora. Eu precisava desse toque, apesar da minha história agora ser outra. Parece que aqui, só nós dois, em meio a essa tempestade de emoções, eu me sinto em paz e mais ainda, me sinto no dever de cuidar dela para que nada de ruim aconteça.
Estamos de barriga para cima e ela pega em minha mão em silêncio, entrelaçando nossos dedos. Sua outra mão vai para meu cabelo e ela começa a passar as pontas dos dedos de forma carinhosa.
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Meus dedos brincam com os seus e começo a falar baixo:
- Por que nos separaram? Poderíamos estar muito bem agora... já imaginou a vida boa que teríamos? Você morando na casa que sempre sonhamos juntos, com piscina, uma casinha para nosso cachorro, festas aos domingos com a doida da Linda... compras e mais compras para você toda semana. Lembra que naquela vez que saímos para comer pizza eu fiquei sem jeito por dividir a conta com você? Agora eu pagaria todas as pizzas que você quisesse... todos os sapatos que naquela época eu não tinha dinheiro para te dar, aquelas roupas caras que você chegou até a usar como naquela vez na loja, enfim...
