— Ela é linda, não é ? —  Ela balbucia em uma mensagem clara as minhas indagações. — Venha conhecê-la. — Me estendeu a mão em um gesto gentil e naquele momento percebi que não existia nada mais valioso no mundo para mim do que estar ali.

Aceitei sua mão e me aproximei muito emocionado.

— Quem é ele mamãe? — A garotinha indaga curiosa encarando-me fixamente com olhos cheios de intensidade e inocência.

— É  meu amigo! —  Jade afagou os cabelos dela preso em um rabo de cavalo meio torto e sorriu em meio às lágrimas que banhavam seu rosto. — Você não sabe o quanto eu sonhei em apresentar ele para você. — Ela sussurrou trêmula.

— Se é amigo da mamãe é meu amigo também. — A pequena assentiu, sorrindo para mim, evidenciando uma janelinha nos dentes centrais que a deixava ainda mais encantadora. — Meu nome é Valentina e o seu qual é tio?

Retribui seu sorriso extasiado, completamente encantado pela garotinha que parecia demasiadamente esperta diante de mim. Ela era adorável.

— Heitor. — Respondo e minha voz soa embargada, cheia de emoção e não consigo me controlar ao diminuir completamente o espaço entre nós envolvendo-a em meus braços.

— Você é linda, perfeita! — Elogio e ela me sorri, olhando-me com curiosidade.

— Está chorando, tio? — Sinto suas pequenas mãos secando minhas lágrimas quando nos separo para olhá-la mais de perto.

— É de alegria, porque tá sendo muito especial pra mim te conhecer. — Sorrio feito um bobo ao ter certeza que aquela garotinha era um pedaço meu no mundo.

— Não precisa, né mamãe? Diz para ele que já somos amigos. — Ela diz incluído Jade na conversa, encontrando na mãe um porto seguro.

Olho para Jade e me perco nos olhos castanhos âmbar tomados por lágrimas e sinto meu coração bater descompensado por estar dividindo com ela aquele momento, acabo a comparando com a garotinha que também tinha muito dela. Na verdade, Valentina era uma mistura perfeita de nós dois.

De repente somos interrompidos daquela atmosfera com um médico entrando no quarto.

— Devem ser os pais da menor? — Ele questionou com uma espécie de prancheta em mãos.

Jade assente timidamente.

— Qual é o estado dela, doutor? — Estendi a mão em um cumprimento singelo antes de abordar o assunto.

— Sou o doutor Augusto Oliveira, ortopedista infantil. — Devolveu meu cumprimento solícito. — A Valentina já está com o pé devidamente imobilizado. A fratura no osso chamado calcâneo está estabilizada, a menor deve usar a bota ortopédica nos próximos 30 dias, não fazer grandes esforços com pé durante esse período e evitar o máximo de exposição e depois desse tempo devem traze-la novamente para uma revisão.

— Tem certeza que ela não vai sentir nenhum tipo de dor? — Pergunto preocupado.

— Deverá sentir algum incômodo, mas vou receitar analgésicos específicos para amenizar o máximo possível. — Pontuou. —  Vou fazer a receita agora mesmo e poderão levá-la para casa.

— Ok. — Agradeci mentalmente o fato dela estar bem.

O médico, depois de nos esclarecer tudo sobre o real estado de Valentina, deixou o quarto novamente. Observo Jade e Valentina abraçadas e a sensação que eu sentia era de estar novamente em casa,  juntamente com um instinto de proteção gigantesco que nem eu sabia que existia e mesmo dando-me conta que precisaria esclarecer muitas coisas com Jade, naquele momento decidi que repensaria o lugar dela na minha vingança e daria a oportunidade de ouvi-la sem armaduras ou amarás do passado, que tanto me fez sofrer.

Predestinados/Relançamento❤️Where stories live. Discover now