❝ Amélia Machado sempre foi uma garota introvertida, fechada em seu próprio mundo que podia facilmente ser resumido por suas playlists e pelo seu caderno de colagens.
O auto-isolamento foi apenas uma das consequências catastróficas do terrível acide...
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Andamos o bastante para sairmos da parte deserta e tranquila da praia e chegarmos na parte movimentada.
No mar, que parecia violento pelas grandes ondas, os mais corajosos se arriscavam a surfarem e a nadarem. Na areia, as meninas aproveitavam o sol escaldante para se bronzearem e os meninos para jogarem alguma coisa que envolvia bola.
— Olha o Bobby ali! — Kailana apontou para um ponto entre a multidão e me puxou pelo pulso para chegarmos mais rápido até ele.
O garoto estava estendendo um pano colorido sob o guarda-sol branco quando nos avistou.
— Lana? — o índio estreitou os olhos em nossa direção à medida que nos aproximávamos — O Kai não contou que você vinha.
— E o Kaike lá sabe de alguma coisa! — a menina abanou o ar e jogou a bolsa de qualquer jeito no chão.
— E aí, Mel — ele acenou para mim e eu sorri sem mostrar os dentes, numa tentativa de parecer simpática.
— A água tá boa? — ela perguntou ao deduzir que ele já tinha entrado no mar, visto que seu cabelo estava molhado assim como seu calção azul.
— Maravilhosa! — ele sorriu e se sentou sobre o pano.
— Ótimo, então vou pegar sua prancha emprestada — ela comunicou, começando a se despir na nossa frente.
— O que aconteceu com a sua? — ele perguntou sobre a prancha dela.
— Minha mãe tava no restaurante.
— Uh — ele fez uma careta — Pode pegar a minha, então.
— Eu sei que posso — ela sorriu, abaixando a última peça de roupa que era o seu short jeans.
Pelo visto, os irmãos Rodge gostavam de tirar a roupa em público. E o Bob parecia estar adorando o que via, pois não tirava os olhos das curvas de Lana.
A menina pegou a prancha branca com adesivos e a suspendeu com o braço direito. Ela sorriu e respirou fundo ao olhar para o mar, até que decidiu seguir para dentro dele.
Quando Bob finalmente desviou seu olhar do corpo moreno de Lana, notou que eu havia o pego no flagra, pois instantaneamente ficou pálido.
— Eu — ele tossiu — Eu só estava...vendo se, ahn, a prancha estava...— eu o interrompi.
— Eu não vi nada, Bobby, relaxa! — brinquei, o deixando mais aliviado.
— Não vai entrar no mar? — mudou estrategicamente de assunto, me fazendo sorrir. De verdade, dessa vez.
— Não vou demorar muito por aqui — eu o respondi, apertando a alça da mochila enquanto me balançava nos calcanhares.
— É, eu percebi pela calça — ele sorriu — Senta aí — apontou para o pano.
