65 | Praia do Templo

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    O dia seguinte amanheceu mais agitado do que o costume pelo fato do banheiro social não ser mais disputado por três adolescentes, mas, sim, por quatro, contando com o Bob que também demorava séculos para se arrumar

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    O dia seguinte amanheceu mais agitado do que o costume pelo fato do banheiro social não ser mais disputado por três adolescentes, mas, sim, por quatro, contando com o Bob que também demorava séculos para se arrumar.

— Bob, pelo amor de todos os deuses, sai logo daí! A gente vai se atrasar! — Kailana batia na porta com violência, só ela ainda não estava pronta já que eu e o Kaike conseguimos nos arrumar mais cedo do que a dupla narcisista — ESSE BARULHO É O MEU SECADOR? BOB BURG, EU VOU TE MATAR SE VOCÊ NÃO SAIR DESSE BANHEIRO NOS PRÓXIMOS 10 SEGUNDOS! — ela chutou a porta e eu me encolhi ao passar perto dela com medo de que acabasse descontando sua fúria na primeira pessoa que visse — Dá pra acreditar? Ele tá secando o cabelo enquanto eu ainda nem me maquiei! — A havaina disse incrédula ao irmão que descia as escadas.

— Ah, então você finalmente tá provando do próprio veneno — foi o que ele lhe respondeu, o que fez a morena lhe mostrar o seu dedo do meio.

— BOOOOBBYYYYY! — voltou ao seu ataque de fúria.

Gargalhei enquanto o Kaike passava por mim sorrindo, claramente se divertindo com a situação tanto quanto eu.

— Ei, você tem alguma prova importante hoje? — ele perguntou do nada enquanto colocava café em uma xícara que imitava a cabeça do Darth Vader.

— Não, por que teria? — O olhei com as sobrancelhas unidas enquanto passava geleia na minha torrada.

— Ah, sei lá, você teve um trabalho do nada, imaginei que fosse sua época de testes — ele deu de ombros e eu assenti, ainda estranhando.

Ouvi a campanhia tocar. Ninguém se mexeu, esperando a Dona Karla abrir já que ela era sempre quem atendia, ou o seu Koni, mas ele tinha saído mais cedo. A campanhia tocou de novo. E de novo.

— ALGUÉM ATENDE A PORTA, POR FAVOR! É O SEU GILSON, O CARTEIRO! EU AINDA TÔ NO BANHO! — Dona Karla gritou de seu quarto, impaciente.

— Deixa comigo — Eu disse ao Kaike quando ele fez menção de sair do lugar.

  Seu Gilson era um homem negro de sorriso gentil e barba rala. Um senhor já, e muito simpático.

— Bom dia, minha jovem! — ele disse ao me entregar as correspondências.

— Bom dia, Seu Gilson, desculpe a demora. Aceita um cafézinho? — ofereci ainda atrás da porta.

— Uma outra hora, quem sabe? — sorriu — Ainda tenho alguns quarteirões pela frente. Tenha um bom dia.

— Bom dia pro senhor também — O cumprimentei antes de fechar a porta.

   Por uma curiosidade repentina, comecei a folhear as correspondências que haviam sido entregues. Não esperava ver nada importante, até ver uma delas com um carimbo de urgência. Com os olhos estreitos, li o remetente e prendi a respiração quando vi que se tratava do Banco de Honolulu.

De Sol a SolOnde as histórias ganham vida. Descobre agora