59 | Sábadou - Parte 2

5.9K 602 1K
                                    

     A conversa estranha e embaraçosa com o Kaike logo se transformou em uma aleatória e divertida

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

     A conversa estranha e embaraçosa com o Kaike logo se transformou em uma aleatória e divertida. Estávamos fazendo um desafio, que ele tinha visto na internet que consistia em falar Chubby Bunny com cada vez mais marshmallows na nossa boca, quando meu corpo involuntariamente me fez cuspir tudo porque eu não tinha mais espaço na boca. Kaike gargalhou de boca aberta, fazendo pedaços mastigados de marshmallow voarem pela caverna que estávamos.

— Eca! Nojento! — o empurrei pelo ombro, protegendo o rosto da sua metralhadora em forma de boca.

Vouce couspe e ueu sou u noujunto? — tentou falar ainda de boca cheia e eu fiz uma careta enojada, o que fez ele gargalhar de novo e finalmente engolir aquela gororoba — E palmas para o vencedor! — sorriu ao se vangloriar.

Revirei os olhos.

— Da próxima vez, cuspo tudo em você — lhe ameacei e lhe entreguei a garrafa de água que eu estava usando antes.

— Ei, não tenho culpa se sua boca é pequena e não aguenta muita coisa — brincou no sentido duplo da frase e eu arqueei uma sobrancelha em sua direção.

— Já a sua parece bem acostumada a caber coisa demais, né — devolvi na mesma moeda e ele me olhou surpreso. Rimos.

— Olha só pra você, no começo do mês não sabia nem lavar um prato e agora tá numa praia deserta com um bando de adolescente se alimentando de marshmallow e água quente, fazendo piada de duplo sentido — comentou impressionado e bebeu a água.

— Minha tia deve tá orgulhosa da sobrinha prodígio — debochei e ele riu, me olhando por fim — O quê? — perguntei depois de um tempo que ele passou me olhando nos olhos.

Kaike abriu a boca, parecendo pronto pra falar algo, mas então mudou de ideia, balançando a cabeça.

— Nada — fechou a garrafa de água e colocou de lado.

— Sério, o que foi? — perguntei de novo, sorrindo, mais curiosa do que nunca.

— Nada, é só que...eu nunca tinha reparado em como você era bonita antes. — falou e eu levantei as sobrancelhas, pega desprevenida — Quer dizer, é claro que sempre achei você bonita, mas era de um jeito convencional, já agora, eu não sei. Tipo, você tem essas pequenas sardas aqui no nariz — tocou com o indicador, como se estivesse analisando uma pintura — e seus olhos são bastante expressivos e, é claro, ainda tem sua boca que é pequena, mas parece que foi muito bem desenhada e...

— Okay, galanteador! — o interrompi, sem graça, afastando meu rosto de suas mãos — Acho que comer marshmallows nesse sol quente não foi uma boa ideia, afetou sua capacidade de falar coerentemente — me voltei para a minha mochila, procurando um buraco dentro dela onde eu pudesse me enfiar e nunca mais sair.

De Sol a SolOnde as histórias ganham vida. Descobre agora