Eu preciso dormir, no mínimo, oito horas por noite para acordar disposta no dia seguinte. Mas, na noite passada, eu só consegui dormir três. E tudo isso por culpa de Kailana, que não esqueceu o nosso trato sobre a aprovação dos looks. Sendo assim, no momento em que terminamos de jantar, ela me fez provar cada look, que havia montado, para dar uma nota de zero a dez.
E foi assim que acabei passando o dia na escola sentindo os meus olhos pesarem. As olheiras embaixo deles e o meu cabelo despenteado contribuíram para as pessoas não trocarem nenhuma palavra comigo, provavelmente com medo da louca que eu aparentava ser.
Mas, a verdade era que eu não me importava com a impressão que estava passando no terceiro dia de aula. Tudo o que eu mais queria era chegar em casa e dormir até a hora do jantar.
Então imaginem a minha surpresa quando, ao invés de irmos para casa assim que largamos, fomos para o restaurante do Koni na orla da cidade.
— Eu pensei que íamos para casa! — eu disse assim que pisamos no local.
— E vamos...— Lana logo acrescentou: — Depois que eu e o Kai terminarmos os nossos turnos aqui no Cone.
Sim, o nome do restaurante era Cone, para fazer uma brincadeira com o apelido do dono.
— Nas quartas usamos azul — Kaike passou ao meu lado com o uniforme do restaurante. Ele havia largado mais cedo do que a gente, por isso, já estava trabalhando quando chegamos.
Arregalei os olhos quando entendi as entrelinhas do que ele disse.
— Ei, isso foi um trocadilho? — eu perguntei e ele sorriu, seguindo adiante com a bandeja de comida, sem se dar o trabalho de responder — Aí. Meu. Deus.! Eu estou ficando louca ou o seu irmão acabou de fazer uma referência à Meninas Malvadas?
— Eu estou tão impressionada quanto você — ela deu de ombros um pouco antes de segurar a minha mão e me guiar pelo restaurante.
Cone era um lugar confortável e bonito. Sua estrutura era toda revestida por madeira, isso vai desde o chão até o teto interno - que servira como base para as palhas colocadas na parte de fora -. Nas paredes haviam quadros do mar e suas ondas, assim como outros objetos: as pranchas de surfe, jarros de plantas e, na entrada logo atrás do balcão, um quadro negro com o cardápio e desenhos feitos por giz colorido.
Haviam também mesas de diferentes tamanhos espalhadas por todos os lados. Algumas acompanhadas por cadeiras e almofadas, e outras por bancos altos. As que estavam na varanda, do lado descoberto, tinham guarda-sóis e luminárias penduradas.
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De Sol a Sol
Teen Fiction❝ Amélia Machado sempre foi uma garota introvertida, fechada em seu próprio mundo que podia facilmente ser resumido por suas playlists e pelo seu caderno de colagens. O auto-isolamento foi apenas uma das consequências catastróficas do terrível acide...