07 | O Xis Da Questão

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   Depois do almoço o dia praticamente voou de tão rápido que passou

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Depois do almoço o dia praticamente voou de tão rápido que passou. Lana e eu passamos a tarde e a noite em seu quarto, empenhadas em arrumar tudo para o primeiro dia de aula. Ela se preocupou em me emprestar uma roupa e um caderno em branco com algumas canetas de sua escrivaninha. Eu trouxe uma mochila comigo e ela me informou que a própria escola fornecia os livros necessários, então não precisávamos nos preocupar tanto.

Perto de dormir, buscamos no quarto de hóspedes um colchão inflável, já que a cama do mesmo estava inutilizável. Lana tinha razão sobre o quarto ter virado um depósito, ele estava uma zona de tão bagunçado. Só os cinco minutos que passamos dentro dele foram o suficiente para me fazerem espirrar o resto da noite.

Maldita rinite!

Tivemos muito trabalho, principalmente braçal, na hora de encher o meu colchão ao lado da cama de Kailana. Quando finalmente terminamos, eu o forrei com um lençol que Karla havia me dado e me joguei no mesmo, sentindo meus músculos arderem.

Eu estava tão cansada que foi inevitável não dormir. Lana deve ter demorado mais para pegar no sono, a única coisa que me lembro foi quando ela acendeu a vela aromatizada e disse que precisava fazer uma limpeza de pele.

(...)

Senti alguém cutucar com os dedos as minhas costas, me acordando.

— Cinco minutinhos — sussurrei em um pedido preguiçoso para Lúcia, me virando para o outro lado.

— Anda logo, Mel, nós vamos nos atrasar!

Espera aí, eu não me lembro de ter marcado nenhum compromisso tão cedo. E desde quando a Lúcia me chama de Mel e me acorda com cutucadas?

Meeeeel! — a dona da voz feminina prolongou o meu apelido e a sua voz ficou cada vez mais perto do meu ouvido, o que me fez abrir os olhos.

Quando os abri, a primeira visão que tive foi de algo verde com os olhos esbugalhados, me observando. Apavorada, e sem entender o que acontecia, eu fechei os meus olhos de novo, desta vez com força, e soquei a coisa em minha frente, que gritou.

PUTA MERDA! MEU NARIZ, AMÉLIA!

Então, eu raciocinei o que acontecia. Minha mente relembrou todos os eventos que aconteceram comigo nas 24 horas anteriores, me trazendo de volta a realidade que estava um tanto quanto barulhenta e confusa.

Meu deus! — eu disse incrédula quando finalmente abri os olhos e me deparei com uma Lana de cara verde e nariz vermelho.

— Que barulheira é essa? — Kaike perguntou sonolento e emburrado ao abrir a porta.

O seu rosto estava amassado do lado direito, os olhos estavam inchados e o seu cabelo bagunçado.

De Sol a SolOnde as histórias ganham vida. Descobre agora