Capítulo 5 | Segunda

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Na segunda, Jaíne tomou cuidado extra ao se vestir naquele dia, depois de um jantar abastado com a família em uma pizzaria do bairro, sua mãe arrulhou algo sobre querer que Jaíne e Sebastian tivessem a oportunidade de se conhecerem melhor, mas um olhar para o seu pai e Jaíne compreendeu que ele concordava com ela: eles queriam que ela desencalha-se. Mal sabia eles, que Jaíne tinha um pretendente como Leander Silva no bolso e que Sebastian não estava nem um pouquinho afim dela.

Jaíne se pegou pensando no interesse que vira no rosto de Leander Silva na última vez que o vira. Se Jaíne não vigiasse seus movimentos, irá doer demais quando terminar. Não sequando terminar. Quando ele se cansar dela. Quando ele perceber o quanto eram diferentes. Quando ele seguir em frente.

Jaíne saltou da condução em suas calças jeans, pulou uma poça d'água e correu a entrada da empresa sob a chuva fina daquela manhã. O cabelo dourado e comprido de Jaíne estava preso num rabo de cavalo e ela usava óculos escuros, apesar do mau tempo.

Aquela hora da manhã, seu mau humor matinal pedia uma lente para bloquear a irritante claridade da manhã. Estava abrindo a porta principal quando seu telefone começou a tocar dentro da bolsa.

— Bom dia, meninas. — cumprimentou as recepcionistas, lhes oferecendo um sorriso rápido. Ouviu uma conversa animada que vinha da sala do representante comercial. Eram Lucas e Max falando sobre um cliente que viria hoje. Jaíne acenou para eles através dos vidros. — Bom dia.

— Ei Jaíne, bom dia. — Sâmia Melo estava com o nariz vermelho de quem havia ou se gripado ou chorado bastante. Viu-a hesitar por um instante. — Será que podíamos conversar?

Jaíne olhou do relógio para ela, com ar de desculpas.

— Será que pode ser depois da minha aula?

Sâmia Melo encarou sua roupa, como se só a visse agora e nota-se que ela não estava de uniforme.

— Oh! Tudo bem. Desculpe, as vezes eu esqueço que você tem aquela matéria reprovada.

Jaíne enfiou a mão dentro da bolsa, quando o telefone voltou a tocar novamente.

— Pois é. Quer almoçar? Podemos conversar no podrão da esquina. — murmurou distraída Jaíne. Melo fungou, observando Jaíne colocar a bolsa na banca, abrir e levantar o celular na mão como se fosse um troféu. — Droga de celular. Nos vemos mais tarde então?

Melo ergueu ligeiramente a mão em um breve aceno.

— Por mim tudo bem. Boa aula.

— Obrigada. — agradeceu Jaíne. Com a bolsa sob os ombros, andando apressadamente até a sala de aula, Jaíne atendeu a ligação com ar impaciente. — Alô?

— Jaíne Lopez? — era uma voz feminina e formal do outro lado da linha.

— Sim, sou eu mesma.

— Olá, Jaíne. Aqui quem fala é a secretária do Sr. Silva. Meu nome é Lara. Gostaria de lhe perguntar se você tem algum compromisso na quarta?

Franzindo o cenho, Jaíne estancou a frente da entrada da sala.

— Quarta a noite? Não, por que?

— Ótimo. O Sr Silva gostaria de lhe convidar para jantar.

— Diga ao Sr Silva que não marco encontro com secretárias. Sem ofensa, Lara. — disse Jaíne, com um misto de desconforto e irritação na voz. — Diga também que eu não dei o meu número para ele, então como é que você está me ligando?

— Há querida, isso foi fácil. Você é funcionária da Seventeen, foi só ligar para a unidade de Copa. Foi realmente uma coisa fácil, querida. Não se preocupe com esses detalhes...

Lute por nósWhere stories live. Discover now