- Ele quer sair logo – Ana enfatizou colocando a mão sobre a barriga redonda e riu com o chute que recebeu – Que pezinho pesado que você tem, hein bebê?

- Sim, bem pesado – Vitória resmungou se ajeitando na cama – Você poderia fazer ela parar?

- E como eu vou fazer isso?

- Cante para ela. Isso sempre a acalma e você sabe disso.

- Por que será que eu tenho a impressão de que é você que quer me ouvir cantar? – Ana perguntou se ajeitando na cama para ficar deitada na altura da barriga da sua esposa.

- Porque eu também quero, agora cante logo ou te jogo para fora dessa cama.

- Uh, tudo bem – Ana se aproximou mais da barriga de Vitória e levantou a grande blusa – Você está dando trabalho para a sua mamãe de novo, bebê? E aí sobra para mim depois... Sem contar que sou ameaçada.

- Ana Clara....

- Tudo bem, eu vou cantar – Ana se apressou antes que Vitória falasse mais alguma coisa – Vamos ver....

Ana pensou por um momento enquanto movia seus dedos de forma suave sobre a barriga de Vitória, decidindo qual música seria calma o suficiente para que sua filha parasse de se mexer. Assim que se decidiu, ela limpou a garganta e começou a cantar.

Não se arrisque em tentar
Me escrever nas suas melhores linhas
Eu não preciso de altar
Só vem repousa sua paz na minha
Eu já te disse alguma vez
Tu tem pra mim o nome mais bonita
A boca canta ao te chamar
Teu canto chama o meu sorriso
E tá tão fácil de encaixar
Os teus cenários na minha rotina
No calendário passear

O fim de tarde em qualquer esquina
Tão natural que me parece sina
Vem cá

Te sinto seu ao se entregar
Me tenho inteira pra você
Te guardo solto pra se aventurar
É tão bonito te espiar viver
Se encontra, se perde, se vê
Mas volta pra se dividir
Amor, é que você fica tão bem aqui
É que você fica tão bem aqui comigo

Não se arrisque em tentar
Me escrever nas suas melhores linhas
Eu não preciso de altar
Só vem repousa sua paz na minha
E eu te digo outra vez
Tu tem pra mim o nome mais bonito
A boca canta ao te chamar
Teu canto chama o meu sorriso
E tá tão fácil de encaixar
Os teus cenários na minha rotina
No calendário passear
O fim de tarde em qualquer esquina
Tão natural que me parece sina
Vem cá

-Ela está parando, amor. Não pare de cantar – Vitória pediu deitando a cabeça no travesseiro e fechou os olhos, aproveitando a voz calma de sua esposa

Te sinto seu ao se entregar
Me tenho inteira pra você
Te guardo solto pra se aventurar
É tão bonito te espiar viver
Se encontra, se perde, se vê
Mas volta pra se dividir
Amor, é que você fica tão bem aqui
É que você fica tão bem aqui comigo

Ana olhou para Vitória e a encontrou dormindo tranquilamente, assim como seu bebê também deveria estar dormindo. Ela deixou um beijo carinhoso na barriga de Vitória e abaixou sua blusa, a cobrindo com o lençol em seguida. Apagou a luz do abajur e se deitou o mais próximo possível de sua esposa, pousando a mão em sua barriga e deixando um beijo em sua cabeça.

- Boa noite, meus bebês.

***

- Com licença - A secretária de Ana entrou na sala segurando o telefone em mãos – Senhora Caetano, desculpe interromper, mas a senhorita Flávia está no telefone e exige falar com a senhora

Folhas De OutonoWhere stories live. Discover now