-Você deve estar me achando louco ou algo assim – ele sorriu. Seu sorriso era bonito, nem lembrava mais dele. Minhas lembranças eram todas péssimas, ele estava sempre sério ou brabo – eu estive pensando em você porque queria pedir desculpas por tudo que fiz.

Eu morri? Isso é algum tipo de pegadinha de algum canal?

-Hã... – comecei achar o que falar, mas Carlos me interrompeu.

-Eu procurei ajuda psicológico, como você já tinha me sugerido quando estávamos juntos – ele falou parecendo um pouco envergonhado – muitas coisas mudaram esses últimos meses...eu estou bem e aos poucos percebo o como fui um escroto do caralho com você.

Câmeras? Alô? Estava na Terra 2, fato! Apesar da minha estranheza, nos olhos de Carlos parecia ter sinceridade. Não desejava o mal para ele, pelo contrário sempre achei que ele precisava de ajuda, Carlos também deveria ser uma bagunça por dentro.

-Fico feliz que esteja melhor, eu sei de todas as dificuldades em se relacionar que você tinha e tinha o lance do seu pai também... – falei dando de ombros e pegando um maldito pacote de papel higiênico na promoção, o olhar intenso dele para mim estava me deixando sem graça.

-Isso! Você aceitaria jantar, almoçar, sei lá, tomar um café comigo? Eu realmente quero falar com você de verdade, me desculpar por tudo que te fiz.

Fiz uma careta para ele.

-Por favor... – Carlos pediu quando viu minha expressão.

Talvez minha nova versão podia ter um final melhor com Carlos. Nossa história podia acabar com uma conversa madura e amigável. Eu nunca tive medo dele e não era agora teria.

-Quando você está livre? – perguntei balançando os ombros.

-Quando você estiver – ele respondeu rápido.

-Sexta, as oito passa na minha casa – falei não muito animada.

Carlos abriu um sorriso largo.

-Vamos naquele restaurante italiano e caro que você gosta e pode deixar que pago – Carlos parecia animado – senti sua falta, Diana.

-Eu tenho mais compras para fazer, Carlos. Te vejo amanhã – respondi dando um sorriso educado e levando minha cabeça confusa e meu carrinho cheio para longe dele.

(...)

Casey, a outra voluntária da "Hora da Leitura" e eu arrasamos em pintarmos as crianças naquela tarde. Eu estava uma verdadeira artista e por um momento eu lembrei de Charlie e aquilo me abalou de um jeito péssimo. Mas foi apenas Lola, a criança do sorriso desdentado aparecer que esqueci tudo aquilo.

-Tia D, você nem sabe – Lola começou sempre com sua esperteza.

Hoje seu cabelo estava preso em duas chiquinhas que pareciam pompons já que seu cabelo era cacheado. Ela era linda!

-Me conte então – falei lhe dando outra careta esperta.

Nós éramos boas naquilo.

-Mamãe disse que vai conseguir providenciar uma roupa de fotógrafa para mim nesse Halloween, falei para era que quero ser uma quando crescer – Lola falou com as mãos na cintura e balançava o vestido de nuvenzinhas que usava naquele tarde – você acha que serei uma das boas, tipo você?

-Acho que você vai ser a melhor, não vou chegar nem aos seus pés – respondi enquanto pegava um pouco de purpurina para colocar nas asas da borboleta que Casey tinha desenhado.

-Talvez eu seja mesmo – Lola respondeu dando de ombros e acreditando fielmente nas minhas palavras.

Acreditava no talento de cada uma das cabecinhas ali dentro. O conto daquela tarde foi Harry Potter, contei até a parte em que ele iria para Hogwarts, todas as crianças quiseram receber sua carta, mal sabiam elas que eu também aguardava a minha até hoje.

Best Part (IWT 2ª temporada)Where stories live. Discover now