32. Mosaico de cortes

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Bom gente, eu realmente estou de volta!! 

Leiam as notas finais, vocês não vão se arrepender.

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Naquela manhã em particular, acordei antes que Normani. Levantando-me da cama, agarrei um cigarro e meu isqueiro e deixei o quarto, sendo cumprimentada pelo vasto corredor ainda consideravelmente escuro. Respirando fundo, desci os incontáveis degraus e atingi o salão principal, ajeitando o cigarro em minha boca e acendendo-o.

Após algum tempo vivendo naquela cidade, particularmente naquele teatro, a atmosfera tensa e a penumbra tornavam-se um peso em minhas costas, sinto tal peso até os dias atuais. Enquanto aspirava a fumaça de meu cigarro, diversas perguntas martelavam em minha mente. Por que Ally não me enviava mais cartas? Por que os casos médicos daquele teatro eram tão intensos? Quem, de fato, eram os investidores? A cada nova pergunta que surgia em minha consciência, a maior delas tornava-se mais aparente: Mudar-me para aquele teatro havia sido a decisão correta?

Enquanto o sol nascia na estranha cidade e a luz invadia a enorme mansão-teatro, eu tentava encontrar alguma paz em minhas tragadas, falhando miseravelmente, nada naquela cidade acalmava-me. A verdade é que, desde que meus pés conheceram o chão daquela mansão, eu vivera em estado de alerta.

"Uma tragada?" Uma voz tirou-me de meus pensamentos, eu me virei já sabendo que encontraria Camila Cabello.

"É meu último cigarro." Respondi, evitando os olhos da mulher, que me fitavam com um olhar predatório. O olhar de Camila Cabello me intimidava, ao mesmo tempo que sua expressão era franca, eu sabia que milhares de segredos se escondiam por trás daquela imensidão castanho escura. Camila havia visto milhares de coisas, intimidado milhares de pessoas antes de mim, eu tinha certeza, mas eu não conseguia olhar nos seus olhos e confrontá-la sobre tudo que eu já sabia mas ainda assim sentia vontade de descobrir.

"Eu não sou ciumenta, nós podemos dividir." Ela piscou, estendendo a mão sem esperar resposta. Eu suspirei e entreguei-lhe o cigarro.

Enquanto Camila se ocupava de colocar o cigarro entre os lábios, eu voltei meus olhos para ela. O rosto despreocupado, o cigarro atingiu os lábio rosados e ela cerrou os olhos enquanto o peito estufava, em uma tragada longa. A cada pelo do meu corpo arrepiado pela visão, eu me odiava e a odiava cada vez mais, mas meu olhar continuava travado nela, anestesiado pela cena. Camila Cabello era uma mulher quase magnética, mesmo que eu odiasse admitir.

"Os dias tem sido agitados." A garota disse depois de tirar o cigarro da boca.

"Eu estou começando a me perguntar se tem algo a mais acontecendo por aqui." Confessei.

"Essa cidade não é o lugar certo para se fazer esse tipo de perguntas." Camila deu de ombros após uma tragada, fumaça estampando suas palavras.

"Onde é o lugar certo?" Eu perguntei, arqueando uma sobrancelha.

"Se você descobrir, eu serei a primeira a fugir 'pra lá com você, acredite." Ela riu secamente, criando ainda mais perguntas em minha cabeça.

"Às vezes você não faz sentido nenhum." Eu murmurei, fazendo-a rir em resposta.

"Se você fizesse algum esforço, entenderia exatamente tudo o que eu quero dizer." Ela começou a se aproximar, o rosto cada vez mais próximo de mim. Eu engoli um seco quando senti o vapor de suas palavras, um leve odor de cigarro emergindo de seus lábios.

"Mas o meu palpite é que você tem medo de me entender." Ela disse em tom baixo, os olhos desafiando-me.

"Eu não tenho medo de você." Ralhei, aproximando-me mais ainda, fazendo nossos narizes se tocarem. Eu fechei minhas mãos freneticamente, tentando evitar que elas tremessem. 

Dark Times - Camren (Horror!Fanfic)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora