24. A Floresta

1.8K 265 202
                                    

ME DESCULPEM PELA DEMORA, DE VERDADE, EU TO TENTANDO ORGANIZAR O MEU TEMPO, MAS TA MEIO DIFÍCIL :(

AGR A PORRA COMEÇA A FICAR SÉRIA

COMENTEM, AMORES
-------

Eu engoli um seco, todos me encaravam, esperando que eu fizesse algo. O silêncio perturbador envolveu-me enquanto eu me aproximava do corpo claramente morto de Matthew.

Ajoelhando-me lentamente, eu coloquei dois dedos em seu pescoço, procurando qualquer pulso que pudesse existir, mas não tive sucesso. Um arrepio correu por minha espinha.

Lembrando-me de sua estranha crise, algo que eu sabia não se tratar de uma alergia, mas me forçava a acreditar em tal opção por ser a mais racional. Porém, naquele momento, eu soube, eu não poderia chamar seu estranho caso de alergia. Alergias não tinham tais circunstâncias.

"E... Eu sinto muito" Balbuciei e encarei o rosto de Dinah. A mulher parecia tensa, apreensiva, mas suas feições não se comparavam ao pavor no rosto dos demais naquela sala.

"Tire-a daqui" Dinah empurrou Normani suavemente para Louis, a morena negou-se a largar a cintura da dona do teatro, apenas enterrando seu rosto mais fundo na curva do pescoço da maior. Normani, diferente dos outros, estava arrasada, o medo em suas feições tornando-se quase imperceptível em meio á sua confusão e dor.

Ainda encarando o corpo morto de Matthew, eu analisei seu estado. Nunca, em meus anos de medicina, eu testemunhara algo do tipo. A cena em minha frente era uma típica cena de um assassinato. Meus joelhos estavam molhados com o sangue que se estendia pelo chão, Matthew tinha seu crânio amassado de modo perturbador, um de seus olhos continuava aberto, revelando uma terrível expressão de pavor. O sangue respingara por seu corpo e pelos móveis na sala.

"Nós não podemos enterrá-lo no cemitério municipal" A voz trêmula de Jason quebrou o silêncio

"Os habitantes nunca permitiriam" Kurtis complementou e um suspiro deixou meus lábios. O ódio investido nas mentes dos habitantes daquela cidade fora outro grande fator para que eu mudasse meu modo de pensar.

"Existe um cemitério nos fundos do teatro. Isso não é um problema, mas nós precisamos entender o que houve aqui" Dinah disse enquanto acariciava os cabelos de Normani, a dona do teatro mostrava-se extremamente incomodada com a presença da morena ali. De fato, Normani não merecia ver tal cena.

"Nós realmente vamos usar o cemitério?" Camila questionou

"É nossa única opção. Lauren, Liam vai lhe auxiliar. Eu gostaria que você constatasse a causa da morte" Dinah respondeu-lhe. Eu assenti com a cabeça e me levantei, sem tirar os olhos do cadáver em minha frente. Até hoje, me lembro completamente de cada elemento daquela terrível cena de assassinato.

"Por que nós não chamamos a polícia?" Indaguei

"Porque a polícia não liga para nós" Harry disse friamente

Todos deixaram a sala, deixando-me sozinha com Liam. Porém, um estranho sentimento me invadiu, algo que vinha me ocorrendo desde o segundo em que eu comecei a me sentir  estranha em tal teatro. Algo que me ocorre até o momento em que escrevo tais palavras. Algo (e eu não falo do fato de que um cadáver descansava aos meus pés) estava terrivelmente errado.

"Eu vou transportá-lo até a sua sala, talvez você queira se levar" Liam apontou para as manchas de sangue em meus joelhos e mãos

O fato é que, eu era uma médica, não uma investigadora criminal. Eu poderia identificar a causa da morte de Matthew e talvez outros mínimos detalhes, mas não poderia extrair as informações necessárias para solucionar tal crime.

A causa da morte de Matthew era clara: Pancadas fortes contra seu crânio, amassando-o e causando perda de sangue trauma fatais. Eu tomei algumas notas sobre o estrago feito em seu crânio, apontei potenciais armas, sendo que a mão de um ser humano nunca causa tais ferimentos e estimei a hora de sua morte. Porém, aquilo era tudo que eu poderia fazer.

Após retirar minhas roupas hospitalares e lavar minhas mãos ainda molhadas pelo sangue do pobre homem, eu fiz meu caminho até o salão principal, onde Louis brincava com algo em suas mãos.

"Você viu Dinah? Eu preciso entregar o atestado de óbito pra ela?" Me aproximei e ele retirou sua atenção do que eu notei ser uma moeda para me encarar

"Ela deve estar com Normani" Deu de ombros

"Normani vai se esquecer disso?" Indaguei

"Talvez ela se esqueça da visão que ela teve, mas eu não acho que ela vá conseguir se esquecer da morte de Matthew" Suspirou

"Ela me pareceu particularmente chateada" Comentei

"Matthew era o melhor amigo dela" O artista deu de ombros e um suspiro deixou seus lábios

Louis parecia ansioso, ele tinha um semblante triste em seu rosto, porém seus dedos ainda brincavam com a moeda e seus pés batiam incansavelmente contra o chão. Eu franzi as sobrancelhas.

"Lauren?" Ouvi uma voz conhecida e me virei, encontrando Dinah Jane

"Os relatórios estão prontos" Levantei os papeis em minhas mãos, ela fez seu caminho até nós e eu lhe entreguei minhas anotações e explicações sobre a morte de Matthew

"Você vai realizar investigações?" Louis indagou de repente

"Nós faremos algo para homenageá-lo, mas no momento eu peço que vocês sejam pacientes" Dinah explicou

"Não foi o que eu perguntei" O artista rosnou

"A polícia nunca se encarregaria de algo ligado ao teatro, e você sabe disso" A dona do teatro disse em tom firme

"Você teve recursos para contratar uma médica particular, não vejo motivos para que você não contrate um investigador" Ele retrucou

"Lauren foi uma indicação, eu não saberia onde encontrar alguém que trabalharia para nós. Você, antes de todo mundo, deveria saber disso" Ela disse de maneira ríspida, eu desejei não estar no meio daquela discussão

"Você vai fazer exatamente como fez quando..."

"LOUIS, ISSO É O SUFICIENTE" Dinah ralhou e o artista estreitou seu olhar

"Como você quiser" O homem de olhos azuis disse em tom irônico

"Lauren, talvez você devesse examinar a memória de Normani, fazer alguns exercícios para que ela se distraia. Ela realmente precisa de alguma distração" Dinah virou-se para mim como se tal discussão nunca tivesse ocorrido e caminhou para longe de nós, deixando o teatro pela porta principal

"Me desculpe por isso, Lauren" O artista se virou para mim

"Eu não sei do que vocês estavam falando, de qualquer jeito" Murmurei

"Você ainda gostaria de conhecer a floresta?"

Dark Times - Camren (Horror!Fanfic)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora