Morar em um prédio um tanto quanto luxuoso rendeu vantagens na hora de improvisar uma mesa de jantar no terraço. Tal que estava devidamente posta de acordo com o gosto de Bárbara e a aprovação de Ana. O jantar havia sido feito pela empregada de Ana que cozinhava para a mesma duas vezes por semana, os dois dias em que Ana tinha suas melhores refeições já que seus dotes culinários eram uma lista demasiadamente curta. Enquanto Ana acabava de se vestir, Bárbara terminou de colocar o jantar sobre a mesa, ambas esperavam que Vitória não se atrasasse, caso acontecesse, a comida ficaria fria.

— Uau, parece até que está indo para um restaurante de luxo. — Bárbara disse ao parar na porta do closet.

— Era a intenção. — Sorriu ainda virada para o espelho, olhando seus reflexos.

— Cinco minutinhos para o horário marcado. — Deu alguns passos até se aproximar mais. — Não tem nem graça elogiar sua roupa, mas, você está linda. Se ela já é apaixonada por você, hoje ficará ainda mais. — A abraçou por trás, lhe dando um beijo no rosto. — Bom jantar, patinha!

— Obrigada, não só pelo "bom jantar", mas por tudo.

— Foi um prazer te ajudar. — Sorriu. — Vou ir antes que ela chegue. Quero detalhes depois, ok?

— Como quiser...

Bárbara a soltou e lhe mandou outro beijo antes de sair do closet. Após uma última olhada no espelho, estava saindo do closet quando a campainha tocou. Bárbara e Vitória claramente haviam se encontrado no corredor. Para Vitória, iriam jantar em algum restaurante que Ana escolhera, Ana pedira para que ela passasse de lá para que fossem juntas, não queria dizer logo de cara o que tinha planejado.

— Hey. — Disseram em uníssono e em meio a sorrisos. — Vamos? — Vitória perguntou sem tirar o sorriso do rosto.

— Vamos sim. — Ana segurou a mão de Vitória e a trouxe para dentro do apartamento, trancando a porta em seguida.

— Ninha? — Vitória franziu o cenho enquanto era guiada por ela até a porta de vidro que levava às escadas. — Por que... — Não concluiu sua pergunta, a resposta já estava bem ali na sua frente. Ana parou quando percebeu que Vitória havia parado também, se virou para ela com os olhos transbordando expectativas e assistiu seu olhar alternando entre ela e a mesa. — Você... — Ana a interrompeu.

— Eu queria ao menos uma lembrança boa com você aqui.

— Ana Clara! — Exclamou seu nome como costumava fazer sempre que não sabia o que falar, Ana achava que soava com graciosidade. — Por que você não me disse antes?

— Queria ver sua reação. — Sorriu.

— Não sei o que demonstrei ao ver, mas quero que saiba que além de muito surpresa, me deixou extremamente feliz. — Sua voz saía em um tom que transparecia o que havia dito.

— A intenção sempre é essa.

Se aproximaram mais da mesa e tomaram seus lugares, uma de frente para a outra.

— Você fez tudo isso sozinha? — Arqueou uma sobrancelha.

— Você está duvidando da minha capacidade? — Perguntou enquanto pegava a taça de Vitória e lhe servia o vinho.

— Absolutamente não, apenas uma pergunta.

— Tive ajuda da Bárbara. — Colocou a taça à frente dela.

— Viu só?! — Sorriu orgulhosa.

— Me dê um crédito pelo menos pela ideia ter sido inteiramente minha. — Agora colocava vinho em sua taça.

Folhas De OutonoWhere stories live. Discover now