Meu Limite - QUEBRADOS 1

Capítulo 42 - Refém do seu amor

– Eu te amo Layla – deixa a lágrima escorrer – estou feliz tendo você aqui sob meus cuidados. Não me imagino longe dos teus cabelos, do teu corpo. Você se tornou uma parte de mim... não vá. Resolvo tudo hoje mesmo, Julia e Roberto que procurem outro apartamento.

– Você sempre amou estar perto da sua família, não a quebre por mim.

– Não vai se quebrar. Quem vai se quebrar sou eu se você me deixar.

– Você falou sobre psicólogos e como sempre fugi. Desconversar não me curou. Não posso te colocar em mais perigo do que já fiz... E não digo sobre os bandidos sei que pode lidar com isso. Mas se trata das minhas crises de identidade, a lacuna falha de tentar me encontrar e acabar me perdendo. Ou a indecisão a qual sempre nos rodeou. Sou uma bomba relógio e quero ser desarmada. Nem mesmo você meu amor poderia fazer isso.

– Podemos arrumar um bom psicólogo aqui, o melhor do país...

– Preciso lutar com as próprias mãos meu amor. Preciso me libertar da dependência. Aprender a me amar de verdade, para te entregar o mais lindo que guardo aqui. – Aponto para o coração.

O homem mais seguro de si que conheci na vida, sentiu medo pela primeira vez. Sem dúvidas toda sua vida foi recheada de pessoas que se importavam e não mediam esforços para vê-lo feliz e realizar todos os seus pedidos. Mimado, amado, o adjetivo já nem importava mais. Tudo foi planejado e articulado perfeitamente em sua vida. As metas, os sonhos, as conquistas. E agora via escapar por entre seus dedos todo esse controle absurdo.

– Eu te amo Thor, mas eu não quero continuar aqui, não quero destruir sua família, entenda meus motivos...

– Você vai me destruir se for embora, você vai me despedaçar, eu viro um menino por você Layla Gianini, viro homem, me torno o que você quiser, só não me deixe...

Nesse instante Thor você deu o que sempre busquei em lacunas vazias.

Coragem.

Percebi que sozinha consegui conquistar seu amor incondicional. Apaixonou-se por mim mesmo. Até então um nada a qual considerou tudo.

Foi nesse instante que o nosso início começou, e o fim também.

Tomei a decisão... Iria me encontrar aonde quer que fosse o lugar no qual me perdi, voltaria para ser somente sua.

– Não vá embora princesa...

A sensação que tive foi a de uma mão amassando meu coração e com toda força espremendo até que vire apenas sangue vermelho. A nossa ligação estava intacta. Sua dor era também a minha.

Se existisse alguma cena na qual poderia descrever como dolorosa em todos os anos os quais vivi, ela fora apagada, por que ali bem diante dos teus olhos molhados meu amor, eu senti a pior tormenta dos meus dias. Nem em mil anos estaria pronta para te ver sofrer.

Como implorei para que os céus, perdão por cada lágrima salgada escorrendo do topázio de seus olhos. Sua boca tão bonita tremia em desespero. Todos os seus gestos, cada sopro de ar frenético e ensurdecedor se tornava meu. Nós seriamos um só. Em breve.

– Eu te amo meu Grandão, não estou te deixando...

– Tudo em mim diz que vou te perder, vamos acabar destruídos, nós precisamos um do outro.

– Nada nesse mundo se compara ao que eu tenho aqui guardado pra você, quero estar inteira já cansei de ser fragmentos de mim mesmo, só tenta entender isso tá bom?

Toco seu rosto molhado da mesma forma que tocaria uma pérola preciosa, com todo cuidado e admiração, deixo o sentimento escorrendo pela minha face, que as sentenças tácitas falem por mim, acerto sua boca com a minha em um beijo de até breve tórrido e tortuoso.