Capítulo 21 - Promessas

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O mundo é um aglomerado, poucos podem entender o que você sente. Parar, pensar, não utilizei a calmaria, desejo, somente esse teve poder pelos meus atos, de qualquer forma, nada justifica os fatos. Fui levada pela paixão avassaladora. Sou réu confessa, entregue se preciso for, o habeas corpus negado pelo ser humano ao meu lado.

Arrependimento? Qualquer brecha para isso foi exclusa com o cheiro de Thor Telles impregnado nos lençóis brancos que mal cobrem minha nudez, o homem dorme de bruços, seu rosto enterrado no travesseiro. A vontade de tocar suas costas bem desenhada é tentadora. Inspiro seu cheiro junto ao meu.

Acordar ao lado de Thor depois dessa noite quente, não deveria ser tão embaraçoso. Mas é.

A caminhada da vergonha para o closet é rápida, já que o trator está dormindo. Corro nas pontas do pé fazendo o mínimo de barulho que consigo, tranco a porta atrás de mim, encosto na porta do banheiro, suspiro aliviada. Encaro meu reflexo no espelho "enfim sós" consigo mesmo né.

Bonito pra sua cara?

O que faço agora? É tudo novo de novo pra mim.

Os sentimentos estão todos se revirando no estômago, causando uma ânsia maldita.

Onde fui me meter!

Luiza vai me esganar.

Como vou olhar pra ele chamar de amigo? Será que isso nos define?

– Layla – sua voz sonolenta grossa e preguiçosa, fazem as pernas estremecem, seguro firme na bancada da pia, o sangue para de circular normalmente. – Caiu da cama? – Fico em silêncio, como olhar pra cara dele? Ah esse famoso constrangimento pós foda, pois foi apenas isso que fizemos, não foi? – Eu preciso mijar... Está tudo bem? – Claro que não! Mas, como falaria isso pra você? Silêncio longo – abra a porta – desconheço se foi pergunta ou interrogação seu pedido sutil.

– Estou nua!

– Sério isso?

– Thor, pegue minhas roupas, por favor? Liberarei o banheiro logo em seguida.

– Hoje é domingo Layla, nossas agendas estão vazias, bom pelo menos a minha. Podemos fazer qualquer coisa sei lá. – A confusão presente está em ambos os amantes.

Devolvo o silêncio.

– Se você quiser é claro. – Ele insiste. – Bom vou a outro banheiro, depois estarei na cozinha, pode usar uma camisa minha se achar melhor, suas roupas estão em algum lugar do quarto caso queira usá-las, tanto faz. – O dissabor se faz presente em sua voz.

– Tá. – Thor merece muito mais que um simples "tá" ainda assim é tudo que posso oferecer.

Diante do grande espelho sobre a pia, encontra-se alguém ruborizada, está longe de ser a devassa debaixo daquele corpo grande, as memórias eloquentes fazem a merda de o calor reaparecer, abro a torneira deixando á água corrente, lavo o rosto, esperando com sinceridade que á água leve as lembranças e o fogo consigo. A mulher a minha frente está diferente! Os olhos inchados devido ao choro da noite passada, uma nova cicatriz recém-fechada está gravada em meu seu ego.

Meu Limite - QUEBRADOS 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora