Plano de Guerra

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Me dirijo à mesa de comando a passos largos. Aperto alguns botões no painel e envio uma convocação para Jarvis na Torre, pedindo que meu pai e os Vingadores venham até aqui para uma reunião de emergência. Aperto outro botão e o mantenho pressionado enquanto falo com Mally.

- Preciso transmitir essa mensagem pela casa, de modo que todos ouçam.

- Claro, Jade. Pode falar! - O programa responde prontamente.

- Jade Stark para Torre de Comando: Reunião de emergência na sala de reuniões em 1 hora. - digo com voz robótica - Repito. Reunião de emergência na sala de reuniões em 1 hora, é melhor vocês comparecem. Câmbio e desligo... Sempre quis dizer isso.

Vou até a biblioteca e pego uma pequena pilha de livros, indo para a sala de reuniões em seguida. Organizo tudo sobre a mesa e abro um mapa de guerra que eu mesma desenhei. Passo o resto da hora estudando feitiços nos livros, até ser interrompida por meu pai e os outros.

- Sejam bem-vindos. Vocês foram convocados aqui nesta tarde para o planejamento da batalha, que está mais perto do que nunca. - os observo com uma expressão séria e indico seus lugares à mesa. - Sentem-se por favor.

- Quais são seus planos, Jade? - meu pai pergunta olhando fixamente para os mapas.

- Antes de falar o meu plano, quero que saibam que eu não estou louca como vocês pensam... Pelo menos não ainda. - sorrio meio sem jeito e vejo todos assentirem e me olharem curiosos.

- Você tem alguma pista de quem são os deuses que estão nos traindo? - Kira me lança um olhar cheio de expectativa.

- Na verdade, não são os deuses. É somente a traidora oficial, Éris. - reviro os olhos - Ela esteve aqui mais cedo. Queria que eu fosse sua "campeã pessoal"... Terrivelmente nojento, da parte dela.

- E você recusou, certo?

- Vocês sabem que eu jamais aceitaria... Agora vamos ao que interessa! - finco uma das minhas adagas de arremesso no mapa, indicando duas torres "escondidas". - Quero atiradores nessas torres. Lizzy e Clint, vocês irão comandar meus arqueiros, sei que são os melhores. Além disso eu tenho algumas coisas que poderão ser úteis, no meu arsenal. - digo com firmeza e lanço um olhar determinado para meu pai, Clint e Liz que confirmam com sorrisos de aprovação.

- Certo, mas antes que prossiga com o plano... Onde você está planejando que sejam essas torres? - Natasha me olha desconfiada.

- Bom, fico feliz que tenha perguntado. Vou precisar da Wanda, Kira e Zara para isso. - Uso magia para depositar três exemplares do meu livro de feitiços na frente delas. - Nós quatro vamos criar um tipo de ilusão que nos mandará para este campo de batalha e manterá o resto do mundo à salvo.

- Essa é a minha garota! - Tony me estende a mão em um high-five animado enquanto aponta para as bases ilustradas no mapa - Teremos duas equipes nas defesas: Alpha e Beta. Equipe Alpha: Luma, Chris, Millie, Thera, James e Briana.

- Nada disso, Tony. Eu vou para as linhas de frente, mesmo que vocês tentem me impedir. - Thera me lança um olhar selvagem e determinado.

- Está bem, Thera... Millie e Madison devem ficar nas bases. Seus poderes serão úteis para o levantamento de barreiras. - indico as bases no mapa e duas barreiras ilustrativas surgem, juntamente com soldados e arqueiros espalhados pelo cenário. - Equipe Beta: Kate, Wally, Dan, Mad, Izzy e Erick.

- Mas, e você? Vai ficar em que equipe? - Steve me questiona com um olhar preocupado e protetor.

- Em nenhuma. Eu vou para a linha de frente junto com a Thera... E acho bom nenhum de vocês tentarem me impedir. - Olho acusadoramente para Steve e depois para meu pai, enquanto brinco com as adagas de uma forma ameaçadora.

- Ah, mas não vai mesmo! - Tony me olha furioso e bate o punho na mesa com força.

- Você não vai chegar nem perto de Thanos, Jade. Está ouvindo? - Steve me lança um olhar afiado e diz em tom de aviso.

- E o que vocês pretendem fazer para me impedir? Se eu disse que vou junto com vocês, é isso e pronto... Eu não preciso da proteção de nenhum dos dois. - Me levanto e finco a adaga em um ponto a frente dos soldados desenhados, saindo da sala a passos firmes.

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Entro na sala de treinamento e bato a porta de vidro com força, quebrando a mesma em milhares de estilhaços. Enrolo uma faixa em volta dos punhos e começo a socar e chutar um saco de pancadas, descontando toda a minha raiva nele. Ao ver Steve ao longe, aparentemente vindo atrás de mim, coloco meus fones de ouvido no último volume. Giro o tronco uma última vez e com o impulso acerto um chute no saco, derrubando o mesmo no momento em que meu namorado passa pelos restos da porta.
Ele me olha sério, dizendo algo que não ouço mas parece uma clara mensagem de "Precisamos conversar", enquanto ignora os indícios óbvios de que estou com raiva.
O encaro com um olhar furioso por alguns segundos e me coloco abaixo de uma barra no teto que atravessa a sala de um lado ao outro. Flexiono os joelhos e salto, me agarrando a barra e passando as pernas entre os braços de modo que fico pendurada pelas pernas. Ignoro a presença de Steve, que se encosta na parede a minha frente e me olha com certa impaciência.
Cantarolo baixinho uma canção qualquer enquanto digito nos hologramas de cabeça para baixo, ainda pendurada na barra. Estou quase esquecendo totalmente do Capitão quando ele me tira de cima do ferro e me mantém em seus braços de forma que não posso escapar. Ergo meu dedo em sua frente sem olhar para ele, nem fazer qualquer menção de resistência.

- Eu disse que nós precisamos conversar. - Steve diz em meu ouvido em tom urgente.

- E eu disse que não temos nada para conversar enquanto você continuar agindo como um idiota! - fecho os punhos e cruzo os braços enquanto uso um tom de acusação.

O Capitão me leva para o quarto ainda em seus braços, mesmo que eu o ofenda durante todo o percurso e me coloca na cama com o mesmo cuidado que colocaria uma criança adormecida. Ele se vira e fecha a porta do quarto, se sentando ao meu lado.

- O que você acha que está tentando fazer, Capitão Rogers? - rosno.

- Estou tentando impedir que você se mate, não é óbvio? - seu tom de voz e sua expressão se transformam em preocupação.

- Eu não pedi que fizesse isso. Seria melhor se parasse de achar que sabe o que quero ou o que é melhor pra mim. É a minha vida e eu decido o que fazer com ela. - mantenho o cenho franzido e o olhar furioso e determinado.

- Então você acha mesmo que vou vê-la querendo dar a vida em uma guerra sem fazer nada para impedir?! - Ele me olha incrédulo.

- E você acha que eu vou ver você dando sua vida em uma guerra, sem poder entrar nela ao seu lado?! - o questiono com uma expressão orgulhosa. - Não mesmo, Capitão América... Se quiser participar disso, vai ter que aceitar que quando olhar para o lado naquele campo de batalha eu vou estar lá. E não há nada que possa fazer para mudar isso.

Iron Girl- Entre Dois MundosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora