CAPÍTULO 14

373 44 3
                                    

Lee Soo Ah

E então eu não podia mais deixar que isso fosse prolongado. Estava começando a me incomodar desde que minhas horas fora de casa e da doceria estavam sendo gastas na casa de Eun Mi. Mesmo insegura, resolvi arriscar.

— Papai — o chamei, enquanto ele preparava o café da manhã.

— Sim?

Jung Ah e mamãe estavam dormindo, eu não queria acordá-las, então tentei ser mais breve o possível.

— Papai, já faz alguns dias... Eu pedi licença da escola para dar aulas particulares a uma garotinha que precisava e ainda precisa muito de mim, pelo menos por um certo período até que ela entenda que... — ele me interrompeu. — Está tudo bem.

— Papai, eu sempre me esforcei muito e eu realmente gostaria que o senhor... Espera, o que disse?

— Eu disse que está tudo bem.

— Desculpa, senhor. O que fez com o meu pai?

Ele riu. — Sua mãe já me informou sobre isso, mas esperei que viesse até mim.

— Mas, por que o senhor aprovou tão facilmente?

— A vida também exige alguns riscos, Sweet Lee. Se você gosta de alguma coisa, deve correr atrás e se dedicar. É verdade que eu não aprecio muito seus esforços sendo gastos como professora, mas quando lembro do meu passado, eu sou a primeira pessoa a segurar a sua mão e te apoiar no que quiser.

— O vovô nunca foi a favor do seu amor pela culinária, não é, papai?

— Isso mesmo. Se o seu avô me pegasse na cozinha tentando fazer um bolo naquela época, ele sempre jogava a massa fora.

— Entretanto, o senhor se tornou um confeiteiro de muito privilégio.

— E mesmo assim, seu avô ainda me julgou por muito tempo.

— Tenho orgulho do senhor, papai — sorri, acariciando suas costas com dois tapinhas.

— Eu que tenho orgulho de você, minha Sweet Lee — sorriu. — A propósito, como a diretora Song te liberou tão facilmente?

Aquele questionamento me tirou um sorriso sem jeito e um tanto desafiador.

— Digamos que deu tudo certo.

Papai riu, concentrado no café da manhã.

— Vai tomar café conosco, ou já vai para a casa da garotinha?

— Tenho tempo suficiente antes de ir para lá — sorri.

Cha Eun Woo

Papai convocou uma reunião com todos os funcionários para anunciar sobre a grande mudança. Eu estava a apenas alguns passos de me sentar naquela poltrona e ter o meu nome na mesa do presidente, e escrito embaixo: Presidente. Um pequeno calafrio na espinha, uma sensação completamente nova e desafiadora. Confesso, sem delongas, que eu estava me sentindo nervoso. Muitos ali expressaram sua surpresa com a entrega surpresa daquela notícia. Quem diria que aquele menininho retraído logo se tornaria o presidente daquele lugar? Respirei fundo por alguns segundos e então, resolvi me pronunciar.

Annyeonghaseyo (olá, termo educado) — iniciei enquanto ainda procurava as palavras certas. — Trabalhamos duro durante algum tempo sob a gerência do presidente Cha, agora vice-presidente. Hoje, por decisão do mesmo, assumo o seu dever com louvor. Eu sou Cha Eun Woo, o novo presidente da Cha Detail Marketing. Por favor, vamos nos dar bem.

Todos me aplaudiram com um sorriso no rosto, mas acreditei que boa parte da alegria estampada no rosto daquelas pessoas não seria porque eu estava assumindo o lugar do meu pai, mas sim porque apesar de eu ser alguém mais novo, supostamente poderia ser enganado facilmente. Era o que eu via enquanto acompanhava as reuniões e a dinâmica da empresa.

— Por favor, cuidem bem do seu novo presidente. Estarei observando de todas as formas possíveis — pediu papai. — A propósito, por favor, cuidem bem de mim, o seu vice-presidente.

Eu não entendi o motivo, mas muitos ali riram das palavras do meu pai.

— Por favor, retornem aos seus departamentos — pediu papai, logo fazendo um sinal para que eu o seguisse.

Caminhamos até o elevador mais próximo do corredor, e então seguimos a caminho da "sala do presidente". Tudo estava preparado no mais perfeito ângulo. Papai já havia disponibilizado sua mesa para mim, e eu pude ver muito bem o meu nome escrito em cima dela.

— Sente-se e experimente a sensação — sorriu papai.

O fiz. Era estranho para mim, e nem tão de longe assustador, vendo pela possibilidade de supostamente me tornar o homem que meu pai é hoje. Digo isso, sobre tudo.

— Aproveite esse momento. Estarei logo ali, na minha nova sala — disse papai, apontando para a antiga sala de arquivos que agora havia se tornado o seu novo escritório.

— Tem certeza de que vai ficar bem trabalhando naquela sala? Tem muito espaço aqui.

— Está tudo bem, meu filho. A antiga sala de arquivos está completamente disponível para mim. E vendo por outro lado, é uma sala confortável sem aquelas prateleiras e caixas de papelão ao redor.

— Está bem então.

Lee Soo Ah

— Professora Lee, você vai embora quando eu ficar boa?

— Sim, Eun Mi. Terei que voltar à escola, e acredito que você também irá.

Ela sorriu.

— Professora Lee, obrigada por estar aqui.

Acariciei sua cabeça.

— E então, o que acha de estudarmos um pouco? Depois poderemos brincar.

— Deveríamos brincar quando todos os meus irmãos e primo chegarem?

— É uma boa ideia — concordei.

O Mistério Em Seu OlharWhere stories live. Discover now