Capítulo 34 - Escuro como meu nome

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Era uma rua sem asfalto, empoeirada e escura. Iluminação pública? A da lua e de algumas poucas casas com fios de eletricidade esticados até o portão, numa famosa gambiarra no fim deles um bocal isolado com fita preta e a pequena lâmpada brilhava.

Nunca vi essa rua, nem essas casas com tintas descascadas, e barris velhos de óleo com fogo aceso.

– Não adianta fugir – a voz adentra meu ouvido.

Encostada em um muro qualquer tomo folego para correr novamente. Procuro meu celular, minhas mãos tremem, ligar pra polícia agora foi uma das tarefas que minhas mãos não conseguiam realizar.

O barulho alto sinaliza de uma moto se aproximando devagar, leva embora os devaneios ao escutar a voz do piloto, é notável os pelos dos meus braços levantando, recuso a encarar o dono da moto.

– É ela! É ela mesmo, vamos!

Feito doida, corri pela cidade em busco de abrigo, e agora percebo o quão em perigo meti meu bebê. Bati em algumas portas, mas as pessoas simplesmente a fechavam.

– Socorro – gritava enquanto corria, o fôlego diminuía a cada instante.

O barulho da moto cessa, um homem de capuz negro atravessa a minha frente, posso ver a silhueta de uma arma enfiada no jeans, mal coberta pela camiseta fina.

Estou sendo cercada por cinco caras grandes usando o mesmo capuz negro, tento não olhar pra cima, encarar apenas meus pés descalços. Amedrontada, sem reação, abraço-me protegendo a barriga.

Mães são sensitivas? Sim! Porque fiz uma nota mental de despedida para o meu filho. Com o pensamento que não sairíamos vivos daqui a opressão tremenda, a falta de ar, a tontura. Tudo querendo gritar dentro de mim, mas minha boca estava travada em uma camada fina, feito àquelas paralisias que temos no sono, onde estamos totalmente conscientes, mas não conseguimos agir.

– Como você correu, acha mesmo que poderia fugir do seu destino? – Diz um moreno magrelo com cabeça raspada, seus olhos são escuros e usa um aparelho vermelho e preto nos dentes, o que distinguiu no seu jeito foi à tatuagem do dragão cuspindo fogo, sorri para mim quando sou pega, gravando seu jeito totalmente assustador.

– Você pode olhar, pode nos encarar, fazer o que quiser querida, nossas ordens são simples, precisamos arrancar uma coisinha dentro de você! – agora quem fala, é o gigante de barba grande tão grande que o seu fim se dá no início do peitoral, parece ser mais velho lá pelos seus quarenta anos, tem os cabelos presos num rabo de cavalo.

– Vocês estão me confundindo com alguém, juro! Não fiz nada – o cara mais velho, que deveria ser também o mais sensato pela minha perspectiva. Os cabelos grisalhos, pupilas dilatadas negras, barriga avantajada e uma blusa listrada, azul e branco.

– Nunca nos confundimos Layla Gianini!

Os homens se aproximam ao mesmo tempo, suas mãos começam a passear suas por partes do meu corpo, braços, coxas, puxam o cabelo para expor o pescoço, molham com línguas nojentas, me arrepio de pura aflição e medo. Não consigo reagir.

Meu Limite - QUEBRADOS 1Where stories live. Discover now