Capítulo 21 - Promessas

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Levo a mão até o peito e o toco, cheio de manchinhas roxas, denominados chupões estão bem visíveis, o pescoço está marcado de roxo crescente.

– Ooow não! Essa não.

Que noite? Palavras são insuficientes para descrevê-la.

Novamente quebrei mais uma regra, estou ficando boa nisso.

"REGRA 5: NÃO DURMA COM OUTRO, JAMAIS"

O cheiro de bacon invade meu nariz, quantos metros quadrados, me separam da comida? Saio do banheiro a procura de uma peça confortável pra usar no closet imenso do rapaz, a uma variedade, atrevida que sou, mexo com vigor nas suas coisas.

Uma camiseta preta cai na metade da coxa acompanhada de uma cueca da mesma cor bem confortável e flexível, posso até trocar por algumas calcinhas minha, caso deseje.

Ele é de se admirar, eu não posso evitar.

Solidão andou junto por tanto tempo, o clarão em forma de homem, retira essa sensação sem grande esforço. "Estarei sempre aqui" vi verdade no azul topázio desde o início, confiei no amigo, me entreguei ao amante. Fui tratada pelo doutor. Estou babando no cozinheiro? Quantos mil homens podem ser em um só?

Thor veste apenas um short preto de tactel exibindo a bunda bem desenhada, nas costas corpulenta os vergões rosa estavam por toda parte, coro, minhas bochechas lembrando que sou a agressora. Despeja na travessa branca de porcelana a omelete aparentemente deliciosa, bacon, suco de laranja, variedades de iogurtes e cereais, café, leite...

– Não sabia que cozinhava. – Sento na cadeira sob a mesa de vidro bonita centralizada na cozinha, totalmente cobiçosa, frutas diversas chamam atenção, o estômago impudico ronca.

Percebe que tem companhia com surpresa brilhando nos olhos azuis, oferece um pequeno sorriso.

– A algumas coisas a descobrir, sou uma caixinha de surpresa.

– Uma caixona. – Deveria manter a boca fechada, isso facilitaria muito a vida.

Thor tem sua boca bonita vermelha e inchada como se tivesse sido beijada a noite toda, retorcida em um sorriso lateral totalmente sacana, senta-se ao meu lado na mesa, depositando um beijo doce em minha testa, sim isso foi o seu jeito de desejar bom dia.

– Caixona? Grande? Gosta de coisas grandes?

– Thor não seja devasso essa hora da manhã. – Julia aparece segurando Roberto sonolento pela mão. – Bom dia cunhadinha! – O casal senta se a nossa frente e começam a servir o café da manhã. – Então, como foi à noite dormiram bem?

Roberto cai em uma gargalhada profunda.

Engasgo com o suco.

– Eles não dormiram, e não me deixaram dormir, foi uma droga.

– Da pra pararem de falar?

– Vamos à praia hoje! Vai ser tão emocionante.

– Não entendo como você acorda tão animada assim? – Roberto questiona.

– Layla devia aderir ao bom humor matinal. – Meu companheiro dá de ombros.

– Você ronca feito um trator. É impossível. – Empurro o braço dele com humor.

– Ronca mesmo, desde pequeno Tito é assim, defeito de fábrica, eu fui único que os Telles fizeram bem-feito. – Rimos.

– O defeito dele é no cérebro, mais isso é o de menos, pelo menos ele não ronca. – Thor revira os olhos.

– Só para te alertar, Tito não faz café da manhã pra gente, tipo nunca! Não se iluda.

– De que lado você está Julia?

– Do lado da verdade.

Cada pedacinho da omelete cai como uma luva perfeitamente feita para meu estômago, estava tão saborosa que roubei metade da de Thor ele apenas balançou a cabeça em negação.

– É meu irmão você está criando um monstro.

Comemos tranquilamente entre risadas, e brincadeiras. Num campo agradável de cheio de regalo.

Deve ser assim um domingo em família.

Julia e Roberto se retiram, logo após terminarem o café, com a desculpa de irem à praia. Ajudo Thor a despejar a louça na pia.

– Tenho um presente, que ainda não te dei.

– Você já fez tanto por mim.

– Vem. – Enlaça minha mão com a sua, já não sinto agonia, nem mesmo penso ser errado, apenas desfruto em silêncio o conforto que me traz.

Chegamos ao seu quarto, ele procura sua calça jeans encontra num canto do quarto, próxima à mesa com livros composta pelo grande computador negro. Ontem o local parecia bem arrumado, hoje possui peças de roupas espalhadas pelo chão como decoração principal, e provas vivas de que não estávamos num sonho bom. Observo minha calcinha vermelha na cadeira giratória, não me preocupo em salvá-la. O grandão retira algo barulhento de dentro do jeans. Está embrulhado em papel rosa laminado.

– Bom, quis te dar isso, por que acredito que tenha um significado interessante.

Entrega o embrulho. Recebo com prazer.

Ao abrir a pequena caixa vermelha formando um coração, encontro uma pulseira fina de ouro branco, pendurados alguns objetos fofos, uma pequena maçã, um coração, uma chave, e um livro. É a joia mais linda que já vi, delicada e significativa. Melancolia aparece em meus olhos, observo o rosto examinador.

– Gostou? – Agarro o pescoço grande em um abraço esmagador, novamente meus pés não tocam o chão, Thor me tem em seu colo.

– Obrigada – sussurro e selo nossos lábios.

Ficamos grudados assim por alguns minutos.

– A maçã foi sobre o dia que me enfeitiçou. Os livros, é só pra dizer que a sua história é você quem escreve – Explica e novamente selo nossos lábios e nossos corpos.

– O coração e a chave? – Pergunto, ansiando a sua resposta.

Sou depositada no chão novamente. No topázio encontro carinho e esmero.

– Bom essa parte, é simples. Seu coração está com você, estou te entregando à chave.

Realmente você o fez Telles, e fez com graciosidade. Dominada por uma comoção abrasadora, deito minha cabeça no seu peito, e aspiro forte o perfume amadeirado do seu peito nu. Tornei-me um mar de afeto ambulante, tempestuoso e sem calmaria, seus braços prendem meu corpo junto ao seu.

– Eu te quero, talvez você queira também... existe o medo de errar, e não dar certo, isso nos afastará, caso deixe. – Ergue meu rosto com a ponta dos dedos, abaixando o seu para que fiquemos mais próximos, fixa os olhos nos meus, a nossa diferença de tamanho é cômica, seu hálito quente rente ao meu rosto, faz os pelinhos do braço se levantarem. – Fechar os olhos para o que aconteceu meu bem já não adianta mais, eu vou estar sempre aqui, foi uma promessa, irei cumprir, o tempo que achar necessário.

– Talvez eu queira tentar.

– Isso é o bastante pra mim. Por enquanto.

Já não existiam palavras, apenas o toque falava por nós dois.

– Thor eu preciso de ajuda...

– Qualquer coisa!

– Tenho uma tia Luana e... – Contar toda história no colo de Thor Telles foi mais fácil do que esperava, ele secou todas as lágrimas, beijou minha testa inúmeras vezes, colocou o cabelo descompassado atrás da orelha, fez pegar no sono novamente, ninando me feito criança nos braços grandes, mas antes de apagar totalmente tranquilizou.

– Vamos tirar Luana de lá princesa, custe o que custar.

Fizemos amor toda aquela tarde, perdidos um no outro sem querer se achar. E por alguns instantes eu achei que poderia ser feliz. Mas estava errada. Totalmente.

Meu Limite - QUEBRADOS 1Where stories live. Discover now