10 - s e c r e t s

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Capítulo 10

Why do you smile like you've been told a secret?
Now you're telling lies
Because you just want to keep it.
But no one keeps a secret.
No one keeps a secret.

Secrets – The Pierces


Quando despertei lentamente, bocejando, olhei para o lado e apercebi-me da posição que ainda me encontrava. Sorri descontraída ao sentir a respiração calma e de Zayn e a sua mão apoiada nos meus ombros. Ele suspirou profundamente e olhei para cima observando o seu rosto todo inchado e em torno do olho a tonalidade arroxeada a tomar conta da sua tez morena. Cheguei-me um pouco para cima e observei-o a dormir, apoiando o meu queixo na minha mão e depois com a mão livre acariciei o seu rosto. Parecia tão vulnerável quando dormia, como se toda a inocência se restaurasse apenas quando ele descansava. Suspirei e ponderei porque continuavam a insistir que Zayn era uma má pessoa, quando estava a ter a prova do contrário. Um ligeiro sorriso formou-se nos seus lábios e os seus olhos abriram-se a algum custo, fechando-se depois. 

- Charlotte... - A sua voz rouca causou-me um arrepio e engoli em seco. 

- Estou aqui. – Tranquilizei-o e puxei os seus cabelos desgrenhados para o lado. Ele grunhiu devido à dor quanto tentou mover o seu corpo e afastei-me, retirando o meu peso de cima dele. – Tenta descansar mais um pouco. – Murmurei e os seus olhos voltaram a abrir-se a algum custo. 

- Desculpa... - Ele pediu e senti a culpa a consumir-me. Se não fosse devido a mim, ele não estaria naquele estado. 

- Eu é que te devo um pedido de desculpas. Se não fosse por mim... 

- Shh. – Ele silenciou-me, colocando a sua mão na minha nuca a algum custo e puxou-a suavemente até ao seu peito novamente. Acomodei-me e abracei o seu corpo que deduzi também estar ferido, visto que Zayn se afastou ligeiramente quando envolvi o seu tronco. Podia sentir a sua respiração pesada a embater-me na testa e voltei a suspirar. – Fi-lo por ti. Para te proteger. – Apesar de os seus olhos se encontrarem cerrados, ele falava lentamente e a culpa não abandonou a minha mente, anunciando que Zayn encontrava-se neste estado devido a mim.

- Se eles te magoam, também me magoam. 

Murmurei e um sorriso de satisfação formou-se nos seus lábios, o que me fez sorrir ligeiramente. O silêncio voltou a instalar-se e voltei a acomodar-me no seu peito, enquanto a sua mão em torno do meu corpo, fazia pequenos círculos imaginários no meu ombro. O aroma exótico que provinha dele ainda se encontrava presente e senti pequenos arrepios. Sentia-me feliz. Honestamente, não me lembrava de como era sentir a felicidade pura, sem qualquer sentimento mau pelo meio, sem pessoas invejosas a tentarem roubar-me isso e o que restaria iria resumir-se a nada. Senti o meu estômago roncar ligeiramente e comprimi os lábios, sentindo as minhas bochechas a arderem enquanto um rubor as preenchia. Zayn deu uma risada e depois falou.

- Porque não vais até à cozinha e preparas alguma coisa para comer? Já reparei que estás com fome. 

- Mesmo magoado não deixas a ironia de lado. – Provoquei o que fez com que ele se risse de novo e depois falou de olhos ainda fechados. 

- Vai lá, fica à vontade. 

Levantei-me e caminhei até à porta do quarto e assim que o abandonei, percorri o corredor e desci as escadas, dirigindo-me à cozinha depois. Senti-me um tanto desconfortável por andar a remexer nos armários e ver o que poderia comer, mesmo com a sua permissão. Abri a porta de um dos armários castanhos e procurei, não sabia exatamente pelo quê mas optei simplesmente por cereais. Não queria abusar.
Após me dirigir ao frigorífico e procurar pelo leite, voltei a abrir a porta do outro armário para retirar uma tigela branca. Verti o líquido para a mesma e depois voltei a guardá-lo no frigorífico, fechando a porta do mesmo. Despejei os cereais lá para dentro e depois guardei-os novamente no armário, procurando por uma colher seguidamente. Arrastei a cadeira e depois sentei-me, colocando a tigela no balcão. Levei uma colherada à boca e levei os cereais à boca . Sabiam demasiado bem, talvez por estar finalmente a saciar a fome que sentia apesar do meu estômago ainda roncar ligeiramente. Ouvi passos nas escadas e inclinei-me para ver apenas umas All Star brancas que pertenciam a Harry. Quando ele me viu, comprimiu os lábios e dirigiu-se ao frigorífico, enchendo um copo com sumo. Ele manteve-se em silêncio até pousar o seu copo no balcão e depois sentou-se à minha frente. 

SWEET DREAMS - LIVRO 1 ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora