Conjeturas

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Olá, querubins! Como vocês estão?

Espero ter alegrado um pouquinho o dia de vocês nesta tarde ensolarada com a atualização tão esperada.

Aproveitem o capítulo e as sugestões musicais dele. Preste atenção em todas as cenas e não se desesperem a toa. Esta é a melhor dica hehe.

Vejo vocês no final. \o


...


"Deixei meu coração cair e enquanto ele caía, você se ergueu para reivindicá-lo. Estava escuro e eu estava acabada até que você beijou meus lábios e me salvou."

- Adele.


Dezembro de dois mil e dezessete, sete e vinte e sete da noite.

Ela só podia sentir que suas pernas já não lhe obedeciam mais. Não sentia-se viva. Não, ela não estava viva. Ela estava morta, sem sombra de dúvidas estava morta.

O cheiro de pólvora ainda ardia em seu nariz, o cheiro de sangue tragava-a para um mundo de escuridão e inconsciência... Ela não podia enxergar, ela não podia mover-se.

- ELES A MATARAM! - Ela gritou novamente, descendo suas mãos para o rosto tão machucado dela, soluçando com força o suficiente para que um de seus gritos voltassem para o fundo de sua garganta dilacerada. - OH MEU DEUS, ELES MATARAM A MINHA MULHER. ACORDE... - Sacudiu-a, deitando-se sobre ela, sobre todo aquele sangue, sobre todo aquele horror. - NÃO FAÇA ISTO COMIGO, PELO AMOR DE DEUS NÃO FAÇA ISTO COMIGO!

Estava morrendo... Também estava morrendo e ela... Ela, ela sabia que estava morta desde o momento o qual a sua mulher havia morrido... Morrido por ela.

...

Seis de Dezembro, três e quarenta e cinco da manhã.

A cama estava quente.

O silêncio indicava uma calma que não existia.

O abajur continuava aceso, dando ao quarto aquela iluminação precária e necessária para qualquer eventual situação. Lauren sabia que não havia dormido, não completamente. Seu estado de nervos atual, seu subconsciente não lhe permitia o luxo de dormir placidamente, perdendo-se no mundo da inconsciência em belos sonhos, ao contrário das imagens que formaram o pesadelo que a despertara, não permitia-lhe o luxo de dormir completamente como sua filha e sua mulher faziam naquele instante. Esqueceu-se de seus pensamentos perturbadores e deixou-se sorrir, mirando a forma como Isabela abraçava-se a Camila. A pequena parecia ter feito aquilo durante toda sua vida. Ela parecia ter estado ali, nos braços de sua mãe de ventre, desde o momento o qual havia nascido. Não moveu-se, não desatou o laço que unia-a a mulher à sua frente... Manteve sua mão entrelaçada com a dela e, como se sentisse que algo na atmosfera havia se modificado, Camila abriu os olhos, mirando-a diretamente, mirando sua filha logo em seguida, fechando seus olhos em um suspiro de alívio.

"Não."

Lauren queria dizer.

"Você não está sonhando. Isto está realmente acontecendo. Isto realmente vai acontecer muitas e muitas vezes, se for preciso eu darei a minha vida para que isto sempre aconteça."

Ela apertou levemente sua mão e Lauren correspondeu no mesmo momento. Não porque quisesse ou porque tivesse pensado em responder. Era instinto... O mais puro instinto. Era por responder a ela. Seu corpo, sua mente e seu coração estavam vinte e quatro horas preparados para responder a ela.

VuelvesWhere stories live. Discover now