A Carta - Parte I

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Hellooooooooo, mamitas! Como vão vocês?

🚨🚨🚨 PRESTEM ATENÇÃO AQUI NA RAFA!🚨🚨🚨

O capítulo de hoje, precisamente, ta muito especial. Haverá duas cenas paralelas, e eu quero pedir que mais do que nos outros, vocês se envolvam e capitem o máximo da essência de cada sentimento e gesto que serão expostos... Que consigam compreender e absorver a importância de cada passo que Lauren e Camila dão nesta busca, que não é só por Angélica, também paralelamente uma busca pelo reconhecimento e reconexão das duas. Elas não estão saindo do foco ou se perdendo no meio do caminho, isso não é nem mais possível, porque elas já perderam tudo o que já tinham a perder e agora precisam se encontrar e encontrar a filha também.

É isto, enjoy!

Vejo vocês no final. \o

...


Os olhos de Fernanda permaneceram sobre Alycia durante intermináveis segundos, para então mirar Isabela, que estava deitada ao lado de sua filha em sua grande cama. Ambas haviam adormecido logo depois do funeral de Enrico e o grau de cansaço era tanto, que a pequena recepção que se seguiu na casa Fernanda, - que havia terminado a cerca de quarenta minutos atrás - não havia acordado as duas meninas. Luana havia reclamado pelo fato de Isabela dormir na mesma cama que Alycia, chegando até a pegar a menina para levá-la aos seus aposentos. Fernanda era quem havia a impedido e pela primeira vez em sua vida, havia gritado e dado claramente ordens para as pessoas que trabalhavam em sua casa.

Os gritos haviam resultado no sono contínuo e profundo de Isabela que havia sido vestida, sob as ordens de Fernanda, com um dos bonitos pijamas rosas e caros de Alycia assim como a mesma. Fernanda sabia que Alycia logo acordaria e ela teria que explicar uma vez mais a sua filha porque o papa não voltaria mais para casa. Ela sabia que teria que fazer isto por longos e longos dias até que sua filha compreendesse que papa não estava viajando, mas que sim estava descansando com os anjinhos, para sempre.

O banho não parecia ter tirado de seu corpo o peso do luto, da dor e do cansaço. Seus olhos claros e seu rosto tão belo e fino que havia lhe servido como trabalho, poderiam ser apontados como irreconhecíveis naquele momento. Ela sentia saudades, raiva, dor e, acima de tudo medo. Havia uma série de cartas em seu cofre. Havia uma carta em especial para ela... Deus do céu. Suas mãos voltavam a tremer só de pensar na ideia de que Enrico tinha algo a lhe contar. Suas mãos tremeram só de pensar na ideia de que seu marido, sempre tão maravilhoso e carinhosos andava lhe escondendo coisas. Levantou-se, fechando seu roupão com mais firmeza, vestindo um casaco ainda mais longo e mais quente sobre o roupão. Seus cabelos estavam presos e um rabo de cavalo, seu rosto tão belo encontrava-se desprovido de qualquer maquiagem ou iluminação. Beijou sua filha com carinho, dando a Isabela o mesmo beijo carinhoso, deixando o quarto após cobrir uma vez mais as meninas que se movimentavam afastando as cobertas de seus corpinhos.
As luzes automáticas dos corredores se acendiam conforme Fernanda atravessava os cômodos. As paredes de vidros davam a ela a visão lateral de sua casa, iluminada, silenciosa, aos prantos. Até suas rosas pareciam murchas.

Tudo estava murcho...

Caminhava para o escritório quando Marina apareceu com o telefone em sua mão. Seus olhos avermelhados e inchados denunciavam que ela havia chorado uma vez mais, Fernanda lhe sorriu em agradecimento, comovida pela sensibilidade de sua babá.

Estranhamente, a presença de Marina dava-lhe a ilusória sensação de não abandono.

Estar sozinha naquela situação somente causava em Fernanda um desespero ainda mais intenso. Agradeceu por Marina estar ali, não Camille, a antiga governanta de sua residência, ela certamente não lhe causaria sensação nenhuma.

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