DARE YOU : nh

terceiro

Assim que Niall resolve olhar para mim eu acabo por desviar o olhar. E apesar dessa minha ação não deixo de ouvir passos que se estendem até mim.

- Olá Missie! - ele diz sorridente.

Também depois daquilo que ele fez, quem não sorri?

O meu subconsciente acaba por me tirar as minhas próprias palavras da boca... Mas resolvo ignorá-lo por uns segundos, quando me sinto suficientemente ser observada por ele acabo por falar.

- Que queres?- pergunto mal disposta só por ele estar ao pé de mim.

- Estar contigo. - ele baixa o olhar - Posso?

- Não sei. - respondo, nem eu sabia o que haveria de dizer...

- Eu vou sentar-me na mesma, porque o parque é público. - ele diz ironicamente.

- E eu vou sair daqui, só porque eu tenho a minha independência. - respondo no mesmo tom levantando-me ao mesmo tempo.

- Não! Não vás! - suplicou e por uns segundos parei.

Uns longos segundos...

Claro que ele gosta muito de usar o olhar para que eu ceda às suas propostas e pedidos. É o meu ponto fraco...

Ele aproveitou para agarrar o meu braço e continuou a pedir.

- Fica. - pede por último e eu acabo por me virar.

Nesse momento obriguei-me a ter contacto visual com ele o que me proporcionou o "ceder" ao seu pedido, sentando-me.

Ficámos os dois a observar-nos até ao momento em que ele observa o rio.

- Lembras-te disto? - ele questiona na esperança que eu lhe volte a falar, mas acabo por não o fazer.

Calei-me durante segundos e fechei os olhos, podia reviver o momento na minha cabeça se eu quisesse e foi exatamente o que fiz.

#Flashback #on

Jogávamos ao tão conhecido "jogo das escondidas" e era a vez de Niall contar.

Pensei num sítio ótimo para me esconder e acabei por ficar debaixo da pequena ponte que atravessava o rio. Foi então que o ouvi no final da contagem e esperei calada.

- Cá vou eu! - gritou.

Niall foi procurar do lado oposto ao que eu estava, observei-o correr por entre as árvores e era naquele momento em que eu tinha a oportunidade excelente de ganhar o jogo!

Saí dali lançada, tudo o que aconteceu foi que, naquele dia, a minha mãe vestira-me um vestido comprido. Eu nunca me acostumara a andar de vestido. Acabei por tropeçar e estava agarrada na beira do rio, prestes a cair no mesmo...

-Niall! - dou um berro - Niall! - as lágrimas já me caíam pela cara abaixo.

Senti uma mão segurar-me e que me ajudou a subir de volta. Niall viera resgatar-me. Agracei-o com força.

- Obrigada Niall. - disse com a cabeça no seu ombro.

- Eu sou forte! - disse rindo e fazendo "músculo" com um dos braços.

Aproximei-me do seu rosto e dei-lhe um beijinho.

- Meu super-herói. - disse ao mesmo tempo que me ri pelo motivo dele estar completamente vermelho.

#Flashback #off

- Missie, lembras-te? - ele abana-me um pouco.

- Não, não me lembro de nada. - menti, eu estava muito chateada com ele.

Pois, estás com ciúmes!

- É uma pena saber que não. Porque foi tudo tão depressa e nós éramos apenas crianças. Era demais como nos protegia-mos um ao outro já naquela idade. - ele esboçou um sorriso enquanto olhava para mim.

- Era fantástico... - suspirei baixando o olhar.

Porra!

- Então lembras-te? - os seus olhos até brilharam.

- Niall eu tenho de ir. - eu digo colocando a fivela da máquina fotográfica ao pescoço.

- Missie, não vais ficar assim só porque eu fodi uma miúda pois não? - ele levanta uma sobrancelha.

- Adeus Niall! - disse virando costas.

- Missie! - ele chama mais uma vez.

Niall levantou-se e agarrou-me um braço.

- Não faz sentido, não te magoei de maneira nenhuma. Eu apenas comi uma rapariga, nem sei porque estás a assim. O que é que eu vou ter de fazer para que tu não fiques zangada comigo?

- Não vale a pena fazeres nada Niall... Já fizes-te o suficiente.

Deixei Niall com aquelas últimas palavras e fui até a uma loja de fotos.

Pelo caminho as lágrimas caíam-me. Eu gosto dele, ele é como um melhor amigo e simplesmente não me agrada que faça estas coisas. Entrei na loja e pedi para que me imprimissem as fotos que estavam no cartão de memória da máquina.

***

Saí da loja, estava muito satisfeita com as fotos que eu tinha tirado! E saíram super bem.

Mal cheguei a casa deparei-me com a minha mãe que parecia estar preocupada.

- Por onde andas-te? - ela reclama.

- Eu deixei recado! - defendi-me.

- Pois deixou... - meu pai protegeu.

- E só me dizes isso agora? - ela reclama com o meu pai.

- Não perguntas-te antes! - ele diz ironicamente e eu rio.

Que dois!