0.9

3.1K 166 16
                                    


O moreno conduzia mais depressa do que era habitual para ele. Talvez por causa das inúmeras reclamações do meu pai sobre segurança rodoviária e os perigos de excesso de velocidade com o André. O meu pai não queria que andasse à boleia com alguém que desrespeitava os perigos e acima de tudo pusesse em risco a minha própria vida. Mas os exames na minha mão e a vontade que ele tinha de saber os resultados fizeram com que se esquecesse disso por alguns minutos.

Acho que nunca tinha chegado a casa dele tão depressa como desta vez. Ele abriu a porta hesitantemente e deixou-me passar de seguida. Tinha-lhe dito que só falaria assim que estivéssemos em casa e sentados. O moreno deixou o seu saco de qualquer maneira junto à porta de entrada e colocou a mão no fundo das minhas costas levando-me para a sala.

- O que o médico te disse dos exames? – Questionou nervosamente quando nos sentamos. Ele agarrou nas minhas mãos desenhando círculos invisíveis com os dedos.

- Tenho tendinite crónica no joelho direito. – Respirei de uma só vez. Ele rapidamente compreendeu a gravidade da situação. Tinha conseguido controlar-me à frente do meu pai bem como ao telemóvel com a minha mãe mas com o André não consegui. Lágrimas corriam silenciosamente sobre a minha face enquanto processávamos o que mudaria para a frente.

- Quando é que começas os tratamentos? – Ele apertou as minhas mãos incentivando-me a falar.

- O meu pai já foi comprar os anti-inflamatórios e depois tenho que começar com a fisioterapia. Vou também ter que ir duas vezes por semana a Lisboa a uma clinica especializada. – Expliquei. Uma das mãos do André veio de encontro à minha face limpando as minhas lagrimas.

- Eu vou contigo, Lis. – O moreno fez pressão sobre o meu queixo fazendo-me olhar para ele. – Qualquer tratamento que faças, qualquer sessão que tenhas, vou lá estar sempre contigo. É uma promessa.

- Não quero que prejudiques a tua carreira, já basta a minha. – Comecei mas ele colocou dois dedos sobre os meus lábios.

- Nada na minha vida é mais importante do que estar ao teu lado a apoiar-te incondicionalmente. É o que acontece quando a pessoa que amamos está a passar por uma fase menos boa. – Queria refutar mas ele não me deixou. – Sem discussão neste ponto, baby. – Ele puxou-me para si e deixou os seus lábios encontrarem os meus beijando-me carinhosamente.

- Eu posso nunca mais voltar a jogar, André. – Sussurrei com o medo finalmente a invadir todas as células do meu corpo.

Não sabia o que pensar sobre esses pensamentos. Tudo o que sonhara para o meu futuro passava sempre pelo ténis. Podia não chegar ao topo mas pelo menos estava a fazer o que mais gostava. E agora tudo isso estava em causa. O que seria de mim, do meu futuro? Antes que fosse consumida por todo esse vazio voltei a juntar os nossos lábios. A única fonte de luz da minha vida para além da minha família. Aprofundei o beijo e coloquei as pernas uma de cada lado do seu corpo apesar de uma pequena dor no joelho quase me ter feito recuar. Ele percorria as minhas costas com as mãos por debaixo da minha camisola procurando contacto de pele contra pele.

- Ama-me. – Sussurrei contra os seus lábios. Compreensão brilhou nos seus olhos e um belo sorriso desenhou-se nos seus lábios antes de voltar a beija-los. Ele conseguiu exercer força sobre as pernas para que nos levantasse do sofá. Enrolei as minhas pernas em redor do seu tronco enquanto as mãos dele repousavam nos meus quadris levando-me para o quarto. Ouvi um pontapé e consequentemente uma porta a abrir. Algo macio acomodou as minhas costas assim que me deitou sobre a cama.

- Lis. – O meu nome. Uma oração. Foi tudo o ouvi da boca dele. Os lábios dele deixaram os meus e começou a descer sobre o meu pescoço. Tudo na minha mente evaporou à medida que as minhas roupas iam saindo do meu corpo dando lugar aos seus lábios quentes e macios. O meu corpo virou uma massa quente quando as minhas calças desapareceram e me tocou naquele ponto sensível.

André | André SilvaWhere stories live. Discover now