Dream or? 꿈 또?

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Se eu pudesse esquecê-lo, eu faria. Mas eu não tinha essa opção.

Fechei a porta do quarto, caminhei até a sala, ele não estava lá.

— JungKook-a? — O chamei.

Ele não respondia.

Decidi subir, ele estaria em seu escritório improvisado (como eu chamava, por ser apenas um grande quarto desocupado em sua casa).

Uma fresta se apresentava na porta, iluminada. Onde eu podia ouvir sua voz lá dentro.

— Não, a SeRi não vai a lugar algum com você. — Ele dizia. — Claro que confio em você. Mas não é seguro e... Eu sei! Eu sei que estou paranoico com tudo, mas ela voltou com hematomas no pescoço, hyung! Você é meu irmão, mas se eu não for, ela não vai!

Abri a porta e entrei, silenciosamente.

Ele demorou para me notar ali.

— Vou desligar, hyung. — Falou. — Estarei no aeroporto às 8am!

Ele desligou e me encarou.

Baixou seu olhar e balançou a cabeça negativamente.

— O que foi? — Perguntei. — Por que está me tratando dessa forma? Como se eu fosse algo irrelevante para você. Tento me aproximar e você foge.
— Não é isso, SeRi... — Ele disse.
— Deixou de me amar por isso? Digo... Eu quis te esquecer, mas... — A memória do toque do TaeHyung me deu náuseas.

O que eu deveria fazer para esquecer aquilo?

— Eu realmente não me importo se o TaeHyung a tocou, nós nem estávamos mais juntos. — Se aproximou de mim. — Eu me importo se você gostou, se isso fosse positivo... Então não suportaria. — Suspirou. — Mas se for negativo, então nunca mais deixarei TaeHyung chegar perto de você.
— Obrigada! — Falei, falho.

Ele aproximou-se, olhou em meus olhos, suas sobrancelhas juntas.

Maldito momento para se ter um JungKook que sabia até mesmo dos mínimos detalhes sobre como meu corpo se expressava.

Meu olhar falava com ele e ele entendia.

— O que houve? — Disse, sua voz mais rouca e grave que o normal.
— N-nada... Nada! — Falei, recuando, tirando meus olhos dos dele.
— Eu te conheço, Kim SeRi. — Bufou, segurando em meu pulso assim que tentei passar por ele. — Terei de descobrir da pior maneira, então?
— Se eu não quero contar-te, então nem mesmo quero que descubra! — Minha voz saiu embolada. — Eu só quero que fiquei comigo, que nunca mais me deixe sozinha. Que me perdoe e acima de tudo me faça ser capaz de perdoar a mim mesma. Que me diga que a culpa não é minha, mas dos outros, e também diga que você não é igual ao seu pai. Que ele é um monstro e você é tudo o que não há nele. E diga que me ama. Que meu amor é recíproco. Porque estou tendo que guardar tudo para mim e isso me destrói por dentro.

Soluçava.

Encostei minha cabeça em seu peito forte. Ele não tinha alguma reação.

Esmurrei seu peito, com toda a pouca força que eu tinha naquele momento, mas o bati.

Logo segurou meu pulso, me fazendo olha-lo.

— A culpa não é sua. — Começou a dizer. — Os outros são os culpados de tudo. A única coisa que herdei de meu pai foi o sobrenome e as consequências de o ter, eu sou tudo que meu pai não é.

Aguardei suas próximas palavras, que não saíram.

Senti seus lábios selarem os meus tão rapidamente que quase não obtive reação.

Boss // *• JJK •*Onde as histórias ganham vida. Descobre agora