3.9 - Melhores amigas

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— Você conhece a minha casa, mas não ela toda. E quando eu digo isso, quero dizer que você não conhece o meu quarto.

   Não controlo minha risada com o entusiasmo de Julie ao convidar-me para dormir em sua casa. "Será a noite das meninas", afirmou no telefone enquanto me convencia a ir até sua casa. Isabella também estava lá, junto com Sthefanny e Marcelle. Minha mochila estava em minhas mãos enquanto eu observava as diversas fotos espalhadas pelo corredor e pela sala.

   As cores quentes da sala combinavam com a alegria exposta nas fotos. Algumas de Julie pequena e outras com a família toda reunida.

— A Fanny já chegou e a Marcelle, bom...ela é minha irmã então já está aqui. — Julie riu enquanto caminhava em direção a seu quarto.

— Fanny?

— Sim, minha prima. Às vezes eu chamo ela de Fanny. — dá de ombros.

    Os pais de Julie me cumprimentaram de forma gentil e por pequenos segundos, me senti acolhida por eles. Pareciam não se importar em eu ter acabado de chegar na igreja e Julie já convidando-me para sua casa.

— Olha quem chegou!

   Sorrio para as duas garotas enquanto riam de algo no celular de Marcelle. Ambas sorriram e acenaram com sorriso amarelo no rosto.

— Oi, se sinta a vontade.

A noite talvez seria longa.

— E o Henry? — Marcelle pergunta enquanto escolhe uma carta no Uno

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— E o Henry? — Marcelle pergunta enquanto escolhe uma carta no Uno.

  Isabella havia chegado dez minutos depois de mim. Juntas conversamos sobre diversos assuntos e às onze horas, resolvemos jogar o famoso Uno.

— É, estamos namorando.

   Olho em direção a Isabella que tinha um sorriso bobo estampado no rosto. Não sei como fui capaz de machucá-la anos atrás. Principalmente usando Joshua de isca para iludir seu pobre coração. Não sabia que eu poderia ser tão mal quando bem quisesse.

— Ele me deu um anel. — Em seu dedo um anel brilhante o enfeitava.

— Sua vez, Mariana.

  Escolho jogar um +4 para Julie que me fuzila com o olhar.

— Depois de tudo, você me joga um +4. — ela finge choramingar enquanto sua pousa sobre o monte de carta.— Achei que fôssemos amigas, Mariana.

— E somos.

— Não, não somos.

   Gargalho do drama de Julie enquanto ela arruma as cartas em suas mãos de forma que ninguém veja e que ela possa pensar rápido.

— E o Jonathan?

    Fingo não ouvir e continuo prestando atenção na jogada de Marcelle.

— Mariana?

— Oi? — faço-me de desentendida.

— E o Jonathan? — Isabella insiste na pergunta. — Reparei uns olhares dele.

— Eles estão apaixonados.

  Reviro os olhos com a encenação de Julie: as mãos no peito e um olhar para o teto acompanhado com um suspiro apaixonado como nos filmes românticos.

— Somos amigos. — digo jogando um +2 para Julie.

— Sério isso? Você me odeia!

  Ela faz bico e eu ignoro totalmente enquanto assisto sua movimentação frenética nas cartas.

— Sei bem. — Marcelle estreitou os olhos e logo voltou sua atenção para o jogo.

 — Marcelle estreitou os olhos e logo voltou sua atenção para o jogo

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— Podíamos ver um filme. — Sthefanny sugeriu. — Que tal "Garota mimada"?

— Melhor "Harry Potter". — gritou Julie ao meu lado. — Filme do amor da Isabella.

Todas se entregam a risadas e concordam. Por um momento meus pensamentos vão em direção a Joshua, ele não comparecera a reunião como eu esperava que fizesse. Não vou mentir que fiquei um pouco decepcionada. Fiquei na porta o esperando por dez minutos, mas não houve nenhum sinal de vida.

   Enquanto as meninas colocam o DVD e se acomodam nas almofadas e cobertores espalhados pelo chão, sussurro para Julie:

— Eu acho que nunca deixei de gostar dele.

   Ela vira seu rosto em minha direção e arqueia as sobrancelhas como se não estivesse entendendo. Abaixo a cabeça e penso mais uma vez no que eu estava falando.

— Jonathan.

— Ah, como assim?

— Desde que eu namorava o Joshua, acho que no fundo nunca o havia esquecido. — mexo nas unhas vagando em meus pensamentos. — Jonathan foi um amor de adolescência.

— Sei bem como é um amor de adolescência.

— Agora meus pais não querem que eu fale com ele. — suspiro e esfrego meus olhos que já estavam sendo levados pelo sono. — Não podemos ser amigos.

— Se for da vontade de Deus, vai dar tudo certo. — segura minhas mãos e sorri. — Você ainda tem muita caminhada pela frente, Mariana.

   Concordo e volto a encarar as meninas que encaravam a televisão esperando o filme iniciar. Agradeci a Deus mentalmente por poder estar ali, sorrindo e brincando. Principalmente com amigas que poderia contar a qualquer momento.

  Eu finalmente tinha amigas de verdades.

Amigas que Deus havia me dado.

Entorpecida - Vol 1Where stories live. Discover now