A vida é como uma equação.
Para alguns é fácil e compreensível.
Para outros difícil e, às vezes, impossível.
Viver: simples, difícil e doloroso.
Mariana não sabe como seguir em frente. E mesmo dizendo para os outros que está, com sua vida monóton...
— Você conhece a minha casa, mas não ela toda. E quando eu digo isso, quero dizer que você não conhece o meu quarto.
Não controlo minha risada com o entusiasmo de Julie ao convidar-me para dormir em sua casa. "Será a noite das meninas", afirmou no telefone enquanto me convencia a ir até sua casa. Isabella também estava lá, junto com Sthefanny e Marcelle. Minha mochila estava em minhas mãos enquanto eu observava as diversas fotos espalhadas pelo corredor e pela sala.
As cores quentes da sala combinavam com a alegria exposta nas fotos. Algumas de Julie pequena e outras com a família toda reunida.
— A Fanny já chegou e a Marcelle, bom...ela é minha irmã então já está aqui. — Julie riu enquanto caminhava em direção a seu quarto.
— Fanny?
— Sim, minha prima. Às vezes eu chamo ela de Fanny. — dá de ombros.
Os pais de Julie me cumprimentaram de forma gentil e por pequenos segundos, me senti acolhida por eles. Pareciam não se importar em eu ter acabado de chegar na igreja e Julie já convidando-me para sua casa.
— Olha quem chegou!
Sorrio para as duas garotas enquanto riam de algo no celular de Marcelle. Ambas sorriram e acenaram com sorriso amarelo no rosto.
— Oi, se sinta a vontade.
A noite talvez seria longa.
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— E o Henry? — Marcelle pergunta enquanto escolhe uma carta no Uno.
Isabella havia chegado dez minutos depois de mim. Juntas conversamos sobre diversos assuntos e às onze horas, resolvemos jogar o famoso Uno.
— É, estamos namorando.
Olho em direção a Isabella que tinha um sorriso bobo estampado no rosto. Não sei como fui capaz de machucá-la anos atrás. Principalmente usando Joshua de isca para iludir seu pobre coração. Não sabia que eu poderia ser tão mal quando bem quisesse.
— Ele me deu um anel. — Em seu dedo um anel brilhante o enfeitava.
— Sua vez, Mariana.
Escolho jogar um +4 para Julie que me fuzila com o olhar.
— Depois de tudo, você me joga um +4. — ela finge choramingar enquanto sua pousa sobre o monte de carta.— Achei que fôssemos amigas, Mariana.
— E somos.
— Não, não somos.
Gargalho do drama de Julie enquanto ela arruma as cartas em suas mãos de forma que ninguém veja e que ela possa pensar rápido.
— E o Jonathan?
Fingo não ouvir e continuo prestando atenção na jogada de Marcelle.
— Mariana?
— Oi? — faço-me de desentendida.
— E o Jonathan? — Isabella insiste na pergunta. — Reparei uns olhares dele.
— Eles estão apaixonados.
Reviro os olhos com a encenação de Julie: as mãos no peito e um olhar para o teto acompanhado com um suspiro apaixonado como nos filmes românticos.
— Somos amigos. — digo jogando um +2 para Julie.
— Sério isso? Você me odeia!
Ela faz bico e eu ignoro totalmente enquanto assisto sua movimentação frenética nas cartas.
— Sei bem. — Marcelle estreitou os olhos e logo voltou sua atenção para o jogo.
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— Podíamos ver um filme. — Sthefanny sugeriu. — Que tal "Garota mimada"?
— Melhor "Harry Potter". — gritou Julie ao meu lado. — Filme do amor da Isabella.
Todas se entregam a risadas e concordam. Por um momento meus pensamentos vão em direção a Joshua, ele não comparecera a reunião como eu esperava que fizesse. Não vou mentir que fiquei um pouco decepcionada. Fiquei na porta o esperando por dez minutos, mas não houve nenhum sinal de vida.
Enquanto as meninas colocam o DVD e se acomodam nas almofadas e cobertores espalhados pelo chão, sussurro para Julie:
— Eu acho que nunca deixei de gostar dele.
Ela vira seu rosto em minha direção e arqueia as sobrancelhas como se não estivesse entendendo. Abaixo a cabeça e penso mais uma vez no que eu estava falando.
— Jonathan.
— Ah, como assim?
— Desde que eu namorava o Joshua, acho que no fundo nunca o havia esquecido. — mexo nas unhas vagando em meus pensamentos. — Jonathan foi um amor de adolescência.
— Sei bem como é um amor de adolescência.
— Agora meus pais não querem que eu fale com ele. — suspiro e esfrego meus olhos que já estavam sendo levados pelo sono. — Não podemos ser amigos.
— Se for da vontade de Deus, vai dar tudo certo. — segura minhas mãos e sorri. — Você ainda tem muita caminhada pela frente, Mariana.
Concordo e volto a encarar as meninas que encaravam a televisão esperando o filme iniciar. Agradeci a Deus mentalmente por poder estar ali, sorrindo e brincando. Principalmente com amigas que poderia contar a qualquer momento.