0.8 - Luz no fim do túnel

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   Abro a porta rapidamente depois do segundo toque. Uma menina me encarava com seus olhos brilhando e um lindo sorriso no rosto. A garota que eu olhara pela janela.

— Olá, me chamo Julie. — ela diz estendendo a mão e eu a aperto. Não consegui retribuir o seu sorriso, que era tão brilhante e cheio de alegria.

— O que deseja?

— Ah, eu vim lhe fazer um convite...posso?

— Claro.

  Ela pega um pequeno papel e pediu para o pessoal, os de vermelho e azul, esperar ela que estava ficando pra trás.

— Nós temos um grupo na nossa igreja, e as reuniões é aos domingo, às quatro da tarde. Eu queria lhe ver lá.

    Encaro o papel que ela me entregara. Tinha uma foto de duas jovens sorrindo, logo ao lado tinha o endereço e uma pequena frase: Nós acreditamos em você. Era bem chamativo e aquela frase de certo modo mexeu comigo.

— Deus tem algo pra você, independentemente do que já tenha feito ou deixou de fazer. Ele te espera com os braços abertos, Ele sabe do que você precisa e o que você tem sentido. Ele quer entrar em sua vida.

    Novamente alguém falando de Deus pra mim, e eu queria o conhecer. Porém, não conseguia. Era como se meus pés estivessem presos em um buraco e eu não pudesse sair.

  Apenas assinto.

— Posso esperar você?

— Pode. — digo sorrindo sem mostrar os dentes.

— Então eu vou te esperar, até logo. — Ela acena e se vira, mas como se lembrasse de algo, volta. — Ah, qual seu nome?

— Mariana.

— Te espero lá Mariana.

    A observo correr em direção ao pequeno grupo. Algo neles me chamou atenção, fazendo-me abrir um pequeno sorriso.
 

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Skye Moura

     1996 - 2014 
"Que a paz esteja com ela"

     

     "Que a paz..."

Paz.

  O que é paz para mim? O silenciar do mundo e dos meus pensamentos. Não sei ao certo se inferno ou céu existem, talvez eu pertenceria ao inferno, onde a paz não habita.

   Skye.

   Eu estou com tantas saudades dela, de seu cuidado comigo que meus pais não tinham. Jonathan. Que eu o mal conhecia, mas sabia que ainda causava algo em mim.

Lágrimas escorrem pelo meu rosto junto com a culpa daquele acidente martelando em meu peito e a pergunta que não queria calar: por que eu sobrevivi?

Entorpecida - Vol 1Onde histórias criam vida. Descubra agora