Entorpecida - Vol 1

2.5 - Joshua

    A manhã estava fria, o sol se escondia atrás das nuvens cinzas. A rua estava silenciosa, juntamente com a minha casa.
   Fecho a cortina e volto a me sentar na cama. Meus pais já deveriam ter ido para o trabalho e como não iria ter aula, permaneci deitada até nove horas da manhã. Tio Tyler provavelmente saira para algum lugar com alguma mulher.

   Respiro fundo ao lembrar da noite anterior e como ele havia me respondido. Eu não sabia se era de verdade, mas aos poucos meu coração ia se libertando das correntes, que eram as mágoas, que me rodeavam.

  Pego meu celular em cima da cômoda e vejo se há alguma mensagem. Havia uma de Julie e de Jonathan.

Julie:
Bom dia!
Lucas 19:10.
 Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.

    Mando um bom dia e releio aquelas palavras. Eu estava perdida, isso era notório e aos poucos encontrava-me, com Deus.
  
Jonathan:
Ouve essa música.

  Apertei no link e ouvi a música tentamente.

Não compreendo os Teus caminhos
Mas te darei a minha canção
Doces palavras te darei
Me sustentas em minha dor
E isso me leva mais perto de Ti
Mais perto dos Teus caminhos

E ao redor de cada esquina
Em cima de cada montanha
Eu não procuro por coroas
Ou pelas águas das fontes

Desesperado eu Te busco
Frenético, acredito
Que a visão da Tua face
É tudo o que eu preciso

Eu te direi
Que vai valer a pena
Vai valer a pena

Vai valer a pena mesmo
Sim, vai valer a pena
Vai valer a pena
Vai valer a pena mesmo

  Assim que ela acaba, eu suspiro e levanto indo em direção ao banheiro para lavar o rosto e acordar. Prendo meus cabelos em um coque e coloco como de costume, um colar que Skye me dera quando eu completei dezesseis anos.

   Joshua vem em minha mente repentinamente e eu lembro que ainda não havia acabado. Lembro do tapa que eu lhe dera e de como ele machucara meu coração.

  Coloco uma roupa qualquer e vou em direção a casa do meu ex-namorado.

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   Não o achei lá. Sua mãe, que adorou me ver, disse que o mesmo havia ido em um bar próximo dali com os amigos. Peguei o carro e parti em direção ao bar, tendo conhecimento de que aquilo com certeza seria ruim. Mas eu precisava fazer isso o mais rápido possível.

  Consigo notá-lo quando estou a duas casas longe do bar. Ele ria e seu braço estava em volta dos ombros de uma garota bronzeada com os cabelos negros voando com a brisa. Engoli em seco já com medo de suas piadinhas e se ele pensaria algo totalmente errado.
Paro o carro em frente ao bar e desço. Como se percebesse ou sentisse, seu olhar logo encontra o meu e eu forço um sorriso para ser simpática. Ele sussurra algo no ouvido da garota e ela assente.

  Respiro fundo enquanto o vejo se aproximar com um sorriso triunfante no rosto. Pedi forças mentalmente para Deus e tento não ser sentimental com aquilo tudo, como Julie havia me falado dias antes.

— Sabia que iria me procurar pra implorar para voltarmos. — diz ficando a centímetros de mim.

— Eu não vim aqui pra isso, Joshua.

  Ele arqueia as sobrancelhas e seu sorriso se desfaz dando lugar a um semblante sério ao notar que minhas intenções eram outras.

— O que você quer, Mariana?

   Coloco as mãos no bolso da calça e mordo o lábio inferior antes de juntar coragem e dizer o que eu tinha pra dizer.

— Quero te pedir perdão. — pigarreio para minha voz sair mais firme. — Quero te pedir perdão. Eu guardei mágoa de você e...

— Espera ai! — ele levanta as mãos sinalizando que era pra mim parar. — Você veio até aqui, em um bar, me pedir perdão?

  Assinto e ele ri.

— Está zoando, né? — pergunta enquanto cruza os braços e me encara de forma séria.

— Não Josh, eu estou te pedindo perdão.

  Ele olha em sua volta e molha os lábios. Observo cada movimento seu pacientemente. Ele ri, balança a cabeça, olha pra cima e finalmente fixa seus olhos nos meus.

— Eu te perdoo.

 

  NÃO REVISADO!