Capitulo 5

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Tempos depois, ainda alimentando a raiva do meu índio rockeiro, não ele não era meu, ate hoje tenho que me lembrar disso. Ele nunca foi meu.

Meus pais viajaram me deixando sobre a guarda de uma prima bem mais velha, prima essa que era muito maluca, ela me levou a um aniversario de uma amiga dela onde só tinha gente mais velha e algumas ate bebendo, algo que sempre me deu pavor já que as pessoas costumam perder o senso, a lucidez quando bebem muito, em resumo ele também estava lá, lúcido e muito bonito por sinal, conversamos por um tempo e ele disse que sempre me via passando com minhas amigas ou quando eu ia para casa da minha prima e que gostava muito de mim, logo quando ele falou eu comecei a rir ate que ele me pediu um beijo e eu dei, depois disso não nos vemos quase nunca. Ate que um belo dia em que ele me pediu em namoro, e eu sem pensar respondi que sim, acho que no fim das contas eu só queria alguém para tampar o buraco no meu coração.

Pois bem foi uma das coisas estúpidas que fiz na minha vida, mas palavra minha não volto atrás, pelo menos naquela época eu tinha palavra e acreditava que tinha que me manter firme com tudo por mais que não estivesse de comum acordo. Meus pais voltaram de viagem e eu conversei com eles que me deixaram namorar depois de muita relutância, e eles estavam certos, eu era uma criança, tinha apenas 15 anos, mas eu não pensava assim, já me achava madura, tão inocente era, todas as minhas amigas namoravam e terminavam com quem quisesse eu achava que seria assim comigo também, engano meu. As outras meninas não tinham um pai que impôs dia e hora para ver o namorado, as outras meninas não tinha um pai que vigiava enquanto a filha namorava, as outras meninas não tinham um pai que as obrigavam a namorar no sofá. Eu já não era apaixonada pelo menino ainda tinha tantas limitações. Este foi um caso estranho, ele marcou minha vida porque foi meu primeiro namorado, eu gostei muito do tempo que passamos juntos, apesar de não ter sido apaixonada por ele, em resumo ele era um cara legal, sempre me deu tudo o que eu pedi, fazia o que eu pedia, em resumo era um capacho, o que é muito chato, ele não tinha opinião, e quando brigávamos todo o bairro sabia porque ele ia pedir conselhos a todos, detesto pessoas sem opinião própria, ate hoje na minha já avançada idade eu gosto de pessoas que não baixam a cabeça por nada, gosto de pessoas que tem ideais. Algo que ele não tinha. Ele tinha qualidades e defeitos porem ele tinha algo que me deixa enfurecida, que é a falta de atitude.

Depois de alguns meses de namoro e fui para um passeio da escola, em um clube aquático, tinha um salva vidas tão lindo e que ficou me paquerando, eu não resisti, essa foi a primeira vez que trai, foram dois beijos, mas passei dias enojada pela minha atitude e quando a lembrança dos beijos do salva-vidas era prazerosa eu me sentia pior, mas não me deixei abater, criei mentalmente desculpas para culpar meu namorado pelo erro. Cerca de três meses depois um padeiro dos olhos puxados me paquerou também, eu resisti tanto antes de ceder, mas cedi de novo e trai, foram vários beijos dessa vez, mas foi uma única vez, ate hoje quando lembro meu estomago embrulha, não pela minha atitude, mas pela frieza que segui a vida, continuei a vida escondendo facilmente o que tinha acontecido, depois de 8 meses eu resolvi terminar, não me orgulho de dizer que terminei o namoro, tanto que as pessoas só descobriram que fui eu quem terminou o relacionamento porque ele contou, eu apenas dizia que terminamos, decisão dos dois mas ele fez questão de dizer que fui eu, e por muito tempo as pessoas me olharam atravessado e falavam mal de mim,  pessoas pararam de falar comigo com raiva, eu era considerada cruel por ter quebrado o coração dele, depois de anos percebi que ele era muito bom com fingimentos, mas isso eu só vou explicar mais tarde, eu o chamarei de "cafajeste" porque ele foi um mentiroso de primeira.

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