Capitulo 27

385 57 11
                                    

Cheguei meu povo....
Espero que gostem do cap.

No dia seguinte dona Augusta, a dona da casa, pediu que eu contasse tudo o que havia acontecido comigo e que me levara ate ali. Contei para ela basicamente que meu casamento havia acabado devido aos mals-tratos do meu ex marido, ela me ofereceu sua casa, eu tentei negar mas ela me contou que morava sozinha e que ter a minha companhia e a de uma criança seria de grande valor na sua vida. Decidimos que para todos os efeitos eu seria sua sobrinha-neta que tinha saído do interior e tinha ido morar com ela porque o esposo morreu, de toda a historia que inventamos essa foi a única verdadeira, para mim eu não era separada, o meu marido tinha realmente morrido porque o homem de quem eu fugi não é o mesmo que eu convivi e amei.

Vários meses depois minha vida estava mais tranquila e um pouco preocupante, tranquila porque a minha filha não estava mais perguntando pelo pai, ela já havia aceitado o fato de que ele não estaria perto dela, e preocupante porque o dinheiro estava acabando e eu me sentiria péssima em ter que ficar na casa da dona Augusta sem contribuir nas despesas, um novo ano chegou e eu resolvi colocar minha filha em uma creche, achei uma que tinha vaga e parecia ter ótimos educadores, o único problema era o valor cobrado pela mensalidade, eu aceitei apesar de tudo e catei todo dinheiro que eu tinha para pagar a creche.

No primeiro dia que levei a Ariel, ela me surpreendeu, eu via crianças da sua idade chorando e se jogando nos braços das mães, enquanto ela simplesmente me deu um tchau de despedida e entrou alegre na creche. Saindo dali eu segui atrás  de empregos, todas as vagas nos jornais eu ia atrás não importava a distancia, durante o dia eu conseguia ir em apenas dois ou três estabelecimentos porque tinha que voltar para buscar a Ariel,eu ate recebi algumas propostas de trabalho, mas eram como domestica e eu tinha que dormi no emprego, eu ate iria mas sempre que eu falava que tinha uma filha eles me diziam para deixar ela com alguém porque na casa teria lugar apenas para mim. Claro que nunca aceitei, minha filha era minha prioridade.

A Ariel tinha seis anos quando o Pedro nos achou, eu tinha acabado de chegar do trabalho, quando bateram na porta, eu estava no quarto, ouvi um gritinho de alegria da minha filha, não entendi muito bem, estava saindo do quarto quando dona Augusta chegou ofegante, sua casa era de andar então ela teve que subir um lance com cerca de vinte degraus para chegar onde estava e pelo seu rosto pude ver que tinha algo muito errado, antes que ela falasse qualquer coisa eu desci as escadas correndo e quando cheguei nos últimos degraus quase cai e rolei pela escada de tão bambas que estavam minhas pernas, ele estava ali, lindo e elegante, meu coração se espedaçou com a imagem dele brincando esparramado no chão com a nossa.. minha filha, meus olhos refletiram a dor que eu sentia no meu peito e as lagrimas desceram copiosamente mesmo sem minha permissão

"Solte a minha filha agora" falei enquanto tentava desfazer o nó em minha garganta

"Ela é minha filha também" ele disse calmo olhando para mim enquanto segurava a Ariel no colo

"Ela deixou de ser no dia que você bateu nela"

"Eu nunca fiz isso"

"Não é porque você não lembra que não aconteceu, e como poderia lembrar também se estava completamente bêbado"

"Abaixe seu tom" pediu a calma em sua voz estava me subindo um ódio desconhecido, acho que nunca senti aquilo por ninguém, nem mesmo pelo meu pai que me bateu por anos

"Eu quero ter o direito de ver minha filha"
"Deus do céu Pedro, qual a parte de você não vera a MINHAAA filha você não entendeu?" Gritei com força o minha enquanto batia no peito, ele tinha que entender que não restava mais nada pra ele, Ariel começou a chorar eu peguei ela no colo e a consolei ate se calar, fui ate a porta e abri, fiquei embalando meu bebe, ela soluçava no meu colo com certeza ela estava sofrendo eu podia sentir mesmo sem ela pronunciar uma palavra
"Eu voltarei e levarei minha filha comigo" ameaçou
"Só por cima do meu cadáver"
"Se você assim deseja" falou saindo pela porta, depois que dormiu levei meu anjinho para o quarto e quando desci as escadas dona Augusta estava sentada no sofá dando tapinhas em seu colo, corri ate ela e me aconcheguei no calor da mulher que se tornara minha segunda mãe e chorei, minhas lagrimas estavam quentes, o grunido que saia da minha garganta era a dor se libertando
"Ele vai me matar dona Augusta" xiiii..xiii..foi  o que ela disse tentando me acalmar, o homem que um dia fora meu sonho havia se tornado meu mais terrível pesadelo.                                                                                                                                                                                           

Diário de Uma Velha - Completo Where stories live. Discover now