Capitulo 6 - Descobertas

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O machado cravou-se na ombreira da porta a milímetros da minha orelha, tanto eu como a Cathy gritamos a plenos pulmões desatando a correr em direcção aos quartos, voltando a gritar no fim da escadaria ao chocar com os rapazes.

- Que se passa? - Perguntou o Ryan preocupado enquanto me agarrava.

- Quero sair desta casa já! - Berrei em pânico.

- Porquê? - Interrogou-me o Bryan.

- Está uma mulher na cozinha de machado em riste. - Declarou a Cathy desprovida de emoção.

- Ela atirou-nos o machado!! - Gritei desesperada.

-Fiquem aqui! Anda Bryan. - Disse o Ryan descendo as escadas ligando as luzes pelo caminho.

Cathy

Aqueles olhos verdes não me saem da cabeça, não sei porquê mas tenho a sensação que os conheço, como se já os tivesse visto. Despertei do choque com a voz dos rapazes, não percebi o que diziam mas também não me esforcei por perceber. Lentamente sentei-me na cama junto à Sonya que contava à Claudya e à Joanna o que tinha acabado de acontecer.

- Que horror... - Murmurou a Joanna aterrorizada.

- Amanhã apresentamos queixa na polícia por invasão de propriedade. - Anunciou a Claudya.

Não conseguia ficar encostada à cabeceira da cama enrolada nos lençóis e agarrada a almofadas tendo alguém dentro de casa. Bruscamente precipitei-me pela escadaria, pisquei os olhos algumas vezes para me ambientar a toda aquela luz, encontrei-os na sala a revirar tudo. Todas as portas e janelas se mantinham trancadas e não havia sinal da mulher em parte alguma, não era possível alguém desaparecer por isso teria de estar muito bem escondida, por iniciativa própria e sem lhes ligar grande coisa, abri as portas de todos os armários da cozinha. Na lareira, no guarda-vestidos até dentro das máquinas da lavandaria procurei e realmente não estava mais ninguém dentro de casa sem ser-mos nós.

- Não é possível! - Exclamou a Sonya quando lhe dissemos.- Têm a certeza?

- Certeza absoluta, sintética e analítica. - Brincou o Bryan.

- Não ouvia isso desde os meus 10 anos. - Disse rindo.

- A situação é bem real! Eu sei o que vi! - A Sonya estava exasperada.

- E se... Pode ter sido uma alucinação provocada pelo medo... - Disse o Ryan receoso.

A Sonya levantou-se, cravou as mãos no braço do namorado e arrastou-o pelas escadas violentamente parando-o em frente à ombreira da porta da cozinha.

- E este sulco também é imaginação?! - Gritou furiosa.

Infelizmente era bem real por isso ninguém argumentou mais, calados voltamos para cima. Sentamo-nos nas camas para nos acalmar-mos. De repente ouve-se um chiar de dobradiças, todos nos viramos na direcção do armário, a porta encontrava-se entreaberta. Levantei-me encaminhando-me para a fechar.

- A porta abriu-se sozinha! - Exclamou a Sonya voltando a ficar assustada.

Abri a porta deparando-me com uma boneca de trapos de longas tranças cor-de-rosa e vestido a condizer, encarei-a directamente nos seus olhos azuis perfeitamente desenhados e rapidamente fui percorrida por um choque, eu conhecia aquela boneca, alias aquela boneca tinha sido a razão do início de uma grande desgraça. 

- É apenas uma boneca. - Afirmei virando-me para eles.

A Joanna e a Sonya começaram a gesticular bruscamente e a Claudya gritou:

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