Capitulo 2 - Chegada

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Quando chegamos, estacionamos os carros na rua em frente à casa. Abri a porta e pousei ao de leve as minhas adidas no chão. Alisei as meias pretas e ajeitei os calções vermelhos. Dirigi-me à mala do carro e tirei a minha mala e dei ao Bryan a dele. Percorremos a distância entre o carro e a porta da casa em 2 minutos. Minutos esses, bastante irritantes, devido ao barulho que as rodinhas das malas faziam no empedrado. Paramos em frente à casa e enquanto esperávamos que a Claudya voltasse do café, onde tinha ficado de se encontrar com o dono da casa para ir buscar as chaves, contemplamos a casa. Os azulejos eram acinzentados e havia uma varanda no andar de cima. O gradeamento exterior estava pintado de branco tal como o portão. Conseguia-se ver, pelo gradeamento, uma espécie de fonte em frente à parede do rés-do-chão. Olhei em volta, não se via viva alma e não se ouvia nenhum som. Já estávamos a ficar cansados de esperar, em pé, especados a olhar para a casa.

- Devem estar a gozar comigo! - Resmungou o Ryan. 

Todos nos viramos para ele.

- Ah? De que estás a falar? - Indaguei.

- Fui ver as horas e reparei na data. Alguém sabe que dia é hoje?!

Dei por mim a olhar para eles boquiaberta, não fazia ideia.

- É sexta-feira... 13! - Respondeu a Claudya do funda rua. - E parece que aqui as pessoas são supersticiosas. Por isso é que isto está um silêncio sepulcral.

A Claudya voltou sozinha, achei estranho o dono não nos vir conhecer ou acompanhar, mas escolhi os ombros e ignorei. Voltamos a pegar nas malas e aproximamo-nos do portão. A Claudya meteu a chave e entrou. Seguida de Ryan, Joanna, Sonya e Bryan. Fui a ultima a entrar. A mala estava bastante pesada e proporcionalmente para o meu tamanho, era grande. O portão tinha um degrau por isso tentei pegar-lhe em braços mas não tive força suficiente, então decidi tentar ao "puxão", subi o degrau e puxei uma vez, bateu no degrau. Tentei outra vez mas com o dobro da força. Mas mesmo assim a mala não subiu e quem se mexeu fui eu, caindo-lhe em cima. Apoiei as mãos no chão e levantei-me. Farta daquilo empurrei a mala de fora para dentro. Resultou. Entrei e bati o portão. O caminho até à porta interior estava desenhado com lajes cinzentas escuras. De um lado, colado ao muro, havia vários vasos mas não tinham flores bonitas e bem cuidadas. Apenas catos. Do outro lado estava a tal fonte mas o que parecia bonito visto de fora, deixara de o ser. Em vez de água tinha teias de aranha e o fundo estava completamente preto. Inconscientemente, dei alguns passos atrás, acabando por me picar nas costas. Isto estava a começar mesmo bem...

Sonya

A parte exterior à volta da parte da frente da casa era simplesmente sinistra. Não havia nada cuidado, parecia abandonado. A porta tinha teias de aranha na fechadura o que fez a Claudya gritar de medo. Dei um toque nas costas ao meu querido namorado, Ryan, para que limpasse a teia ou iríamos ficar ali especados sem entrar durante algum tempo. Pegou na manga do seu casaco e arrancou-a.

- Que nojo! - Murmurou.

Quando a Claudya conseguiu meter as chaves na fechadura, o céu começou a escurecer, em menos de dois minutos a casa ficou coberta de nuvens negras, como se viesse aí uma tempestade.

Finalmente entramos, havia um grande corredor que terminava com uma porta de cada lado. Mais ou menos a meio havia outra porta, era a cozinha. E quase à entrada havia escadas, umas para cima, que deviam levar aos quartos e outras para baixo, tinha alguma luz portanto não devia ser uma cave, devia ser uma sala ou assim. Encostamos as malas à parede e fomos pousar a comida à cozinha. Era enorme, tinha armários dos dois lados de uns tons mortos, uma mistura de branco com amarelo. Parecia vomitado. No centro havia uma mesa para 10 pessoas (pelo menos tinha 10 cadeiras), de um tom branco sujo e parecia feita de madeira. As cadeiras eram todas pretas, tal como os estores que tapavam duas janelas, daquelas da altura da parede. A arquitectura da casa era estranha, havia várias zonas escondidas e imensos cantos. Mas aquilo intrigava-me. Quem entrasse não veria aquela parte da cozinha, não que fosse bonita, aliás a parede estava preta muito provavelmente devido ao fumo da lareira.

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