Capitulo 4 - Desaparecimentos

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Cathy

Todos olharam para mim horrorizados.

- Por onde entrou o ladrão? Não há janelas partidas nem portas arrombadas. - Perguntou a Joanna.

- Pode ter sido o dono. - A Sonya fez uma pausa e continuou. - Geralmente, nos hotéis, os turistas são roubados pelos empregados.

- Vamos ao café, onde foste buscar as chaves, informa-lo do que aconteceu. Deve haver uma explicação lógica. - Declarei, porém não estava tão certa da última parte.

Quem estava de pijama, vestiu-se e saímos de casa. O frio que se fazia sentir na rua passava pela blusa azul que trazia, arrepiando-me. Agarrei-me ao Bryan porque o vento estava a levar a melhor sobre mim. Apenas a Claudya sabia onde ficava situado o café por isso ia na frente. A avaliar pela distância que já tínhamos percorrido, não podia ficar muito mais longe.

Quando finalmente chegamos, já não sentia os pés graças ao tecido fino das minhas all star ter permitido ao frio entrar.

- Está fechado! - Anunciou a Claudya.

- Que café está fechado às dez e meia?! - Bufei frustrada por ter congelado para nada.

- Voltamos amanhã de manhã então. - Sugeriu a Sonya.

- Vê a que hora abre para não batermos outra vez com o nariz na porta! - O Ryan parecia bastante chateado.

- Estranho... Não tem horário. - Retorquiu a Joanna.

Estranha estava esta situação a ficar, procuramos por alguma informação mas não havia qualquer tipo de papéis no vidro. A passo apressado voltamos para casa, estávamos enregelados da cabeça aos pés. Por conseguinte, tiramos as roupas frias e vestimos os pijamas, que como estavam guardados debaixo dos lençóis se encontravam quentes.

Como tínhamos perdido a vontade de jogar Twister, aconchegamo-nos no sofá da sala a ver televisão, alternando entre a FOX e a AXN.  Felizmente havia mais de quatro canais!

Exaustos como estávamos, acabamos por subir para os quartos pouco tempo depois de ter-mos descido.

- Boa noite pessoal. - Disse o Ryan entre bocejos.

Retribuímos e adormecemos de seguida.


Esfreguei os olhos e constatei que a luz ainda não entrava pela caixilharia das janelas, por isso ainda devia ser de noite. Apalpei debaixo da almofada à procura do telemóvel, olhei para o ecrã e reparei que tinha uma mensagem "Cuidado", estava em modo privado por isso não tinha qualquer identificação, tinha sido enviada há apenas dez minutos. Quem, no seu prefeito juízo, mandava uma sms destas às 4h30 da manhã? Provavelmente um dos meus amigos completamente bêbado que esteja com disposição para piadas de mau gosto.

Pousei-o e levantei-me, atirando os lençóis para cima do Bryan. Desci as escadas em direcção à casa de banho passando antes na cozinha para comer qualquer coisa. O meu sangue estancou, um vulto passara lá fora. Alguém estava nas traseiras. Abri a janela para espreitar, todo o meu corpo tremia desalmadamente. Inspirei e inclinei a cabeça, para além de mais flores murchas e vasos partidos só havia uma bicicleta igualmente velha. Com a adrenalina a desaparecer, o frio fez-se sentir obrigando-me a fechar a janela. Deve ter sido algum animal! Depois de sair da casa de banho voltei a deitar-me e ao fim de alguns roncos por parte da minha barriga, que reclamava a comida que eu me tinha esquecido de ir buscar, adormeci.

Sonya

Abri as portas de todos os armários da cozinha e qual não é o meu espanto ao ver que todos se encontravam vazios. Vazios? Podia jurar que ontem à noite havia comida portanto alguém a deve ter comido. Felizmente não assaltaram o frigorífico que ainda continha leite e iogurtes. Com o que possuía preparei o meu pequeno-almoço.

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