Capítulo 20

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Marina

Acordo custando a acreditar que tudo realmente havia acontecido. Olho por baixo do lençol e nenhuma roupa me cobre, mexo a cabeça e vejo Arthur dormir tranquilamente ao meu lado. Levanto uma parte do cobertor em cima dele e confiro. "Oh meu Deus!" Ele está nu! Não foi sonho. Eu realmente havia perdido minha virgindade com o meu professor!! Rio alto e paro olhando para seu semblante tranquilo. Fico um tempo parada, vendo se ele não havia despertado com meu quase ataque e admirando cada detalhe de seu rosto. 

Que loucura! Como ele sabia que era meu aniversário? E quando ele pediu demissão? Eu teria que perguntar tudo quando ele acordasse. Ele foi tão carinhoso, atencioso... Não foi sonho, foi real. Pude ver nos seus olhos que era verdade. Eu não podia estar mais feliz. Me levanto com cuidado para não desperta-lo e fui em direção ao banheiro para tomer uma ducha rápida. Visto as roupas íntimas que havia trazido e quando volto para o quarto pego uma camisa de Arthur. De algum lugar meu celular vibra. Procuro-o e quando o acho, vejo o nome da minha mãe na tela e três ligações. Retorno imediatamente, saindo do quarto. 

- Oi mãe, bom dia - falo quando ela atende.

- Oi filha, te liguei mais cedo, mas você não atendeu.. Aconteceu alguma coisa? - pergunta.

- Desculpa. Acho que dormi demais e deixei o celular no silencioso. Não vi quando me ligou. - não iria dizer que estava dormindo até agora porque havia transando com o meu professor, certo?

- Você acordando tarde? Por acaso a mocinha saiu? - pergunta investigativa. 

- Na..Não. Só assisti até muito tarde - respondo e ela ri. 

- Filha é seu aniversário, aquele rapaz te chamou pra sair, por que não vai? - ela estava falando do Bruno. 

- Não sei mãe. Talvez eu saia só com as meninas mais tarde - falo sabendo que pouco provavelmente isso irá acontecer.

- Tudo bem, meu amor. Não tive como te ligar ontem, desculpa. E agora tenho que desligar. Vamos tomar um café da manhã com uns sócios do Ricardo e preciso estar lá. Qualquer coisa me liga. Mas eu tinha que falar com você e te desejar feliz aniversário. Eu te desejo somente coisas boas. Que você tenha muitos anos de vida abençoados. E saiba que me enche de orgulho. Comprei um presente, te dou quando chegar.- fala rindo e eu também rio. 

- Obrigada mãe - agradeço.

- Não vai reclamar comigo? Dizer que não precisava? O que fizeram com a minha filha? - ri. "Droga, minha mãe me conhecia muito bem". Escuto uma voz ao fundo e ela responde alguma coisa - Preciso saber o que aconteceu que te fez mudar assim do nada. Mas agora preciso mesmo ir. Se cuida filhota, beijo - "Fui Salva!". Nos despedimos e desligo.

Me vi rindo sozinha. Uma parte era por nervosismo.Eu sabia o que, ou melhor quem havia operado essa mudança em mim. Foi ele. Ele me fez perceber algo que por anos me enganei. Ele me deu motivos pra comemorar. De um jeito discreto que não percebi acontecer, Arthur conseguiu fazer com que eu aceitasse e gostasse de tudo que antes não via graça alguma. Primeiro a surpresa. Nunca gostei disso, e o que ele faz? Me traz pra um lugar desconhecido, me dá presentes e me proporciona a melhor noite da minha vida. O fato do meu pai não estar comigo, não quer dizer que eu não tenha motivos para comemorar. Nós perdemos pessoas, essa é a verdade. Mas não podemos nos perder. E o Arthur me mostrou isso. Ele mostrou que o fato de estarmos bem, vivos, já é o suficiente. Volto para o quarto e Arthur está acordado e parece procurar alguma coisa, mesmo estando deitado. Deito na cama e ele me olha. 

- Onde você estava? - pergunta me puxando para seus braços, fechando os olhos em seguida. 

- Acordei há algum tempo, minha mãe ligou agora a pouco pra desejar Feliz Aniversário - respondo - Por falar disso, como você sabia? - senti que ele sorriu. 

Ensina-me, professorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora