Capítulo 6

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AVISO: CAPÍTULO GIGANTE!

Boa leitura!

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Arthur

Eu não sei o que está me dando. Eu não devo estar no meu juízo perfeito. "Mas que porra!".  Dou mais um chute no saco de box que eu tinha no meu apartamento. Eu gostava de praticar esportes, principalmente luta. Mas como muitas vezes não tinha tempo de ir à uma academia, instalei a minha dentro de casa. E agora estou socando-o violentamente porque não consigo tirar uma adolescente da minha cabeça. Onde já se viu? Eu pareço estar em plena puberdade. Eu sabia, desde que ouvi aquela boca atrevida que  senti alguma coisa que eu nunca havia sentido antes. Ela conseguia me deixar furioso e agindo como nunca havia feito.

Tudo começou na segunda-feira pela manhã. Antes de eu ir para o trabalho. Meu pai me ligou logo cedo e eu estranhei o horário, embora não fosse algo que me preocupasse. Ele é médico e sempre tive a sensação de que ele não dormia. Qualquer horário que alguém ligasse ele estaria pronto para atender e nem voz de sono o velho tinha. Eu o amava e admirava mais do que tudo e todos.

- Oi, pai! - falo ao conectar o celular com o carro, ficando com as mãos livres enquanto dirijo.

- Filho! Sua irmã está voltando essa semana. - ele me lembra. - Eu e a sua mãe estamos preparando um jantar na sexta-feira. Você conseguirá vir?

- Claro, pai. Quem vai estar presente? - pergunto.

- Só os mais próximos - ele responde e eu imagino as pessoas mais próximas equivalendo a mais de cinquenta pessoas. Suspiro imaginando a quantidade de convidados. - A filha esposa de Fernando e sua mãe estarão aqui.

- Elas voltaram? - pergunto em choque.

- Já fazem alguns anos, filho. Mas nós nos reaproximamos nos últimos meses. Sua mãe estava tão feliz que sua melhor amiga estava de volta depois de tantos anos. Ela ainda sente muito por perdê-lo, mas está sendo um pouco mais fácil lidarmos juntos. Cris e Marina estarão aqui e eu gostaria que você pudesse revê-las, achei que seria bom que vocês se tornassem amigos.

- A Cris e a Marina estão de volta? - minha mente girava. Eu havia me esquecido completamente dela e da sua mãe. Mas como alguém que um garotinho viu pela última vez quando tinha apenas seis anos poderia ser lembrado? Nenhum contato foi feito entre nossas famílias pós a morte de Fernando. Ele foi uma das melhores pessoas que eu conheci e que me entendeu, mesmo com apenas seis anos de idade e sem ter noção alguma de como a vida realmente era.  Fernando Torres também era um médico incrível e que meu pai depositava toda a sua confiança e considerava como um irmão. 

- Estão... - meu pai continua a falar mais algumas coisas, mas minha mente está viajando. Paro em um sinal vermelho e olho para a pasta com a relação de nomes dos meus alunos no banco do passageiro ao meu lado. Fernando Torres... Um flashback me vem à mente e um arrepio percorre a espinha. Não pode ser possível...

"- Como é o seu nome? - pergunto tentando não parecer tão irritado quanto eu realmente estava. Essa garota havia me chamado de idiota?

- Marina Torres - responde e observo seus olhos. Há alguma coisa familiar que eu não faço a menor ideia do que seja. Mas eu também não me importava em descobrir. - Arthur, eu posso... - começa a falar, mas eu não dou a mínima para a explicação que ela tem para me dar. Eu não podia deixar que os outros alunos achassem que poderiam me desrespeitar e ficar por isso mesmo. Então a expulso da sala e mando direto para a coordenação, deixando minhas palavras afiadas fixarem na sua mente para que isso nunca mais pudesse se repetir"

Ensina-me, professorWhere stories live. Discover now