Capítulo 16

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Arthur 

Eu sabia que não era nem de perto o que a Marina merecia, mas não conseguia me afastar e entregá-la a alguém melhor que eu, que tivesse a sua idade, que pudesse levá-la pra sair, ao invés de ter que escondê-la, mesmo tendo a maior vontade do mundo de gritar para os quatro cantos que havia encontrado alguém tão maravilhosa como ela. 

Depois de ter visto ela se divertindo com os amigos, tentei me afastar. Tentei deixá-la ir. Mas perdi a força de vontade que achava que possuía, quando ela disse que me amava. "ELA DISSE QUE ME AMAVA!". Eu juro que sairia pulando e contando a quem aparecesse na minha frente se não fosse ela me olhando com os olhos mais apaixonados que poderia ter. Fiquei sem palavras e a única coisa que soube fazer naquele momento foi beijá-la. 

Meu coração palpitou e toda a minha sanidade se esvaiu. Eu já estava acostumado com isso, já que sentia frequentemente desde que começamos a nos envolver. Era como se ela tivesse o poder de me deixar vulnerável e a sua mercê.

Combinamos de tomar café da manhã juntos no dia seguinte. Foi bastante divertido. Eu me sentia mais relaxado perto dela. Me sentia bem. No entanto acabamos "discutindo" um assunto que eu percebia ela ter bastante interesse.

Não é que eu não quisesse ir mais além com ela, mas eu sentia que não podia. Parecia errado visto que até pouco tempo nosso caminho nunca havia se cruzado além dos muros da escola. Eu tinha medo de ferir seus sentimentos. Ia ser a primeira vez que ela iria mais adiante em um relacionamento, e eu achava algo muito importante para tratar como uma coisa simples. Droga, eu nunca achei isso importante antes, mas agora simplesmente parece ser. Ela é uma menina ainda, apesar de já ser maior de idade e ser responsável por suas ações. Mas as meninas costumam sonhar com algo especial, certo? Agora imagine eu, um cara que nunca quis relacionamento sério, muito menos imaginou se envolver em algo tão errado, agora estar caidinho pela sua aluna. 

Mas ela não é só uma aluna. Ela é a Marina. Meu Deus! Como isso pode ser possível? Eu sentia que precisava protegê-Ia. Cuidar dela. Senti tudo isso muito antes de saber sobre seu pai. Eu sempre senti uma conexão por ela, apesar de esconder isso e tratá-la como todos os outros. Mas nunca imaginei que ela seria a filha de um dos caras que eu tratava como um dos super heróis que assistia na TV.  A única coisa que sabia era que ela havia ido com a mãe morar no interior com os avós, e não tinha nenhum contato que eu pudesse fazer para procurá-la melhor. Além do mais eu era apenas um garoto, querendo encontrar a filha de um grande amigo seu (sim, o Fernando me ajudou bastante quando precisei) por motivos desconhecidos. Me conformei com a ideia de que não conseguiria cumprir a promessa que fiz a ele, quando disse que o ajudaria a protegê-la. 

Mas e se for eu quem a machucar? Eu não me perdoaria. 

Por isso que ao mesmo tempo em que quero estar perto para cuidar dela, sinto que preciso me afastar. Não posso garantir que não vou machucá-la. Toda essa situação que nos encontramos é arriscada demais. O problema é que apesar de eu saber tudo isso não consigo me afastar, não tinha nem como. Experimente colocar uma planta longe da luz do sol. Ela vai murchar até morrer. É como se a Marina fosse o sol pra mim agora, eu precisava dela pra me sentir bem e sem ela eu murcharia até morrer. É estranho esse pensamento, mas é a realidade. 

- Em quem você pensa tanto? - Liv fala e só nesse momento percebo que ela me observa atenta. Tínhamos acabado de chegar no meu apartamento. Ela iria dormir aqui esse fim de semana e apesar de gostar da presença dela (por mais irritante que ela possa ser quando quer) eu preferia que ela não tivesse vindo hoje. Eu precisava falar com a Marina o mais rápido que eu pudesse e a presença de Liv dificultaria muito isso.

- Ninguém, Lívia - suspiro.

- Você não parecia bem desde que saímos. - pausa - Você nunca gostou muito do Bruno, eu até entendo já que nunca foram próximos, mas você sempre se deu bem com a Monique. Se eu bem me lembro, antes de viajar, vocês estavam em um certo clima de romance. Quando a gente almoçou junto eu até achava que o lance de vocês tava mais sério. Mas pelo que vi hoje, me enganei. Aconteceu alguma coisa? 

Ensina-me, professorWhere stories live. Discover now