Capítulo 9

2.5K 198 15
                                    

Marina

Assim que a aula termina, saio do prédio da escola junto com as meninas. Olho meu celular e vejo uma mensagem. Sorrio instantaneamente.

"Talvez a escola devesse colocar um elevador aqui, para que as pessoas pudessem ficar presas nele algumas vezes..."

"Se fizessem isso, eu não teria mais motivos pra usar as escadas..."

"Essa é a ideia"

- Quem é o garoto? Carol pergunta, me despertando do transe, logo após eu receber a última mensagem.

- Que garoto? - eu não estava entendendo o que exatamente ela estava perguntando.

- Que está te deixando com um sorriso idiota no rosto - Júlia completa sorrindo para mim.

- Não tem nenhum garoto - descarto a ideia, pedindo aos céus que elas esqueçam o assunto.

- Você tá estranha e não engana a gente... Conta logo - "Droga. O que eu faço?"

- Hey, Marina! - Nico aparece todo sorridente e me abraça. "Salva pelo Nico!" - Oi meninas. Tudo certo pra amanhã? - Assentimos e vejo o olhar de curiosidade nos olhos delas. Ele sorri largamente e então começamos a conversar. Aproveitamos para perguntar mais detalhes do show. Ter amigos que tocam, cantam, fazem show e te convidam para ensaios e apresentações não são algo que se vê todos os dias por aí.

Nico segura uma mecha do meu cabelo e a segura em seu dedo, brincando. Ele fala despreocupadamente com as meninas, mas sinto seus olhos em mim quase a todo momento. Parece errado e eu não sei o que fazer exatamente quanto a isso. Não era como se ele estivesse me beijando ou dizendo que estávamos namorando, mas mesmo assim eu me perguntava se tão rápido quanto nossa amizade começou, ela terminaria.

Eu podia ver toda o barulho de máquinas dos cérebros das minhas amigas. Nico era um garoto realmente bonito, que poderia com facilidade arrancar suspiros de mais da metade das estudantes dessa escola. Mas eu não podia deixar que o Nico tivesse alguma esperança por mim. Ele era lindo, inteligente, atencioso e ainda por cima tocava numa banda! Eu até poderia me apaixonar por ele, se meu coração já não estivesse escolhido outra pessoa.

- Nico, posso falar com você? - digo de repente, não querendo mais adiar. As meninas nos olharam confusas.

- Falo com vocês mais tarde... Tchau - elas concordam e abraço cada uma, me despedindo como fazíamos todos os dias.

Saio andando ao lado de Nicholas, até que paramos em uma árvore numa área menos movimentada, perto do estacionamento da escola. A maioria dos carros já haviam ido embora, mas é claro que eu percebo o carro do meu professor. Assim como Arthur seu carro se destacava entre os outros, eu sabia que o estacionamento poderia estar cheio de carros e ainda assim eu saberia qual era o seu. O pensamento desperta um rápido sorriso nos meus lábios, mas quando recobro os sentidos e me lembro do porquê estar aqui ao invés de estar indo para casa, olho para Nico.

- Aconteceu alguma coisa? - pergunta preocupado e meu coração despenca. Eu não queria parecer arrogante ou cheia de mim. Mas se isso me desse a mínima esperança de que manteríamos nossa amizade, eu iria arriscar.

- Não, não... Eu só queria te pedir que não... - o que eu ia dizer? "Não se apaixonasse por mim?" - não criasse nenhuma expectativa em relação a mim, ou melhor, a nós... Eu posso estar sendo super egocêntrica e precipitada e eu realmente não queria parecer isso, mas você é um cara legal e eu realmente gosto de você, só que esse sentimento se limita a nossa amizade. Não quero de jeito nenhum te machucar e me machucar no processo - falo de uma vez e ele sorri. Mas que diabos!

Ensina-me, professorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora