Capítulo 14

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Marina

Acordo às sete horas. Era sábado e eu havia tido apenas umas quatro horas de sono, mas por incrível que pareça eu gostava de acordar cedo, nem que fosse para assistir algo na TV. Mas tinha motivos, pelo menos hoje. Minha mãe era acostumada com essa minha mania e estava terminando de tomar café na cozinha quando a encontro lá. Ela me olha e pela minha cara percebe o quão tarde eu havia chegado ontem à noite. 

Ela não estava chateada e era muito bom saber que a minha mãe confiava em mim, mas ao mesmo tempo eu me sentia muito mal por esconder tudo o que estava acontecendo. Será que ela entenderia? Eu não podia contar porque não era algo somente sobre mim, além de colocar em risco algo que nem começamos direito ainda. Valeria a pena? 

- Bom dia filha - ela sorri e eu me sento em frente a ela, colocando café na minha xícara em seguida. 

- Bom dia mãe. Já vai sair? - pergunto enquanto fecho a garrafa e a coloco no lugar.

- Daqui a cinco minutos. Talvez eu chegue mais tarde hoje, por isso não se preocupe. - balanço a cabeça concordando - Vai sair hoje? - pergunta. 

- Não... Não sei. Talvez saia com as meninas, mas te mando uma mensagem avisando - sorrio tentando ser convincente ao máximo. 

- Tudo bem. Já vou indo - fala se levantando - Qualquer coisa você me liga, tá certo? - deposita um beijo na minha cabeça e observo ela ir embora. Assim que fecha a porta, vou correndo arrumar as coisas na cozinha e logo depois me arrumar. Eu não iria de pijama para a casa do meu professor, não é mesmo?! Sorrio com esse pensamento enquanto entro no meu quarto e escolho alguma coisa para vestir. 

Depois de vasculhar o meu guarda roupa inteiro, fico com a minha primeira opção. Visto um short rasgadinho e uma t-shirt dos beatles branca com uns detalhes pretos. Coloco uma rasteirinha e perfume. Despejo toda a bagunça de volta no guarda-roupa. Eu arrumaria depois. Eu estava em um nervosismo que não havia como definir. Tentei relaxar, afinal, não era como se eu fosse tomar café da manhã com o meu professor, o qual estou tendo um romance e a quem ontem confessei amar, não é mesmo? Eu conseguiria encarar ele, porque eu eu sou uma garota forte. Ou estava tentando ao máximo ser. Tranco meu apartamento e vou em direção ao seu. 

A porta estava meio aberta e um som agradável saia de dentro, Jason Mraz cantava "I'm yours". Entro, fechando a porta atrás de mim. Por incrível que pareça, eu só vim parar e analisar o seu apartamento direitinho hoje. Noto alguns porta-retratos pela sala. Um deles me chama atenção. Era o Ricardo (ele estava um pouco mais novo), um garoto com um boné (que supus ser o Arthur), e o meu pai? Era o meu pai naquela foto? Eles pareciam felizes, relaxados. O cenário lembrava um estádio de futebol. 

Coloco a foto de volta no lugar. Eu iria perguntar mais sobre o papai ao Arthur depois. Havia outras fotografias, uma com a Lívia e o Arthur abraçados (mais recente), outra da família inteira reunida, etc... Ando mais um pouco deixando a TV grande que estava na parede com um sofá de três lugares à sua frente para trás. Em um outro cômodo vislumbrei uma mesa cheia de comida. Tinha panquecas, café, suco, algumas frutas cortadas, pães.. "Uau!" minha mente deu um assobio pra tudo aquilo à minha frente.

- Você chegou! - Arthur aparece com uma bermuda verde escuro e cabelos molhados. Me viro em direção à sua voz e posso visualizar seu abdome por alguns segundos até ele vestir a camisa branca que estava em suas mãos e vir me beijar. Minhas pernas ficaram trêmulas. Era inevitável. 

- Bom dia! - Eu digo inalando e apreciando o seu cheiro que de repente tomou conta de todo o meu espaço. Ele parece fazer o mesmo, pois seu nariz estava encostado à minha nuca por alguns segundos. Ele se afastou e acariciou minha bochecha. 

Ensina-me, professorWhere stories live. Discover now