Capítulo 7

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Marina

Estava indo para uma casa de show, próximo ao centro da cidade, ver o ensaio dos meninos. O local era do pai de um dos amigos de Nico. Soube disso enquanto nós conversamos nos últimos dois dias. Eram duas horas da tarde e fazia um clima bom. Olhei a rua da janela do carro de Júlia. Os pais dela davam tudo o que ela queria, então não foi algo difícil para ela conseguir um carro assim que atingiu os dezoito anos. Eu consegui minha habilitação, e apesar da minha mãe me perguntar se eu também queria um carro, optei por guardar o dinheiro que tinha e pensar em algo melhor para depois. Carol estava na frente e Cláudia ao meu lado no banco de trás. Ouvíamos "Worth it" e cantávamos como loucas. Mas assim que a música acabou, Carol baixou o volume. Protestamos, mas ela virou-se para mim.

- Agora conta pra gente o que tá rolando entre você e o Prof. Ferraz - fiquei pálida. "O quê? Como assim?". Olho para ela surpresa com a pergunta. Eu sabia que ela havia notado algo de diferente, mas não era do estilo de Carol demorar tanto para perguntar algo que estava lhe perturbando.

- Na..nada. - respondo pedindo aos céus para que ela acredite e  deixe para lá.

- Você mente muito, muito mal, Mari - Júlia fala me encarando por pouquíssimos momentos e voltando sua atenção para a direção. Vendo que elas não iriam me deixar, começo a contar tudo. Não TUDO. Não vou contar sobre o beijo. Apenas as coisas mais "leves" que aconteceram.

- O pai dele era o melhor amigo do meu. Ele conheceu o papai e tudo...

- VOCÊ TÁ BRINCANDO? - Carol quase grita. Nego com a cabeça. 

- E ainda te trata daquele jeito? Que filho da mãe! - Júlia xinga e bate no volante.

- Acho que ele não sabia quem eu era... - Espera ai! Eu tô defendendo aquele cara?

- E o que ele queria no final da aula? - Cláudia pergunta investigativa. - "Droga... O que eu digo? Pedir desculpa porque me beijou?"

- Agradecer por eu ter ajudado ele mais cedo, quando precisou passar a aula fora. - "Tomara que acreditem". Eu odiava ter que mentir, ou omitir. Que seja. Eu odiava, mas não podia sair contando a elas assim, sem mais nem menos... Elas iriam me encher de perguntas e não sei se saberia e estaria preparada para responder todas elas.

- Estranho... Ele nunca é gentil.. - Cláudia comenta, ela era tão perceptiva que me dava nos nervos.

Urgh

- Pois é, também achei... - concordei - Olha, é logo ali, não é? - Apontei para uma casa de show pequena com os letreiros apagados, já que era dia. "Night bar" era o nome do local. O nome não era tão criativo, mas o lugar parecia ser bom. Júlia estacionou e descemos  do carro. Agradeci a mim mesma por ter conseguido desviar a conversa.

Entramos e vimos o Nico junto com mais três rapazes em um palco. Ele estava na Guitarra, havia um loirinho na bateria. Um moreno forte estava no baixo, enquanto um branquinho dos cabelos pretos cantava "Counting stars". Sua voz era linda. Conhecia todos na escola, já tinha os visto diversas vezes, embora não soubesse seus nomes. Esperamos eles terminarem a música e aplaudimos em seguida. Eles sorriram e desceram para nos cumprimentar.

- Você veio! - Nico me abraça parecendo feliz com a minha presença.

- É.. A gente também - Carol fala e todos riem.

- Matt, Davi e Edu, essas são a Júlia, Carol, Marina e Cláudia. - Sorriem uns para os outros.

- A gente tá ensaiando pra uma apresentação que vai ter na sexta. Vocês estão mais do que convidadas - Matt fala animado. E em seguida voltam a ensaiar. Eles brincavam e riam. Cantavam diversas músicas, tanto internacionais quanto nacionais. Fiquei empolgada para ver uma apresentação deles.

Ensina-me, professorحيث تعيش القصص. اكتشف الآن