Capítulo 6

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Estava sentada na poltrona de um escritório escuro, não lembro muito bem de como cheguei aqui, mas o lugar me parecia familiar. A porta ao lado da mesa se abriu, e de lá, saiu um rosco já conhecido, reconheceria aqueles cachos em qualquer lugar, Vitória se aproximou e não me disse nada, apenas pegou minha mão me fazendo levantar, puxou minha cintura passando as mãos dentro da minha camisa, e acariciando com certa força minhas costas. Minha respiração estava ofegante e meu corpo mais que excitado, coloquei uma de minhas mãos em sua nuca, e puxei com firmeza para trás, olhei em seus olhos, e a dilatação de suas pupilas denunciavam a reciprocidade daquelas sensações. A beijei sem demora, senti suas mãos apertando minhas coxas e soltei um gemido entre o beijo, desci a mão que estava em sua nuca, e rapidamente comecei a massagear seus seios com ambas, seus beijos desceram lentamente para o meu pescoço, enquanto uma de suas mãos fazia movimentos circulares por dentro da minha calça.

Acordei em sobressalto sentindo minha boca seca e respiração ofegante, olhei pela janela e já era manhã, seis horas pra ser mais exato, meu coração estava um tanto quanto acelerado, eu realmente não entendia o motivo de toda essa atração (aparentemente recíproca) por Vitória, meu corpo respondia instantaneamente só em olha-la, algo em seu jeito sério e o fato da gente não poder nem se falar, a tornava extremamente sexy e irresistível.

Sai de casa no horário normal, apesar de estar afastada do trabalho direto, eu ainda tinha muita coisa pra fazer no hospital. Percebo que em meio toda essa confusão, me esqueci de ligar para Vitória. Peguei meu celular rápido, e disquei o numero que estava no cartão.

–Alo? - Ela perguntou com a voz mais rouca que o normal, um frio passou imediatamente pela minha barriga.

–Sou eu, Ana Clara. - Disse tentando não transparecer o nervosismo.

–Pensei que não ligaria mais, já sabe como vai fazer?

–Minhas colegas de quarto irão fazer por mim, vou trabalhar normalmente para não levantar suspeitas. – Falei e um breve silencio se instalou.

– No fim do dia eu te ligarei, precisamos nos encontrar, algumas coisas precisam ser esclarecidas, no caso anterior ele escapou por pouco, não podemos cometer o mesmo erro.

Ela desligou sem ao menos esperar uma resposta, não conseguia evitar, aquele tom autoritário e o clima proibido me deixaram louca por ela, as cenas do sonho me vieram à mente, neguei meus próprios pensamentos e continuei meu caminho para o hospital. O clima lá era o pior possível, os médicos supervisores, enfermeiras, e a maioria dos internos me olhavam com a maior cara de desprezo, juro que o que eu mais queria era não me importar, mas aquilo estava me matando, há dois dias, eu estava em paz, e agora tudo parecia uma eterna bagunça. Segui com minhas atividades normais, e na hora do almoço já estava tudo pronto, as meninas iriam resgatar o arquivo, e no fim da tarde eu levaria o material para Vitória. Entreguei o pen drive para uma das meninas, e fui para o laboratório de hemograma, ouvi a porta bater e ser trancada, virei meu corpo rapidamente, Dr.Carlos se aproximava de mim com um olhar furioso.

– Eu espero que você não esteja planejando nenhuma gracinha. - Disse segurando meu pulso com força, me machucando. –Pensa comigo querida, se assumir a culpa agora, sua carreira acaba e você não será presa, vai ser melhor pra todo mundo.

– Me solta agora! – Eu sabia que não adiantava gritar, ninguém escutaria, o laboratório era isolado. – Você não vai sair impune seu verme. – Ele segurou meu outro pulso, apertou os dois da forma mais bruta possível, e logo depois me empurrou contra o chão, eu tinha certeza que ficaria marcada, senti muita dor, mas não me permiti chorar.

– Tudo bem, é assim que você quer? Então o trato é o seguinte: ou você confessa e fica quieta, ou eu vou precisar visitar minha saudosa amiga Monica.

Assim que disse essas palavras, ele saiu da sala como um flash, abracei minhas pernas e chorei o mais alto que pude, não consegui acreditar onde as coisas haviam chegado, não tinha o que fazer, esse era definitivamente o fim de tudo. 

Quase sem quererHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin