Junho de 2017. Ana.
Finalmente, após quatro impiedosos, sofridos e aguardados anos, a fase da faculdade de medicina havia terminado, e lá estava eu, prestes a saber o resultado do sorteio para o internato. Minha faculdade em Araguari tinha contrato com diversos hospitais ao redor do país, e todo ano, vários grupos de internos recém-formados eram sorteados, e distribuídos Brasil a fora para realizar o estágio durante um ano.
-Sala 03.01.07, turma 2013, grupo 3.
O reitor geral disse, e logo vagou o olhar pelo auditório, a fim de enxergar nossas mãos acenando como sinal de vida.
-São Paulo, capital.
Disse por fim arbitrariamente.
Então é isso, São Paulo. Dentro de dois dias estarei pondo em pratica todo aquele conhecimento acumulado, se eu estava insegura e ansiosa? Melhor nem falar sobre.
Eu iria dividir o apartamento com duas colegas, o bairro em que estávamos, abrigava uma boa quantidade de universitários recém-formados em estágio de medicina, e ao que me parece, de diversos outros cursos aleatórios.
São Paulo é aquele tipo de cidade que possui um ar caótico e pouco acolhedor, buzinas, sirenes, pessoas correndo, era tudo muito rápido, muito individual, sempre em tom de cinza, e seus prédios pareciam querer me engolir. Porem, a pesar de tudo, o role dos internos que rolou na nossa primeira noite na cidade, em um pub perto no nosso bairro, me tranquilizou e me fez dormir menos ansiosa para meu primeiro dia.
